Texto base: "Não manuseies isto!", "Não prove aquilo!", "Não toques naquilo outro!"(Colossenses 2.21)
Caros
irmãos e leitores, quando me propus a escrever sobre este tema,
liberdade cristã, fiquei pensado como seria recepcionado no meio do qual
eu faço parte (pentecostal e tradicional), contudo, não poderia ser
covarde e me eximir de apresentar a minha visão – balizada, é claro, por
uma leitura sadia da Palavra de Deus - sobre um tema tão polêmico e
muitas vezes taxados de LEGALISMO ( termo que em parte eu concordo).
Sabemos que Igrejas como a Assembléia de Deus, Congregação Cristã, Deus é
Amor entre outras pentecostais, mantiveram e ainda matem uma postura
rígida quanto a muitos costumes de seus membros. Porém, a pergunta que
faço é: Tais posturas baseiam-se apenas em legalismo? Seria falta do
conhecimento da Palavra de Deus? Ou seria apenas a manutenção de um
costume social, que criou aspecto espiritual? São muitas indagações que
poderíamos fazer, contudo, quero focar este artigo em dois extremos: De
um lado aqueles que impõem dogmas tão pesado que não somos capazes de
carregar. Do outro aqueles que pregam a liberdade excessiva, que
permeia a libertinagem.
· “Pegando pesado”
Falamos
aqui dos grupos radicais, que ainda estão muito ativos em varias
denominações. Para tais pessoas a santidade será atingida pela guarda de
diversos complementos para o sacrifício de Cristo. Para justificarem
suas posições apresentam textos bíblicos totalmente fora de seu
contexto, como por exemplo: “Não
haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de
mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu
Deus.” (Deuteronômio 22:5).
Ora, para os que sustentam, por exemplo, que saia é roupa de mulher, e
calça de homem, o contexto do texto refere-se a se portar, a querer
ser, fazendo uso de vestimentas do sexo oposto, assim como fazem
aqueles que optam pela homossexualidade e
assumem a conduta do sexo oposto ao seu. O texto não trata de moda,
afinal a moda é uma questão social e cultural, nada tem haver com a
intenção original do texto. Vejamos estas fotos do início do século
Vinte ( 1911-30), onde são apresentadas mulheres que tiveram uma
comunhão com Deus, como as missionárias Sara Berg e Frida Vingren, em
comparação a outra mulher que não era evangélica:
Tanto
as nossas irmãs missionárias, como a distinta senhora (aparentando ser
bem mais jovem que as irmãs) usavam saias, pois esse era os costumes
para senhoras respeitáveis na sociedade brasileira no inicio do século
XX. Em contrapartida o uso de calça, bem como terno e gravata era trajes
típicos das vestimentas masculinas, ou das mulheres adeptas dos
movimentos revolucionários socialistas e anarquistas, que em sua
essência era contrario a qualquer postura cristã, ou qualquer uma tida
como moralmente aceitável pela sociedade brasileira. Vemos também
atrizes de cinema usarem calças, que a grosso modo, era comparáveis a
prostitutas, veja foto:
Portanto,
qualquer família “de bem”, nas décadas de 20,30 não veria com bom
olhos a decisão de sua filha usar calça, muitos menos com satisfação.
Esta
mentalidade enraizou-se nos Arraiais evangélicos e se perpetuaram
durante muito tempo como um dogma bíblico, contudo, não passava de uma
questão cultural e temporal, portanto passível de ser abolido.
Outro
ponto muito abordado seria o de assistir ou não televisão, quanto a
este ponto não me prolongarei, pois ficou mais que provado que o mal não
está em ver TV e sim no que se vê (Mateus 6.23). Nesta mesma linha
seguem a proibição de jóias, maquiagem, prática de esportes e uma
infinita lista, que de forma resumida serve para “santificar” os
crentes. Mas será que serve mesmo? Responderei com o apostolo Paulo ao
afirmar que: “Essas
regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa
religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm
valor algum para refrear os impulsos da carne.”(Colossenses 2:23).
Com isto, não tiro o valor social que alguns hábitos possuem, como por
exemplo, para dar identidade a um grupo, porém não há respaldo bíblico
na dispensarão da Graça para "Não manuseie!", "Não prove!", "Não toque!"? (Colossenses 2:20). Estaria eu concordando com a liberdade excessiva? Vejamos, então....
· Agora é “oba, oba”!
Em
oposição aos extremistas evangélicos tem a turma do “tudo me é
permitido”, semelhante aos Coríntios (1corintios 6.12). Com base neste
discurso, se entregam aos desejos da carne, através de uma sensualidade
desenfreada, dando vazão aos frutos da carne (Gálatas 5:19). Seria uma
contradição da Bíblia? Claro que não! Os bons costumes não devem ser
impostos, porem eles devem brotar na vida do Cristão. Imaginem vocês,
tem Igrejas batizando “irmãos” em toboágua, e o pior as irmãzinhas
usando roupas extremante sensuais, CLIQUE AQUI e veja a cena patética. Outros fazem do culto uma verdadeira balada Gospel, veja reportagem da REVISTA ÉPOCA. São condutas que não condizem com o espirito que habita no Cristão.
A
Palavra de Deus deve ser o padrão na vida do crente em Jesus, para
isso Paulo nos aponta a solução, em uma Igreja que achava que por ser
livre podia fazer tudo, vejamos o que diz:
"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas
eu não deixarei que nada me domine.”(1 Coríntios 6.12). Com
esta posição moderada Paulo dizia que nada seria proibido para um
cristão que verdadeiramente nasceu de novo, porém, caberia a ele mesmo,
julgar se tal atitude, se tal roupa, se determinado comportamento na
Igreja deve ou não ser utilizado. Sendo que está decisão seria mediada
única e exclusivamente pelo Espírito Santo de Deus, que faz morada no
crente( 1 Coríntios 6:19).
· E agora o que devo fazer?
Você deve agir em conformidade com a Palavra de Deus que nos ensina que “Finalmente,
irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que
for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for
de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem
nessas coisas.”(Felipenses 4:8). Com
esta afirmação entendemos que para o Cristão, não interessa o que nos
dizem, mas sim o que a Palavra de Deus fala e ela não deixa espaço nem
para legalismo excessivo nem para a liberdade exagerada. A moderação é o
ponto chave de toda a questão, e o modelo é o Fruto do Espírito, que é: “[...] alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” ( Gálatas 5:22,23)
Em Cristo,
Jefferson Rodrigues