sábado, 10 de dezembro de 2016

ESTUDO SOBRE O NATAL: POSSO CELEBRAR?




Por Jefferson Rodrigues

Texto base: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaias 9.6)
Ao se aproximar o final do ano vemos ocorrer mudanças em toda parte. São luzes, cores, enfeites e por todo lado um apelo ao comércio e à troca de presentes. São apelos comerciais que em nada lembra o real significado da festa em questão, ou seja, o Natal. Por outro lado, uma dúvida surge no meio cristão protestante: devo ou não participar das comemorações natalinas? Tentaremos com este artigo expor, sem extremismo típico de seitas, nosso ponto de vista sobre tal festa, sempre tendo como base a Bíblia e apoiado pela História da Igreja Cristã.
· O Natal na História da cristandade.
No início de minha caminhada em pesquisas teológicas confesso que assumi posições extremistas quanto a história do natal, contudo, com o aprofundar em pesquisas e após me balizar em sábios mestres da Palavra de Deus, pude entender que nem tudo é como acreditamos ser. Muitos fatos, como a possível origem pagã da festa, são comprovados por historiadores; porém, entenderemos melhor como seguiu a história da festa.
De acordo com uma publicação apresentada pela Revista Super Interessante, em dezembro de 2006 (VEJA AQUI), tal comemoração é um reflexo de festas celebradas pelos povos conquistados e anexados pelo Império romano. Esta solenidade era conhecida por Natalis solis invicti, ou Nascimento do Sol Vitorioso. Esta comemoração acontecia no Solstício de inverno, onde em 25 de Dezembro (dia 20 ou 21 no calendário atual) ocorreria a noite mais longa do ano e após uma noite de medo em não haver mais luz, o Sol nasceria novamente renovando as esperanças dos povos românicos. Segundo o teólogo pentecostal Severino Pedro da Silva “o dia 25 de dezembro é mencionado na História como sendo Natal pela primeira vez em 354” (Teologia Sistemática Pentecostal, Silva, 2008, p.132) e com aceitação (313 d.C.) e posterior institucionalização do cristianismo como religião oficial do império romano (391 d.C.), tal data seria mudada em homenagem ao nascimento de Cristo, o Sol da Justiça (Malaquias 4.2), que é a luz verdadeira(João 8.12).
É neste ponto que surge uma velha polêmica: como um cristão pode comemorar uma festa de origem pagã? Ou ainda, tal data foi criada pela Igreja católica paganizada, portanto, não deve ser comemorado pelos cristãos protestantes. Não pretendo persuadir ninguém, mas mostrarei meu ponto de vista. Vejamos:
1. "O Natal é uma festa de origem pagã". Ainda que tal festa tenha origem em uma solenidade pagã, torna-se razoável que tal cerimonia de idolatria fosse mudada para uma comemoração cristã, onde o Salvador veio ao mundo, ou como afirmam Thiago Minami e Alexandre Versignassi (2006) em artigo para a revista Super Interessante, “[...] enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas [paganismo] crescia em Roma: o cristianismo.” Seria como se hoje, os dias referentes ao Carnaval, fossem mudados pela lei para um dia em homenagem a Jesus, onde o Brasil deveria adorá-lo. Trataremos mais adiante deste ponto.
2. "É valido comemorar uma Festa criada pela Igreja Católica romanizada"? Esta segunda indagação requer que a analisemos por uma ótica histórica. Em primeiro lugar é valido ressaltar que durante os séculos IV e V não havia outra religião cristã, se não a oficial romana. E as que haviam eram todas consideradas (e ainda hoje o são) como seitas perigosas e que ainda lançam seus tentáculos sobre o mundo moderno. Exemplo disto é o perigoso Arianismo onde nega a Divindade de Cristo, ou mesmo o Gnosticismo e o Agnosticismo, seitas que negavam a humanidade e a deidade de Jesus. Tal heresia é claramente combatida por João em sua primeira carta (1 João 4.3) e pelo Apostolo Pedro em suas epístolas. Em face disto, entendemos que historicamente e institucionalmente a Igreja Cristã predominante neste período era a romana. Contudo nem mesmo tal denominação entende a data de 25 de dezembro como data real no nascimento de Cristo. Vejamos o que o teólogo Católico Gian Luigi Morgano, diz sobre tal comemoração:
“[...] o culto ao sol tornou-se símbolo da luta pagã contra o cristianismo. A principal festa desse culto era celebrada no "Solstício de inverno, no dia 25 de dezembro" , porque representava a vitória anual do sol sobre as trevas. Para afastar os fiéis dessas celebrações idolátricas ,com base numa temática bíblica ( cf. Ml 4,2; Lc 1,78; Ef 5,8-14) , a Igreja de Roma deu a tais festas pagãs um significado diferente”.( Padre Gian Luigi Morgano, disponível em: www.catequisar.com.br)
Portanto, a própria Igreja romana reconhece a origem pagã desta festa e aponta sua substituição como forma de evangelizar povos bárbaros inteiros. Assim, mesmo que tenha sua origem neste tipo de comemoração, como apontamos anteriormente, é valido e especial o evento natalício e aceitamos que em seu contexto histórico, tal substituição foi valida e aceitável como forma de evangelização de povos “bárbaros”.
· A Bíblia nos orienta a festejar o nascimento de Cristo.
O Evangelho de Lucas, em seu capítulo 2, deixa claro o momento especial em que o Salvador veio ao mundo. Outrossim, já no Antigo Testamento os profetas nos orientavam para o nascimento do menino Deus (Isaias 7.14; 9.6). Eis o mistério, Jesus Deus, se fez homem e veio como uma criança, mostrando a humildade característica de seu ministério. Não obstante a isto, o momento do nascimento de Cristo foi algo espetacular e digno de ser comemorado. Vejamos:
1. Os anjos celebraram o nascimento de Jesus (Lucas 2.13,14):E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Ora, se os seres celestiais louvaram e celebraram o nascimento de Jesus, por que razão não poderemos fazer o mesmo? Nada mais aceitável a nós cristãos do que lembrarmos, não importa a data ou mês o nascimento do menino Deus, personificação do Amor de Deus aos homens (João 3.16; Felipenses 2.8-10)
2. Os astros celestiais também o fizeram (Mateus 2.9): E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.” Perceba que uma estrela (astro celestial) brilhou mais intensamente e direcionou os magos( que não eram três, pois a Bíblia nada fala sobre isto) até a casa onde Jesus estava. Tudo isto com a finalidade de adorá-lo, de cultuar o único que é digno de todo louvor e toda Glória.
3. Os homens celebraram (Lucas 2.17 e Mateus 2.11): Nestes episódios percebemos tanto homens simples, como nobres celebrarem e adorarem ao menino Deus. No primeiro caso foram os pastores que estavam trabalhando, eles divulgaram a novidade e ficaram maravilhados com a noticia dada pelos anjos. No segundo grupo estavam os Magos, sem dúvidas homens nobres (sacerdotes ou sábios, conforme apresentado em Daniel 2.2), que pelos presentes ofertados mostravam realeza de Cristo e nobreza dos Magos vindos do oriente. Estes dois grupos representam a humanidade e nos apontam para a adoração não só da criança, mas do Deus humanizado e exaltado Jesus Cristo.
Por todas estas razões expostas considero louvável a comemoração natalina, independente da data que se escolha para tal, pois não há uma data historicamente correta sobre este momento. Todavia, se pela história da cristandade ocidental convencionou-se a data 25 de dezembro, podemos como servos de Deus aproveitar este momento e nos esvaziar de tudo que o mundo capitalista fez desta data, nos esvaziar de todo Papai Noel e por fim proclamar, assim como fizeram os pastores em Belém, a vinda do Salvador ao mundo, o nascimento de Menino Deus (Isaias 9.6), portanto “E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” (Lucas 2.12-14). Em face ao exposto, concluo acrescentando ainda a nota de advertência constante na Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, onde nos fala:
“O pequeno e impotente bebê cresceu, teve uma vida surpreendente, e morreu por nós, ressuscitou, ascendeu aos céus e voltará a este mundo como Rei dos reis. Cristo governará o mundo e julgará todas as pessoas de acordo com a decisão que cada um tomou a respeito dEle. Você ainda vê Jesus como um bebê em uma manjedoura ou Ele é o seu Senhor? Tenha a certeza de não subestimar Jesus. Deixe-o crescer em sua vida!”(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, 2003, p.1345)
Jubilosamente em Cristo,
Jefferson Rodrigues




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus- CPAD, 2003.
CAIRNS, Earle Edwin. O cristianismo através dos séculos: uma Historia da Igreja Cristã. 3º edição revisada e ampliada, São Paulo, Vida Nova, 2008.
GILBERTO, Antonio et Al.Teologia Sistemática. 2º Edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus- CPAD, 2008.
HORTON, Stanley M.(org). Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. 1º edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus- CPAD, 1996.
MINAMI, Thiago; VERSIGNASSI, Alexandre. A verdadeira história do Natal - Revista super interessante/ edição 233, dezembro de 2006. Disponivel em: http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_192443.shtml. Acesso em 01/12/2011.
MORGANO, Gian Luigi. Natal: sua história e espiritualidade. Disponível em: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/natal/15.htm, acesso em 01/12/2011
SILVA, Severino Pedro da. Cristologia- a Doutrina de Cristo. In: GILBERTO, Antonio et Al.Teologia Sistemática. 2º Edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus- CPAD, 2008.
RADMACHER, Earl (org). O novo comentário bíblico NT, com recursos adicionais. 1° edição, Editora Central Gospel, Rio de Janeiro, 2010.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

5 PASSOS PARA MATAR UM CRISTÃO FRACO NA FÉ


Por Jefferson Rodrigues

Texto base: Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. (Romanos 15.1)
Depois de analisar alguns depoimentos de novos convertidos, e de irmãos que se reconciliaram, bem como de tantos outros que ainda encontram-se desviados, decidi elaborar cinco passos (e poderíamos citar muitos mais) que você poderá dar para “matar” (espiritualmente é claro!) um irmão (ã) que se encontra fragilizados em sua fé . Vejamos:
1. Nunca cumprimente ou abrace-o após sua decisão por Cristo ou reconciliação. Se você deseja realmente que este irmão, que acabou de enfrentar seu ego e decidiu entregar sua vida a Cristo ou pediu perdão público pelo seu pecado, não permaneça na SUA Igreja, NUNCA, mais NUNCA mesmo demonstre afeto por ele (a) e muito menos deixe que este irmão (a) compartilhe com você a alegria de abandonar sua vida mundana e pecaminosa.
2. Jamais demonstre interesse por sua vida pessoal. Quando você encontrar este irmão (a) não faça perguntas tolas, do tipo: Como foi o seu dia (ou semana)? Sua família está te dando força nesta nova caminhada? Você está precisando de ajuda para conhecer melhor a Bíblia ou o ambiente da Igreja? Lembre-se que fazendo isto ele poderá se sentir em família e pode querer continuar em SUA Igreja.
3. NUNCA, em hipótese NENHUMA, faça uma visita. Uma pessoa que viveu uma vida inteira, ou parte dela, cercada por pessoas que nada tem haver com Evangelho, não vai precisar de novas companhias cristãs, afinal tudo que ela precisa aprender, dividir e compartilhar poderá ser feito nos 10 minutos após o final do culto, do lado de fora do portão da Igreja.
E não esqueça: se ele (a) não pediu uma visita é porque não quis!
4. Não convide esta pessoa para participar dos eventos e das atividades da Igreja. Caso você faça isto ele (a) não irá abandonar a Igreja conforme o planejado e você não terá sucesso em seu propósito, pois ao se sentir parte da Igreja participando dos eventos e atividades ele (a) não sentirá mais desejo de estar ao lado das velhas companhias.
5. Você não deve se sentir culpado por ele (a) estar se afastando da Igreja. Este é o passo mais importante! Esqueça aquele besteirol ensinado na Parábola das 100 Ovelhas (Lucas 15.3-7), onde o Bom Pastor deixa 99 ovelhas saudáveis no aprisco (Igreja) para ir atrás de APENAS 1 (UMA) que se havia perdido e traz ela de volta nos ombros cheio de alegria. Coloque sempre a culpa nesta pessoa que não teve a capacidade de interagir com o seu grupinho ( irmãos?), ou ainda não possuiu a força de vontade suficiente para abandonar sua vida antiga. GUARDE BEM: Você não precisa mudar em nada, quem chega na Igreja ou se reconcilia é que precisar se adaptar a você!
SE VOCÊ CONSEGUIU REALIZAR TODAS ESTAS ETAPAS COM LOUVOR, “MEUS PARABÉNS”! AGORA VOCÊ JÁ PODE SER CONSIDERADO UM MATADOR DE IRMÃO (A) FRACO NA FÉ!

Clamando pela misericórdia de Cristo,
Jefferson Rodrigues.

sábado, 22 de outubro de 2016

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E AS FALSAS DATAS PARA A VOLTA DE JESUS

Por Jefferson Rodrigues

*Nota: Este texto é adaptado do nosso livro Últimos Dias. Adquira o seu!
Apesar de hoje possuírem uma extensa rede presente em vários países do mundo, as Testemunhas de Jeová (T.J) tiveram sua origem a partir das ideias nada bíblicas sobre a volta de Cristo do seu fundador, Charles Taze Russell. Ele havia previsto o "retorno invisível" de Jesus em 1874, que "prepararia" a sua Segunda Vinda em 1914. Segundo o próprio Russell: “A batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso (o Armagedom) terminará em 1914, com a derrocada completa do governo do mundo [...] e o estabelecimento de Cristo”[1]. Para ele, 1914 seria o fim da era dos gentios, fato que se mostrou uma falácia inigualável.

Ele morreria em 1918, deixando aos seus sucessores a difícil tarefa de explicar por que o fim não chegou no ano previsto, ou seja, 1914. A solução encontrada por seus seguidores, foi apontar 1914 como o ano do retorno invisível de Jesus, que antes fora previsto para 1874 (data que seria posteriormente varrida pra debaixo do tapete). Assim, o periódico “Seja Deus verdadeiro”, na página 284, declara: “Na primavera de 1918, veio o Senhor, e começou o juízo, primeiro da ‘Casa de Deus’ e depois das nações deste mundo”[2].

Imagem da "Casa dos Prícipes", criada por Rutherford.
Afinal, a Primeira Guerra Mundial era um evento importante demais para não ser aproveitado como evidência, já que - bem ou mal - eles haviam previsto alguma coisa estranha para aquele ano, só não contariam que um evento exponencialmente maior e mais devastador  se iniciaria 21 anos depois, era a Segunda Grande Guerra Mundial. Só que as previsões para o fim do mundo não parariam por aí. O segundo presidente da Sociedade Torre de Vigia, Joseph Franklin Rutherford, faria ainda uma previsão para 1925, quando os profetas do Antigo Testamento seriam ressuscitados.  Para acomodá-los (fisicamente falando), Rutherford construiu a casa conhecida como Beth Sarim ("Casa dos Príncipes"), e - já que felizmente ninguém viu Isaías e Jeremias andando por aí - depois de 1925 a "hospedaria profética" sem uso acabou se tornando sua própria residência, onde morreria em 1942.

Um novo fim do mundo seria ainda previsto para 1975. A Torre de Vigia alegava que a criação do homem completaria 6.000 anos naquele ano específico. E como em uma semana cujos dias equivalem a 1.000 anos (2ª Pedro 3:8), os próximos 1.000 anos seriam uma espécie de "milênio sabático".  Mais uma vez a data passou em branco, e atualmente nenhuma testemunha de Jeová conhece tal previsão.
Diante de tais fracassos, só podemos reafirmar o que Jesus nos ensinou sobre a sua volta: Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai (Mt 24.36). Tais falsas profecias nos servem como advertência contra tais grupos religiosos, afinal, não são poucas as admoestações bíblicas contra falsos profetas (Mt 7.15-20;Rm 16. 17,18;  1 Ts 5.20,21; 1 Tm 6.3-5; 1 Jo 4.1). Não cedamos espaço para tais ideias! Fiquemos vigilantes e prontos para a vinda de Jesus a qualquer momento!
Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Em Cristo, Jefferson Rodrigues




[1] RUSSEL citado por OLIVEIRA, 2002, p.63
[2] OLIVEIRA, 2002, p.63

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

E SE EU PECAR??


Por Jefferson Rodrigues

Texto base: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor [advogado] junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I Jo 2.1, NVI)
* Nota: Este texto foi publicado neste blog originalmente em 21/07/2012, porém, nunca foi tão atual! Espero que edifique sua vida, como tem me edificado hoje, 4 anos após sua publicação inicial.
Esta semana, durante o serviço de rotina, no turno da tarde, me deparei com um caso que me fez refletir sobre até onde pode ir o sentimento de culpa em uma pessoa, em especial, em nós cristãos. O caso foi o seguinte:
Por volta das 16:00h seguiamos por uma importante avenida da zona Sul de Teresina, o trânsito muito intenso, quando ao longe minha equipe e eu contemplamos um aglomerado de pessoas, já nos questionavamos sobre o que seria, talvez um assalto, uma briga, ou o mais provável, um acidente de trânsito. Não era nada disso. Sentada no meio fio, sendo consolada por um homem com um uniforme de uma empresa, de cor azul, estava uma jovem que não tinha mais que 20 anos, branca, de cabelos negros, com o aspecto frágil, pele pálida e aparentando uma forte opressão. Aquela jovem que poderia estar vivendo o auge de sua vida, que poderia ser um exemplo de felicidade, de vigor, acabara de tentar o suicidio!
Foi uma cena chocante e ao mesmo tempo reflexiva. Sabe aquele homem que a consolava quando chegamos? Era um servo de Deus que passava pelo local e agora orava por ela, mostrava que ela tinha valor para Deus, e nada do que ela tinha feito importava mais para o Senhor, dizia que alguém a amava mais que qualquer pessoa na Terra, este alguém era Jesus. Neste momento, uma manifestação demoniaca aconteceu, a jovem começou a salivar, a se contorcer ao chão, meus companheiros de trabalho ficaram assustados – estavam acostumados com outros tipos de situações. Mesmo com esta cena posta, um pequeno círculo de oração se fez naquele lugar - já não parecia uma ocorrência policial, mas sim espiritual! Foram momentos de orações e através da misericórdia do Senhor aquela jovem retornou as suas faculdades naturais, estava liberta daquela opressão demoniaca. Algo surpreendente aconteceu, pois, sentada ali mesmo, no meio fio de uma grande avenida, aquela jovem abraçou o irmão e chorou. Diante de um grupo de curiosos confessou a Jesus como Senhor de sua vida, e já não parecia tão frágil.
Logo seu irmão chegou, alguém havia informado à seus familiares. Não me contive, queria esclarecer a dúvida que me pertubava. De início perguntei se a garota tinha crises depressivas constantes. Prontamente me veio um sim. Logo emplaquei outra pergunta, que na realidade era o que eu queria saber. Perguntei se era probelma com namorado e o jovem respondeu positivamente. Não tive dúvidas em constatar, que aquele caso tratava-se de mais um em que jovens não sabem lidar com o namoro ou com o pecado ocasionado com o namoro, quando este namoro não está na vontade do Senhor. É ai que o inimigo se aproveita da fragilidade humana e mostra que nada vale apena, e diz que o melhor seria morrer. ( I Pd 5.8)
Eu não sei o que houve com aquela garota, sei porém, que o amor do Senhor lhe foi apresentado e que a misericordia de Deus à alcançou, pois se assim não fosse, ela teria conseguido atingir seu objetivo inicial, morrer. Ficou uma indagação em meu coração: como nossos irmãos, em especial jovens, lidam coma queda ou com a possível falha na caminhada cristã? Aquela jovem talvez não conhecesse a Jesus (confesso que não sei), mas os nossos irmãos, como suportam isso sem ceder as investidas do inimigo?
Não pretendo de forma alguma apontar uma formula mágica contendo a receita exata de como lidar com esta situação. Nem quero expor aqui um debate exegético sobre o tema. Quero porém levantar este questionamento, esta possibilidade. Pois o que é posto em nossas igrejas é a infalibilidade do cristão. O viver em santidade deve ser a regra do cristão, porém como agir se houver a excessão de falhar?
Meus amados, quisera eu viver num estado pleno de santidade! Infelizmente todos os dias estamos sujeitos as tentações da carne, as investidas do inimigo de nossas almas (Jo 10.10) e podemos sim, num momento, em que estivermos desatentos, falhar. O importante, porém é saber que, ainda que não sejamos perfeitos, o Senhor nos ama e está disposto a nos perdoar. Ele mesmo nos ensinou a perdoar infinitamente (Mt 18. 21,22). No entanto, é necessário reconhecer nosso erro e mudar de atitude, buscar forças no Senhor, afinal, é Ele que nos concede o livramento (I Cor 10.13), é Ele que nos fortalece quando estamos fracos (II Cor 12.10) e é dEle que vem o nosso socorro ( Sl 121.1). A misericórdia do Senhor é tão imensa que Ele enviou um servo dEle, em meio a uma avenida, em pleno horário de trabalho, para livrar aquela garota. O Senhor tem um cuidado especial. Deus não usou aquele irmão para condenar a jovem, mas usou para levar uma mensagem de libertação para aquela pessoa que tanto precisava. Assim o Senhor faz conosco, mostra o seu infinito Amor (Jo 3.16) e nos perdoa e ainda nos garante a salvação! (Jo 8.11).
Com isso, não estamos concordando com o pecado, pois sabemos que o Senhor é Santo (I Pedro 1.16) e devemos buscar esta santidade. Mas concordamos com João ao dizer que escrevia tais coisas para que os servos do Senhor não pecassem (I Jo 2.1), porém, se por uma infelicidade, por uma falha, por uma fraqueza, eles vacilassem, não deveriam suicidarem-se, nem fisicamente, nem espiritualmente como muitos fazem abandonando de vez o convívio com o Senhor. Antes, porém, deveriam lembrar que tinham um advogado, alguém pronto a interceder por eles, era Jesus Cristo, o Justo. Lembre-se fomos comprados por um alto preço ( I Cor 7.23) e o nosso resgate foi pago com preço de sangue ( I Pd 1.18), portanto, somos especiais para Deus e a semelhança do filho pródigo (Lc 15.11) que foi beijado e abraçado pelo Pai quando retornou para casa, assim somos nós quando percebemos qual é melhor lugar para estar e este lugar sempre será na casa do Pai!

Em Cristo,
Jefferson Rodrigues


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DIA DO PIAUÍ: POR QUE 19 DE OUTUBRO?

Por Jefferson Rodrigues

Se você já parou para observar a bandeira do Estado do Piauí verá que nela há uma inscrição, abaixo da estrela solitária, que data 13 de março de 1823. Não seria correto então inferir que tal data se refere a um evento tão marcante para história do Piauí que mereceria receber o título de DIA DO PIAUÍ? De fato, o evento histórico ocorrido no dia 13 de março de 1823 é um divisor d’aguas na história do Piauí, falamos sobre a honrosa batalha do Jenipapo. Porém, este fato não é oficialmente a data escolhida para ser o Dia do Piauí. A data oficial é dia 19 de outubro de 1822. Mas qual o motivo para celebrar esta data? Será que todos os historiadores concordam com ela? Seria ela a mais honrosa? A seguir explicaremos alguns fatos históricos relevantes sobre esta data.
1822 o ano de mudanças políticas no Brasil.
Era dia 09 de janeiro de 1822, o príncipe regente deveria tomar uma decisão crucial: ficar no Brasil e dar continuidade ao projeto de seu Pai D. João VI ou retornar para Portugal e ser mais submisso (junto com seu pai, D. João VI) as decisões da Corte de Lisboa. Pressionado por um abaixo assinado, coordenado por José Bonifácio e contendo 8 mil assinaturas, o príncipe regente desobedece as ordens das Cortes de Lisboa, que exigiam seu retorno à Portugal, e permanece no Brasil. Entre os objetivos variados das Cortes de Lusitanas, constava retirar os privilégios adquiridos pelo Brasil durante os 13 anos em que a Corte Real esteve no Brasil, favorecendo o seu progresso e reduzindo a dependência direta de Portugal. Era desejo de que o pacto colonial fosse revalidado, junto com todas as suas mazelas para o Brasil. Contudo, D. João VI já havia instruído seu filho a permanecer no Brasil e assim, garantir que a dinastia Bragança Bourbon estivesse controlando os dois reinos, afinal, sabia o velho monarca que “ou façamos nós a independência ou os brasileiros farão”.
D. Pedro I permanece no Brasil, porém, a pressão portuguesa para o seu retorno era ininterrupta. Eram incansáveis as comunicações que exigiam o retorno do Príncipe Pedro à Lisboa.  Segundo o relato de Laurentino Gomes (2010, p.34), em 28 de agosto de 1822 chegam ao Porto do Rio de Janeiro três embarcações carregadas de más noticias para as pretensões de independência do Brasil. Entres as diversas ações proposta pelas Cortes portuguesas podemos dizer que “na prática destituíam D. Pedro do papel de príncipe regente e o reduziam à condição de mero delegado das autoridades de Lisboa[1]”. Ainda anulariam as decisões tomadas por Pedro, reduziriam sua autoridade ao Rio de Janeiro e vizinhanças, além de determinar que todos os seus ministros fossem selecionados por Lisboa. Enfim, acabaria com toda autonomia do Brasil e do príncipe regente.

O príncipe regente estava em viagem entre Minas e São Paulo quando notícias chegaram do Rio de Janeiro. Eram noticias que inquietavam, pois tropas portuguesas se dirigiam para sufocar qualquer oposição existente no Brasil. Já na Colina do Ipiranga – a cerca de 60 km da Vila de São Paulo, destino final de Pedro - o Príncipe recebe as correspondências onde seu mentor, José Bonifácio, o aconselha a tomar uma posição de pronto em relação à Portugal e afirma: “Venha vossa Alteza o quanto antes, e decida-se, porque irresoluções e medida de agua morna [...] para nada servem, e um momento perdido é uma desgraça[2]”. Neste mesmo tom de pressa, vemos a intelectual princesa Leopoldina, esposa de D. Pedro, aconselha-lo: “Senhor, o pomo esta maduro, colhe-o já[3]”! O cenário estava posto, e em 7 de setembro de 1822, o príncipe regente declara a autonomia politica do Brasil em relação a Portugal, com as seguintes palavras: “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil para sempre, separado de Portugal[4].
Contudo, a consolidação da independência não seria tão simples, especialmente quando temos em vista um país continental como o Brasil.  Some a isso o fato de que muitas províncias tinham o sentimento de pertencer mais a Portugal do que ao Rio de Janeiro, como era o caso da província do Piauí. Estes e outros fatores gerariam diversas celeumas que dificultariam a unidade nacional, como veremos a seguir.
O Piauí adere ao grito do Ipiranga
Muitos conflitos ocorreram nos meses que seguiram o 7 de setembro de 1822. Tivemos lutas nos mais distantes rincões do Brasil, mas especialmente no Norte do país (Piauí, Maranhão e Pará), pois nestas províncias a “mão” de Lisboa parecia acalentar com “maior afago” do que a da corte no Rio de Janeiro. Entre estas províncias do Norte, estava uma quase esquecida, que para o historiador piauiense Odilon Nunes (2007, p.51-62), sempre foi uma “terra de passagem”, desde os povos pré-colombianos, perpassando por todo o período que antecede a efetivação administrativa da Capitânia do Piauí em 1758 com o governador João Pereiras Caldas e ainda em grande parte do período imperial.

Entre as elites provinciais do Piauí parecia reinar o desejo por manter-se unido a Portugal, porém as notícias da independência já ecoavam por esta região, especialmente em Parnaíba (Litoral piauiense), Oeiras (então capital) e Campo Maior. Devido a importância estratégica da província, desde 1820 a Coroa portuguesa enviava munições para o Piauí e destinava um maior grau de preocupação para esta região. Tal cuidado torna-se ainda mais evidente quando em 18 de agosto de 1821 chega a capital da província um dos mais condecorados heróis militares portugueses, era o então major João José da Cunha Fidié. Ele exerceria o cargo de Governador das Armas do Piauí, responsável por manter a ordem e unidade provincial, ao tempo em que a sua presença seria uma excelente estratégia para conter possíveis revoltas no Norte do país. Estas atitudes mostram que a Coroa portuguesa já vislumbrava no horizonte nuvens densas que poderiam pairar sobre a colônia do Brasil. Parecia que tais previsões não seriam tão vagas assim!
Após o grito de independência ser dado no Sul, já em 19 de outubro de 1822 na cidade de Parnaíba, “no Paço da Câmara, os eleitores da Paróquia proclamaram a Regência de Dom Pedro, a Independência do Brasil e sua união com Portugal e as futuras cortes constituintes do Brasil[5]”, assim descreve o historiador piauiense Monsenhor Chaves, a primeira adesão ao movimento pelos piauienses. É claro que este movimento, liderado por militares e intelectuais como Cel. Simplicio Dias e Silva e o juiz João Candido de Deus e Silva, não ficaria imune às investidas de Portugal. A estas alturas o sentimento de independência havia chegado até a cidade de Campo Maior (localizada a cerca 260 km de Parnaíba) e por lá já havia as primeiras movimentações no sentido de adesão a emancipação. Porém, a vila mantinha-se fiel ao governo português sendo inclusive responsável por delatar ao Major Fidié a carta que haviam recebido de Parnaíba informando a adesão e convidando a câmara de Campo Maior a também aderir a causa de D. Pedro I.
Em posse dessas informações Fidié reuniu tropas, compostas por cerca de 1.800 soldados treinados[6]. Todos estes militares marcham em direção a cidade rebelada e segundo Monsenhor Chaves (1998) “o comandante português levava a intenção de fazer Campo Maior o centro das operações contra a rebelde Parnaíba[7]”. As tropas seguem de Oeiras no dia 13 de novembro de 1822 e em sua bagagem levam munições, pólvoras, canhões, cavalos e todo material disponível na província capaz de dominar física e psicologicamente todos os moradores das “terras Mafrense”. Em compensação deixavam para trás uma capital sem proteção e que entre seus ilustres habitantes já eclodia o desejo de liberdade. Entre eles estavam fazendeiros/militares ansiosos em galgar postos mais elevados na administração da província, como era o caso do Brigadeiro Manoel de Sousa Martins, que nas palavras de Monsenhor Chaves (1998, p. 437) teria traçado uma carreira meteórica e estava ávido por novas conquistas.  Diante de conspirações e ameaças de invasão de tropas fiéis a D. Pedro I, em 24 de janeiro de 1823, enquanto as tropas de Fidié ainda encontravam-se em Parnaíba, mantendo a “paz” na Vila, Manuel de Sousa Martins em companhia de homens fiéis à suas ideias tomam posse da administração e aderem ao movimento de emancipação do Brasil.


Em 18 de dezembro de 1822, chegam a Parnaíba as tropas comandadas pelo Major Fidié. Na vila localizada a 660 km de Oeiras já não havia mais movimentação emancipacionista, pois sob ameaça das tropas Portuguesas, os primeiros revoltosos fugiram para o Ceará por saber do grande perigo que circundava a cidade. Contudo, não fugiram por covardia, antes por estratégia que se mostraria eficaz nos meses seguintes, com a Batalha travada nas margens do riacho Jenipapo na cidade de Campo Maior e que seria o início da debelada das tropas portuguesas em solo piauiense.
Três importantes datas e uma escolhida.
Como pudemos observar o Piauí teve uma participação ativa no processo de consolidação da Independência do Brasil. Elencamos pelo menos três eventos que marcaram a participação piauiense neste processo: 1. A adesão oficial em Parnaíba (19/10/1822); 2.  A adesão em Oeiras (24/01/1823) ao movimento emancipacionista; 3.  A Sangrenta e heroica Batalha do Jenipapo (13/03/ 1823). Nestas três datas há motivos de sobra para comemorarmos o Dia do Piauí - e assim é feito no estado, pois em todas as datas há folguedos. Contudo, por uma questão cronológica, comemora-se o dia 19 de outubro como o Dia do Piauí, afinal, foi nesta data onde houve a primeira aclamação oficial que ligava o Piauí ao Brasil livre.
Entendemos que muito se pode contestar sobre a escolha de uma data, porém os documentos oficiais não deixam dúvidas quanto a escolha acertada do 19 de outubro. Podemos citar como exemplo a carta enviada pela Câmara de Parnaíba à Vila de Campo Maior, que visava buscar apoio nesta Vila no nascer da independência. Este fato ocorre já em 23 de outubro de 1822, e comunicava a escolha feita por Parnaíba 4 dias antes, assim dizia o documento: “Participamos a V. mercês que no dia 19 de outubro foram proclamadas nesta Vila a Regência de S. Alteza Real [D.Pedro I], a independência do Brasil [...][8]”. Este documento reforça como a adesão parnaibana foi o estopim desencadeador de todos os demais eventos históricos que seguiam e destaca que o 19 de outubro como o primeiro movimento de independência em terras piauiense.
Considerações finais
A história de independência do Brasil não é apenas um legado de paz social, antes houve derreamento de sangue, lutas e a participação da nação neste processo. O Piauí pode se orgulhar por contribuir de forma significativa e corajosa para a consolidação do Brasil independente. Neste processo a história elegeu a data de 19 de outubro como o Dia do Piauí. Consideramos justa a escolha desta data, pois ela foi a primeira adesão oficial, em solo piauiense, ao movimento libertário brasileiro. Também é através deste evento histórico que os demais marcos historiográficos se desenvolvem, afinal, se Fidié não tivesse deixado Oeiras, não seria possível aos rebeldes a tomada da antiga capital provinciana. É ainda no retorno a esta capital, em 13 de março de 1823 que ocorre a Batalha do Jenipapo. Portanto, o estopim de todos estes eventos é a adesão da Câmara de Parnaíba ao Grito do Ipiranga. Assim, entendemos que é justo celebrarmos em 19 de outubro o Dia do Piauí, dia em que nosso povo se posicionou em favor da liberdade.
Por fim, encerramos parafraseando o grito que os homens da comitiva de D. Pedro deram ao ouvi-lo proclamar o Brasil independente: “Viva a Liberdade, Viva o Brasil Separado, Viva o Piauí!”
Feliz 19 de outubro a todos os piauienses de nascimento ou de coração!


*Jefferson Rodrigues é Graduado em História (UESPI) e Teologia (FAEPI),  especialista em Estados, Movimentos sociais e Cultura (UESPI), além de escritor e membro da Academia Evangélica de Letras Piauiense.








[1] GOMES, 2010, p. 34
[2]José Bonifácio citado por MONTEIRO, Tobias. A elaboração da Independência, vol. 2, p.250
[3]Princesa Leopoldina citado por GOMES, Laurentino. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado. 2010, p.36
[4] Idem, idem
[5] CHAVES, 1998, p.271
[6] Conforme apresenta a professora Claudete Maria Miranda Dias em seu artigo, Entre foices e facões, 2011, disponível em: < http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/entre-foices-e-facoes>, acesso em 12 de março de 2013
[7]CHAVES, 1998, p.273
[8] SANTANA; SANTOS, 2007, p.21 [grifo nosso]