segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pensou que viu de tudo?

José Luis de Jesus Miranda - Se diz Jesus Cristo homem. from 144.000 Testemunhas on Vimeo.


É meus amados, as coisas só pioram! Para nós cristãos fiéis isso pode ser bom, pois aponta para o fim dos tempos e a volta de Jesus (Mt 24), no entanto fiquem alerta, pois se um anjo proclamar outro evangelho, deve ser considerado maldito(Gl 1.8). Este ai sem dúvidas não é anjo, nem é Jesus, é apenas um funcionário do diabo querendo levar multidões a seu patrão!!

Viva la revolucion!


É interessante quando ocorre a passagem infância/adolescência, é a fase das mudanças em turbilhão, nesse momento se quer tudo e nada ao mesmo tempo. Mas é também o despertar dos pensamentos que servirão de base a uma vida inteira.

Na nossa juventude elegemos os nossos interesses, hobbies, “heróis”. E, com isso mais ou menos definido, temos a vontade de mudar o mundo. Num curso de história, por exemplo, é bastante comum ver vários indivíduos ostentando camisas, que trazem nas estampas seus “heróis revolucionários”, e destes, Marx e Che Guevara são os preferidos.

A questão da revolução permeia as mentes e os corações. Mas o que é uma revolução? A Astrologia (ciência dos astros) nos diz tratar-se do movimento que um astro realiza ao redor de outro… mas ainda não nos é suficiente, façamos então a mesma pergunta às ciências humanas, então diz aí, o que é revolução? a revolução é uma ruptura, transformação radical da ordem estabelecida, seja ela política, econômica e social. Por conseguinte, a conseqüência de uma revolução é a mudança radical na vida dos povos.

Mudança, esse é o anseio de muitos. E muitas foram as revoluções que ocorreram, quem nunca leu algo ou ouviu falar da francesa, cubana, russa, pois é, mas como elas já são por demais conhecidas, falemos de outra revolução, uma que se iniciou a pouco mais de 2000 anos atrás, por Jesus de Nazaré. Vejamos uma passagem.

Jesus já havia arregimentado os discípulos, pregava o evangelho do reino, e sua fama já corria por toda a Síria e muitos iam a seu encontro levando enfermos, atormentados, lunáticos, enfim, pessoas que sofriam dos mais variados males, com isso uma grande multidão o seguia.

Então, Jesus vendo a multidão, sobe a um monte, senta-se e começa os seus ensinos ao povo e aos discípulos. Essa ocasião é bastante conhecida, foi aí que ocorreu o chamado “Sermão da Montanha”, onde Jesus fala de 9 bem-aventuranças.

A parte que pretendo mostrar para que se veja mais claramente outros aspectos revolucionários, está registrado nos versículos de Mt 5.38-48.

Nesta parte Jesus cita alguns pontos da lei (que norteavam a sociedade de então), bem rigorosos por sinal, saber: 1 – “Olho por olho dente por dente” (a Lei de Talião), 2 -“amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo”.

Com relação à primeira, Jesus sugere que as pessoas não paguem mal por mal, e demonstra na ocasião de alguém receber um tapa, que oferecesse também a outra face. Muitos ainda hoje criticam tal ação e dizem algo do tipo: “eu não sou besta, vou nada, deixar os outros me bater! que nada!”. O resistir ao mal não significa ser um saco de pancadas ou um sádico, mas sim estar disposto a verdadeiramente oferecer perdão, seja qual for o delito sofrido.

Sobre a segunda, Jesus critica uma espécie de “amor panelinha”, o fato de nossa conveniência e facilidade em demonstrar amor para com nossos amigos em detrimento dos demais, ele nos diz: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?”(Mt 5.46).

Agora imaginem tudo isso numa sociedade do olho por olho! uma baita proposta de mudança, uma revolução percebe? Se olharmos a nossa sociedade logo veremos muitos pontos que podem e devem ser transformados, a revolução meche com o que está quieto, o apóstolo Paulo já não propôs “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Rm 12.2).

Quando alguém se converte e aceita o sacrifício de Jesus na cruz, abandona o velho homem e suas práticas errôneas, já é nova criatura, eis que tudo se faz novo. Este é mais um exemplo de revolução, é só para mostrar que tem várias em andamento, as misericórdias do Senhor se renovam a cada dia.

É isso aí, e dessa revolução você pode participar como agente revolucionário, pregando o evangelho, ou aceitar os ideais da revolução, recebendo a Cristo como salvador. Eu já aderi, e digo mesmo: viva la revolucion!.

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Por: Gleison Gomes

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tá com medo? Pede, que vai sair!


Ta com medo? Pede (ao Senhor), que vai sair!

Texto base: E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias?” (I Reis 19.9)

Onze horas da noite, aproximadamente. Coturnos (botas) encharcados, roupas extremamente molhadas, o cansaço domina nossas mentes. A barriga está gritando de fome, as pernas não respondem mais aos comandos de nossos cérebros e para dificultar ainda mais, uma voz incessante que teima em dizer: “VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR! SE NÃO AGUENTA PEDE PRA SAIR!

Quantos mais ouvíamos isso, tínhamos vontade de continuar, de prosseguir, de mostrar que poderíamos nos superar. Nesta empreitada, um era esteio do outro, existe até um ditado que fala: “a adversidade une”. Isto é verdade. Quanto maiores eram os obstáculos, maior era nossa união. A madrugada avança, aquela noite parece não ter fim. E a voz continua: “VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR! PEDE PRA SAIR!”. Pensávamos: por que não vamos embora? Por que não desistimos de vez? E quando alguém dizia que ia pedir para sair, que não agüentava mais, o pelotão se unia e fortalecia aquele membro cansado e desanimado até que ele desistisse daquela idéia de abandonar o curso.

No horizonte surge algo de novo, as trevas da noite começam a ser substituídas pelo azul marinho do romper da aurora - talvez já fosse mais de cinco horas da madrugada. Aquele raio de luz no horizonte nos fortalecia, o sono e cansaço começava a diminuir e sabíamos que a luz do amanhecer nos traria renovo para suportar mais um dia no objetivo de concluir aquele curso militar. De repente, ouvimos o toque da corneta, era o toque de formatura no acampamento. Todos acreditavam que seria mais um exercício militar, mas para a surpresa da tropa, era o encerramento daquela semana de acampamento militar no Exército. Iríamos voltar para casa, para o conforto, porém, com uma sensação maravilhosa de dever cumprido, de que superamos nossos maiores medos e desafios. Por fim, tínhamos uma certeza: se não fosse a nossa união não teríamos vencido estes desafios! Toda aquela aflição, medo, dores, angustia, se transformaram em ótimas lembranças, em exemplo de superação e de como podemos superar a nós mesmos.

Este pequeno resumo mostra um pouco de minhas experiências profissionais, como soldado do Exercito e como policial militar de um grupo de elite. Mas você pode está se perguntando: O que isto tem haver com Elias? Ou com a vida Cristã? Bem, vou explicar.

Nosso texto base apresenta um servo de Deus que tinha alcançado uma vitória espetacular sobre seus inimigos (I Rs 18.40), era um homem destemido ( a exemplo de nossos soldados), enfrentava os obstáculos de frente, como fez com os falsos profetas de Baal e de Aserá (I Rs 18). No entanto, ele sentiu-se cansado, desanimado e com medo (I Rs 19.4) perante seus maiores desafios. Teve medo de perder a vida, estava cansado e sentia-se sozinho. Qual foi a solução que Elias encontrou? Preferiu esconder-se em uma caverna(I Rs 19.9).

Quantos servos de Deus têm agido da mesma forma diante das adversidades de nosso tempo! Tem buscado as “cavernas da vida”, a exemplo de Elias, estão em depressão, sentindo-se sozinho, acreditando que a tribulação não vai passar! Meus amados o medo faz parte da natureza humana, ele é um sinal de auto preservação, o medo nos garante o cuidado com nossa vida e nos dá cautela para agir. Elias teve medo, os militares de nosso exemplo tiveram medo, talvez você esteja com medo de não superar tantas dificuldades. Contudo, o Senhor não desampara seu servo fiel, Ele apareceu ao profeta, logo ao amanhecer, com uma voz suave e delicada (I Rs 19.12) garantido que Elias não estava só, ainda tinham sete mil joelhos que não se dobraram aos deuses (I Rs 19.18) e estes companheiros iriam fazer-lhe companhia.

Mesmo que muitas vozes estejam lhe dizendo que “VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR! PEDE PRA SAIR!”, transforme estas palavras em motivação, saiba que é nas noites mais escuras que podemos ver as estrelas mais brilhantes e lembre-se que o Senhor não permite tentação ou provação maior do que podemos suportar ( I Cor 10.13), e sabe aquele amanhecer, não me lembro de um mais bonito que aquele! Talvez seja porque ele veio após uma noite de forte tribulação, talvez porque ele representou a vitória sobre um grande desafio. Mas uma coisa posso garantir é após uma noite de choro que surge a alegria (Sl 30.5), é após nossas maiores lutas que contemplamos grandes vitórias!

Elias passou a noite na caverna, mas foi ao amanhecer que o Senhor lhe apareceu e o fortaleceu para continuar sua jornada. A noite que passei com meus companheiros também foi dura e difícil, mas foi com o amanhecer que contemplamos o fim do sofrimento e o início do gozo em vencer mais este obstáculo. Não desanime! Saia da caverna! E saiba que sempre teremos esta promessa: “Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça[...]” (Ml 4.2a), nascerá sempre a esperança em Cristo Jesus!



Autor: Jefferson Rodrigues

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Rir ou não rir? Eis a questão!


Estava na empreitada monográfica da UESPI, no ofício de historiador, fazendo as leituras pertinentes a meu objeto de estudo, o humor, quando deparei-me com um texto que tocava num assunto que jamais ouvira falar ou pensar, o riso na Bíblia.

Foi na obra “Uma história cultural do humor” (Record, 2000, 300 p.), onde o historiador francês Jacques Le Goff traz um artigo bem interessante intitulado “O riso na Idade Média”.

Em suas pesquisas Le Goff deparou-se com idéias que lhe chamaram a atenção, como a obra “Literatura européia e a Idade Média”, de Curtius, a qual fazia referência ao fato de que, sobretudo em círculos eclesiásticos, do começo do cristianismo ao fim da Idade Média, as pessoas perguntavam se Jesus alguma vez rira em sua vida terrena.

Le Goff aponta que ao mesmo tempo, outra idéia circulava por toda a Idade Média, a tese de Aristóteles que diz que o riso é um traço distintivo do homem, o homem cuja característica mais marcante é o riso.

O interessante, que Le Goff aponta, é que em torno do riso, criou-se um caloroso debate, pois se Jesus, o grande modelo para a humanidade não tenha rido uma vez sequer em sua vida humana, então o riso se torna estranho ao homem, pelo menos a um homem cristão. Contudo o historiador não encontrou nenhuma heresia do riso nas visões dos autores eclesiásticos.

Se buscarmos uma visão bíblica, não encontraremos nenhuma referencia direta do tipo “Jesus riu” ou “Jesus sorriu”, como encontramos “Jesus chorou” (Jo 11.35), mas podemos inferir a partir da verificação de sua vida (ele foi 100% homem e 100% Deus) onde chorou, teve fome (Lc 4.2), maravilhou-se (Mt 8.10), enfim, como ser humano tinha as características de homem, partilhava das mesmas sensações corporais, assim é normal que também tenha se alegrado, e também rido.

Outro ponto que nos chama atenção na pesquisa de Le Goff, se refere a existência de tipos de riso, o autor diz

Parece-me que a distinção básica do Velho Testamento continuou a ter peso por longo período, mas em formas novas e renovadas, a saber, a separação entre dois tipos de riso bem diferentes, para os quais o hebraico possui duas palavras bem distintas. A primeira é Sâkhaq, o “riso feliz, desenfreado”, e a outra é lâag, “riso zombeteiro, maligno”. (p.76).

Segundo Le Goff, a primeira palavra deu nome a Isaac (Isaque) que significa “riso”. Assim vemos que o nome de Isaque, filho de Abraão e Sara, denota riso feliz, mas que na história antes de seu nascimento, vê-se um exemplo do riso zombeteiro. O relato bíblico, em Gênesis 17 e 18, nos mostra que Deus anuncia a Abraão que ele seria pai, aos 100 anos de idade e sara aos 90.

Sara, que estava atrás da tenda, ouvia essa conversa, e ao saber que teria um filho na velhice riu da situação (Gn 18. 9-16) e depois quando inquirida de porque riu, negou que houvesse rido, mas logo foi repreendida por mentir.

Uma das referencias bíblicas mais interessantes em relação ao riso feliz, encontra-se no livro dos Salmos, o de número 126. Nele o salmista louva a Deus, pelo livramento do povo que estava cativo, assim

Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o senhor por nós, e, por isso, estamos alegres. Os que semeiam em lágrimas segarão som alegria. (Salmos 126. 1, 2, 3, 5).

Humor e riso é uma questão por demais instigante, como cristãos parece-nos mais útil praticá-lo com decência e certo cuidado, pois as pessoas não são iguais, muitas se irritam facilmente por simples brincadeiras, outras são “bobos da corte em pessoa” tirando “sarro” até de si mesmas sem constrangimento algum.

O certo é que sem humor a vida parece chata, monótona, e uma boa risada ajuda não só a quebrar “climas de gelo”, promovendo entrosamento entre as pessoas, mas também contribui para amenizar os percalços de cada dia.

autor: Gleison Gomes

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vai querer um espinho na Carne?



Quem gostaria de um espinho na carne?

Texto base: E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. (II Cor 12.7)”

Você já percebeu como nós, seres humanos, ocidentais, somos induzidos pela aparência, pelos títulos, pela glória? E numa sociedade diretamente influenciada pela estrutura capitalista, que nos induz a sempre “ir mais longe”, a nunca nos sentirmos felizes com aquilo que temos, este fato é identificado claramente. Devemos sempre estudar mais, trabalhar mais, enriquecer mais, sempre mais e mais... Este é o nosso lema! É ou não é? Para atingir este objetivo vale de tudo, trapacear, ser egoista, mentir e respeitar somente aqueles que possam nos levar ao "topo".

Infelizmente toda esta dinâmica secular, que deveria estar distante do formoso corpo de Cristo, está presente também no meio da igreja. São irmãos buscando a sua própria glória, buscando “dar rasteira” no outro, tudo com a finalidade de atingir seus objetivos: alcançar sempre mais. São pessoas que esqueceram os ensinos do mestre Jesus que [...] esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”(Fp 2.7), nos dando o melhor exemplo de qual é a gloria do cristão. Sabemos que ser reconhecido pelos seus trabalhos, ou por tudo que temos feitos é algo extremamente valoroso, inclusive o Apóstolo Paulo diz que “a quem honra, honra” (Rm 13.7b), no entanto, todos querem um cargo na Igreja - de preferência um de grande importância e que tenham muitas pessoas para administrar - todos querem um título – pode ser até o de patriarca, como alguns foram recentemente declarados. Mas será que buscam com o propósito de exaltar o nome do Senhor Jesus? É possível. Mas o que temos visto nos prova o contrário.

Tais “obreiros” não percebem que estas “honras” trazem consigo inúmeras responsabilidades, e mais, nos levam a sempre considerar o irmão maior do que nós (Fp 2.3). Paulo nos afirma que se alguém deseja ser um trabalhador da obra do Senhor, este deseja excelente coisa (I Tm 3.1), porém ele também nos ensina que estas pessoas deveriam, entre outras coisas, serem simples, modestos, não ganancioso, hospitaleiros e etc. Agora faça uma analise, tem sido fácil encontrar estas características naqueles que se propõem a guiar o povo de Deus? Acredito que não. E afirmo mais: o motivo está justamente na procura pelo sucesso, pela “fama” no meio cristão, na procura de ser bem sucedido na carreira de pregador ( agora é conferencista, deve ser mais chique [risos] ), de cantor, de palestrante, de “operador” de milagres e etc. É a síndrome capitalista que domina a mente de muitos cristãos, pois semelhante a um empresário de sucesso que tem que chegar ao topo, estas pessoas buscam também o “topo”, esperam que seus ministérios sejam melhor que o do outro. Alguém pode dizer que é zelo pela obra, porém eu prefiro dizer que isto é exaltar-se a si mesmo usando para isso o Santo Nome de Jesus!

Nosso texto base apresenta o oposto do que temos visto em nossos dias. Paulo tinha todas as características para se exaltar diante da sociedade judaica e também romana. Era um homem que estudou nas melhores escolas judaicas, aos pés do famoso mestre da Lei Gamaliel, era descendente da Tribo de Benjamim (uma linhagem considerada pelo povo de Israel), era cidadão romano livre (titulo extremante considerado pela sociedade romana), um ferrenho defensor da Lei e ocupava alto cargo como líder Fariseu. Ele chegou no “topo”! Porém, todas estas credenciais foram consideradas pelo Apostolo como esterco (Fp 3.8), como escória, como perda, pois este não era seu objetivo como servo de Deus, seu alvo agora era a Pátria Celestial (Fp 3.20). Sabemos que Paulo teve que sofrer duras provas para chegar a esta conclusão, porém, ele não deixou que suas credenciais falassem mais alto em seu ministério, nem desistiu por que não “prosperou” ainda mais, e quando Paulo pensou em exaltar-se foi lhe dado um espinho na carne (II Cor.12.7) para que ele sempre lembrasse que sem o Senhor nada seria (II Cor 12.9). É interessante notar que esta passagem ocorre por volta de 55 d.C., e seis anos mais tarde, quando Paulo esteve preso em Roma, ele escreve aos felipenses, mostrando que aquela provação (espinho na carne) tinha sido bem proveitosa em sua vida, pois ele não deixou que o homem carnal se sobressaísse ao espiritual, ele aprendeu que não precisava de nada disso, que a graça do Senhor lhe bastava (II Cor 12.9) e que poderia tudo, mas no Senhor Jesus que o fortalecia (Fp 4.13).

Agora me digam quantos apóstolos, bispos, “patriarcas”, pastores televisivos ou não estão dispostos a fazerem um caminho de “retrocesso” como Paulo ou como o próprio Jesus, que ao invés de crescerem, de ter uma rede de televisão gigantesca ou um jatinho particular para “realizar a obra”, tiveram rejeição, prisão, perseguição e por fim mortes dolorosas. Quantos estariam dispostos a viverem com um espinho na carne e mesmo assim pregarem o Evangelho do Reino? Suponho que poucos de nós.

Deixo por fim a pergunta: E você, gostaria de um espinho na carne para aprender a depender mais do Senhor Jesus?



Autor: Jefferson Rodrigues

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cardápio de Cristo? O que vai pedir?



O cardápio de Cristo

Texto base: Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.” (I Cor 1.12)

Quando chega o final de semana é costume minha família e eu procurarmos um local agradável para fazermos um “programa de crente”, ou seja, comer e tomar refrigerante [... risos]. Sempre fica a indagação: o que vamos comer hoje? Às vezes queremos algo mais leve e exótico, optamos por um sushi ou sanduíche frio. Às vezes queremos algo mais suculento, não resta outra opção: a velha e boa picanha. Outras vezes mandamos ver naquela tradicional comida de “crente”, pizza, em especial de carne de Sol (uma deliciosa iguaria nordestina) e assim por diante, até encontrarmos algo que nos agrade e satisfaça o desejo momentâneo de nossa barriga.

Mas o que isto tem haver com a Igreja de Cristo? Infelizmente, na atualidade, tem tudo haver! Encontramos diversas denominações que se consideram a “última coca-cola do deserto”. São igrejas onde são as únicas detentoras da autoridade e do poder de Jesus Cristo. Tem para todo gosto, semelhante ao que ocorre com um cardápio de restaurante. Elas se adaptam as necessidades modernas, apresentam um Cristo (quando o apresentam) semelhante a nossos fast-foods importados diretamente dos Estados Unidos.

Alguém pensa: “Estou desempregado e falido. Para onde vou recorrer? É só ligar a TV nas madrugadas que esta pessoa irá encontrar a solução para seu problema. Seria Cristo? É Claro que não! A solução está na Igreja Universal, pois “depois que vim para IURD minha vida financeira mudou”. Essas pessoas transferem a Glória que só é devida ao Criador para a denominação que ela está frequentando. Contudo, não condenamos a prosperidade financeira, porém não há respaldo na vida e nos ensinamentos de Cristo para esta busca desenfreada por riqueza e prosperidade financeira, a final a prosperidade bíblica está ligada não apenas a riquezas e dinheiro, mas está relacionada diretamente a uma família estruturada e centrada naquele que é digno de honra e de toda glória: Jesus! Paulo nos afirma que: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Flp 3.8). Ele nos afirma que perdeu todos os seus méritos humanos para seguir a Cristo e que seu objetivo agora não era bençãos materiais, mas era a pátria celestial (Flp 3.20). Com isso não podemos apoiar esta busca desenfreada por glória entre os homens.

Outra pessoa diz: “tenho uma enfermidade que não consigo a cura. Aonde vou encontrar solução para meu problema?” Em Cristo? Novamente não! A solução é simples, basta apenas um toque do apóstolo Valdomiro, pois conforme matéria publicada pela revista Isto É:

Aos 61 anos, a católica catarinense Aledir Lachewtz, 61 anos, levou fotos e roupas de sua tia octogenária que sofria com um edema pulmonar para serem abençoadas em um culto na IMPD. “Os médicos diziam que não tinha mais jeito”, conta Aledir. “Mas, depois das bênçãos, novos exames não apontaram mais nada. O apóstolo tem muito poder de cura.” (ver matéria completa em: http://noticias.gospelmais.com.br/isto-e-reportagem-apostolo-valdemiro-santiago-igreja-mundial-integra.html)

Ou seja, quem tem o poder de cura não é Aquele que morreu na cruz e que levou todas as nossas enfermidades. Quem possui o poder de cura é o apóstolo Valdomiro. Tal fato me preocupa, não porque sinais e cura não existam em nossos dias. O que me causa admiração é ligar a TV e ver estes testemunhos onde afirmam que apenas naquela denominação há operação do poder de Jesus. Como diz Paulo em I Cor 1.12,13: “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?”. Quem realmente pode realizar o milagre? É claro que é Jesus! Não é a denominação, ou o apóstolo fulano ou bispo cicrano, ou ainda o pastor Zé das quantas. Foi Cristo que morreu e ressuscitou por nós e somente a Ele foi “dado todo poder nos céus e na Terra” (Mt 28.28)

E porque que então temos vistos tais ministros “prosperarem”? Aponto dois motivos, são eles:

1. Semelhante a diversidade de cardápios que atendem a necessidade alimentar que temos, conforme a ilustração inicial. Tais ministérios oferecem o que a necessidade momentânea de cada pessoa exige. É dinheiro? Temos a solução, basta depositar sua fé através de uma doação. É cura? Basta vir para a nossa denominação, pois somente aqui Jesus opera. Não gosta de regras? Temos um “evangelho” bem mais moderno e tolerante para você, e este saiu agorinha do “fogo” (adivinha de qual fogo?). Enfim, temos algo que se adapte ao que você deseja, aquilo que sua “barriga” pede!

2. Outro ponto é que o Senhor permite que tais coisas aconteçam, pois não é bom que se separe o joio do trigo antes que venha o tempo da colheita, quando o trigo será separado do joio e lançado no fogo para ser queimado (Mt 13.30). Afinal, mesmo que seja por ganância ou em busca de mérito próprio, o que importa é que o Evangelho de Cristo seja pregado (Flp 1.18). Porém meus queridos, a semelhança do povo de Deus que em meio ao deserto murmuraram e rejeitaram a promessa da terra prometida e mesmo assim, Deus permitiu que toda a congregação e seus animais bebessem da água que saiu da rocha (Nm 20.8) e nenhum deles alcançaram a promessa, exceto Josué e Calebe, que não apenas beberam da água, mas acreditaram que algo muito melhor lhes esperava na Terra Prometida por Deus, assim também acontecerá com esta geração se não priorizarem a promessa em detrimento das bençãos atuais.

Amados, tenha em mente o seguinte: ainda que vejamos sinais, prodígios e maravilhas, todas estas coisas não lhe garantirão a entrada na Terra Prometida por Jesus (Mt 7.21). O que nos da certeza de que Jesus “está no negócio” é a pregação do Evangelho, centrado na Santa Palavra de Deus e que seja repleto de submissão ao Altíssimo. E ainda que sinais e maravilhas ocorram, elas são obras do Mestre Jesus e a glória deverá ser dada somente a Ele, conforme Pedro e João (At. 3.11-13) fizeram, após realizar um grande milagre no Templo.

Isto tudo mostra que não importa a denominação que façamos parte, o essencial é o Evangelho ser pregado de forma genuína e confiar que o Senhor está disposto a responder nossas orações conforme a Sua Santa e perfeita vontade!

Autor: Jefferson Rodrigues