segunda-feira, 10 de novembro de 2014

RESPONDENDO A UMA TESTEMUNHA DE JEOVÁ: O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA?


Por Jefferson Rodrigues

Texto base: E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”(Rm 8.26).

INTRODUÇÃO

Fui indagado recentemente por uma amiga que está sendo confrontada por algumas ideias do grupo religioso conhecido como Testemunhas de Jeová. Entre estas ideias destaca-se a que o Espírito Santo é apenas “uma força ativa de Deus”. Esta infelizmente não é única heresia que este grupo defende de forma veemente. Entre suas inúmeras heresias está a de descontruir a divindade de Cristo, afirmar erroneamente datas sobre a volta de Cristo, determinar que somente 144.000 membros de sua fé entrarão no céu, e os demais adeptos viverão na Terra modificada.
Além destas heresias, este grupo ainda desenvolveu sua própria tradução bíblica, para que desta forma suas crenças equivocadas tivessem apoio das Escrituras. Por fim, eles proíbem de maneira extremada a comemoração de aniversário, transfusão de sangue, alistamento militar, e promovem doutrinas extra bíblicas como o “sono da alma”, aniquilação dos mortos, e outras.
Infelizmente neste espaço não será possível rebater as inúmeras ideias errôneas deste grupo. Contudo, nosso proposito com este breve ensaio é apontar de maneira simples e coerente, como a Bíblia e a história da cristandade deixa clara a visão a respeito do Espírito Santo como sendo uma pessoa, e mais, uma pessoa Divina em consonância com Deus Pai e Deus Filho.
1.    O ESPIRITO SANTO É UMA PESSOA?
Talvez esta seja a pergunta mais relevante a se fazer quando pensamos na pessoalidade do Espírito Santo. Quando uma pessoa nega a pessoalidade do Espírito Santo, normalmente ela apela para a suposição de que na Bíblia não vemos a apresentação deste Ser Divino com uma forma corpórea. Esta comparação ocorre, principalmente, em razão da necessidade que nós temos de humanizar o celestial. Desta feita, acreditamos que só pode existir uma pessoa se esta tiver formas humanas. Agora surge outra questão: e Deus Pai, ou mesmo Jesus, possuíam formas humanas na sua condição sobrenatural?
 Para responder a esta questão deixarei que os próprios “Testemunhas de Jeová” respondam através de sua Biblioteca online, endereço onde são expostas as crenças e estudos deste grupo. Assim afirmam sobre a natureza de Deus: DEUS é espírito, e os que o adoram têm de adorá-lo com espírito e verdade”, diz a Bíblia. Essa declaração revela uma verdade básica sobre a forma, ou a natureza, de Deus: ele é um espírito. (João 4:19-24)”[1]. E diante desta afirmação, eles próprios rejeitam a ideia de que Deus Pai possua na Sua natureza infinita formas corpóreas humanas e admitem que a Bíblia fala de “mão, pés, costa de Deus”, apenas numa linguagem antropomórfica, visando a compreensão humana. E concluem afirmando:

Para nos ajudar a entender Sua natureza, o Deus Todo-Poderoso inspirou os escritores da Bíblia a se referirem a ele usando termos que descrevem características humanas. Eruditos chamam esses termos de antropomórficos, isto é, ‘descritos ou concebidos sob uma forma humana ou com atributos humanos’. Esses termos revelam as limitações da linguagem humana em descrever o Deus verdadeiro, Jeová. A intenção era captar a essência das coisas celestiais e revelar isso de maneira que os humanos pudessem compreender. Isso não significa que devemos entender esses termos de modo literal, pois ninguém faz isso quando a Bíblia se refere a Deus como “a Rocha”, “sol” ou “escudo”. — Deuteronômio 32:4; Salmo 84:11. [2]

Diante do exposto fica claro que a semelhança da cristandade ortodoxa, os Testemunhas de Jeová (doravante TJ’s) creem que Deus Pai não possui uma forma corpórea, contudo, não negam que Ele seja uma pessoa. Mas quanto ao Espirito Santo?

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA!

É neste sentido, que devemos entender o Espírito Santo como uma pessoa. Não devemos nos limitar a uma mera manifestação corpórea, antes, porém, devemos verificar alguns atributos que podem fazer com que alguém seja classificado como pessoa e não apenas uma mera “força ativa”, como afirmam os TJ’s. Para trazer luz a esta questão faço coro com as Palavras do erudito Pr Antônio Gilberto: “O que é personalidade? É o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a personalidade consiste de intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são também chamados de inteligência, afetividade e autodeterminação”[3]
A Bíblia deixa clara esta triplicidade de atributos existentes no Espírito Santo. Vemos o intelecto quando, por exemplo, a Palavra afirma que  “ Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” (1 Co 2.11 b). Quanto à sensibilidade vemos que o Espírito se entristece, pois somos orientados: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus”(Ef 4.30). Por fim vemos a autonomia da vontade expressa no Espírito: Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer (1 Co 12.11). Percebam que o texto é claro quando afirma que ELE REPARTE COMO QUER, ou seja, em conformidade com sua vontade!
Além destas características que definem uma pessoa, podemos destacar que o Espírito realiza atividades pessoais, tais como: Ele revela (2 Pd.  1:21);  ensina  (Jo 14:26); clama (Gl. 4:6); intercede (Rm 8:26); fala (Ap 2:7); ordena (At 16:6,7);   testifica   (Jo   15:26).   Ele  pode  ser   entristecido   (Ef 4:30);   contra   ele   se   pode  mentir   (At   5:3),   e   blasfemar   (Mt. 12:31,32). Concluímos este tópico apontando as Palavras de alguns homens de Deus na História da Igreja Cristã. O primeiro deles é o grande polemista, considerado um dos pais apostólicos, Tertuliano de Cartago[4] que afirmou: “Eu testifico que o Pai, o Filho e o Espírito são inseparáveis uns dos outros. [...] A minha afirmação é que o Pai é um, o Filho é um e o Espírito é um - e que Eles são todos distintos uns dos outros[5]”. Ainda ratificando a ideia de pessoalidade individual do Espírito temos a opinião do reformador Matinho Lutero que diz:
Cristo mostra vigorosamente que o Espírito Santo é [...] uma Pessoa separada e distinta por si mesmo, um que não é o Pai ou o Filho. Pois todas estas expressões obviamente se referem a uma Pessoa separada: o Consolador que virá; repetindo: “[...] tudo o que tiver ouvido [...] vos anunciará” (Jo 16.13). Se Ele tem de vir ou (como Ele disse acima) ser enviado ou proceder; repetindo, se Ele tem de ouvir e falar, Ele certamente tem de ser Alguém. Agora, é claro que Ele não é o Pai, porque o Pai nem vem nem é enviado; nem é Ele o Filho, que já veio e agora retorna ao Pai, de quem o Espírito Santo tem de pregar e quem Ele tem de glorificar[6]

Temos a certeza que para os TJ’s a única verdade está no entendimento de seus fundadores e, portanto, nenhum homem de Deus, como Lutero, traz verdades bíblicas. Porém, é valido ressaltar que se não fosse graças a este e outros grandes homens de Deus, a interpretação das Sagradas Escrituras não seria possível, pois o entendimento de Lutero, Zuinglio, Calvino e outros grandes reformadores é que respaldam a interpretação das Escrituras como conhecemos hoje. Desta forma, cremos ser de fundamental importância o veredito deste sábio homem de Deus!
Tendo em mente que o Espírito Santo é uma pessoa, basta-nos agora analisar as distorções que os TJ’s dão aos versículos Bíblicos que falam a respeito da terceira pessoa da Trindade, ou seja, o Espírito de Deus.


2. MAS COMO ALGUÉM PODE SER CHEIO  POR UMA PESSOA?

A principal justificativa que os TJ’s usam para reafirmarem que Espirito Santo é apenas uma força ativa de Deus são as descrições bíblicas que O mostram “enchendo” pessoas. Assim afirmam os jeovistas: “Poderia alguém ser derramado ou ‘despejado’ em várias pessoas diferentes? Você diria que uma pessoa pode ‘encher’ um grupo inteiro de pessoas? Isso não tem lógica. É verdade que a Bíblia fala de pessoas ficarem cheias de sabedoria, entendimento ou até conhecimento exato, mas ela nunca diz que alguém ficou cheio de outra pessoa [...][7]
Esta afirmação parece ser coerente se analisada apenas com o olhar humanista, porém não é coerente com uma analise mais profunda das Escrituras. Já falamos no capítulo anterior - em concordância com os próprios ensinos da Torre de Vigia - que uma pessoa Divina não precisa necessariamente possuir um corpo físico. Este é o caso do Espírito Santo. Não obstante, devemos acrescentar que a Bíblia é rica em figuras de linguagens e nem sempre quando utiliza expressões como “ser cheio”, “derramado”, traz a percepção literal da Palavra. Veremos a seguir alguns versículos que trazem luz sobre esta mentira que é ensinado pelos TJ’s.
A)  Atos 2:4: “Todos eles ficaram cheios do espírito santo (Tradução do Novo Mundo)”.
Estes versículos e outros correlatos (como Números 11.24,25, onde vemos os profetas serem cheios do Espírito de Deus) nos falam da capacidade que somente o Espírito Santo pode dar um servo do Senhor para cumprir uma grande obra. No versículo de Atos 2.4, os TJ’s argumentam que uma pessoa não pode encher outra; e mais, afirmam que Ele não poderia encher 120 ao mesmo tempo. Na verdade este texto apenas irá confirma uma característica típica de Deus: sua onipresença. Somente Deus poderia estar em várias pessoas ou lugares ao mesmo tempo. Porém, este não seria o foco principal desta argumentação, pois vemos que o cerne da questão é a figura de linguagem. Outros textos das Escrituras usam esta linguagem de “ser cheio”, como sinônimo de completude, ou de que, de fato a pessoa tem intima ligação com outra.
Por fim, se o derramamento do Espírito Santo (At 2:33, 10:45; e assim por diante) fosse evidência contra sua personalidade, então o apóstolo Paulo também não seria uma pessoa, porque Paulo escreveu acerca de si mesmo: "eu esteja sendo derramado..." (Fl 2:17, Tradução do Novo Mundo) e: "...já estou sendo derramado..." (2 Tm 4:6, Tradução do Novo Mundo). Uma vez que o apóstolo Paulo, obvia­mente é uma pessoa real, poderia ser mencionado na Bíblia como sendo ‘derramado’, então a mesma expressão dizendo respeito ao Espírito Santo dificilmente poderia ser usada como uma prova contra a personalidade do Espírito[8]”. E mais se o próprio Jesus foi uma pessoa (isto é inquestionável até para os TJ’s) então como pode Ele também ser derramado? Da mesma forma, “[...]a profecia do Antigo Testamento diz de Jesus Cristo, "fui derramado como água" (Sl. 22:14, Tradução do Novo Mundo). Por esta razão, aplicar os argumentos da Torre de Vigia fariam também dele uma simples força impessoal. Obvia­mente, este argumento é uma ilusão[9]”.
Finalizamos trazendo a seguinte reflexão: “Mas, e a respeito do problema dos discípulos serem "cheios" com o Espírito Santo? Ao invés de sustentar o que as testemunhas ­de Jeová acreditam, este versículo realmente prova o oposto: a saber, que o Espírito Santo é o próprio Senhor Deus[10]”. E ainda com o proposito de apresentar que “ser cheio” não é sinônimo de uma “força ativa”, acredito ser razoável analisar o que nos diz Efésios 3.19: “e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus”. E este último texto deixa claro que se Deus o Pai enche pessoas(sendo Ele uma pessoa), é evidente que o próprio Espírito Santo (que também é Deus), pode encher seus servos. E mais, se Satanás também é uma entidade pessoal, como pode entrar em Judas Iscariotes, sendo este “cheio” dele (Lc 22.3)?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, concluímos afirmando que as argumentações dos TJ’s não se sustentam diante de uma analise detalhada dos textos Sagrado. E chegamos a conclusão de que não passam de falácias arianas, que tem desviado muitos do caminho da verdade!
Não obstante, acreditamos que o caminho da disputa não levará você a lugar nenhum. Acredito ser fundamental a absorção das doutrinas ortodoxa cristã para a manutenção da saúde espiritual. Contudo, devemos lembrar-nos das Palavras do Apóstolo Paulo que afirma: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado”(Tt 3.10,11). Oremos para que o Senhor venha tirar as “escamas” que estão sobre os olhos de muitas pessoas sinceras, mas que foram ludibriadas com doutrinas vãs que desviam o homem do conhecimento genuíno da fé Cristã.
Finalizo convidando cada cristão sincero a adotar em oração uma pessoa que foi, ou que está iludida por estas doutrinas. E por fim convido-os a se aprofundar no conhecimento da Palavra e fazer coro com Pedro quando diz: “[...]e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”(1 Pd 3.15 b).

Em Cristo,

Jefferson Rodrigues









REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
CAIRNS, Earle Edwin. O cristianismo através dos séculos: uma Historia da Igreja Cristã. 3º edição revisada e ampliada, São Paulo, Vida Nova, 2008.
CARSON, D.A.; MOO,  Douglas J.; Et ali. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo, Ed. Vida Nova, 1997.
DUSING, Michael L. A Igreja no Novo Testamento. IN: HORTON, Stanley M.(org). Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. 1º edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus- CPAD, 1996.
GILBERTO, Antonio et Al.Teologia Sistemática. 2º Edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus- CPAD, 2008
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições da Bíblia. Ed. Mundo Cristão, São Paulo,1999.
______________; RHODES, Ron. Seitas e heresias: um manual popular sobre as interpretações equivocadas das seitas. 2º edição, Casa Publicadora das Assembleias de Deus- CPAD, Rio de Janeiro, 2001.
_____________. Teologia Sistemática. V.1,2. 1º edição, Casa Publicadora das Assembleias de Deus- CPAD, Rio de Janeiro, 2010.
JEOVÁ, Testemunhas. Disponível em: http: <//www.jw.org/pt/>, acesso em 10/11/2014.
REED, David A. As Testemunhas de Jeová: versículo por versículo. 2. ed. Rio de janeiro: JUERP, 1990.   
SOARES, Esequias. Testemunhas de Jeová: a inserção de suas crenças e práticas no texto da tradução do novo mundo. 1ª edição; São Paulo: Hagnos, 2008.
VINE, W.E., UNGER, Merril F. Et ali. Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e Novo Testamento. 1º edição, Casa Publicadora das Assembleias de Deus- CPAD, Rio de Janeiro, 2002.










[1] Biblioteca online da Torre de Vigia, disponível em: http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/102008370  acesso em 08/11/2014
[2] Idem, idem.
[3] GILBERTO, 2008, p.177
[4] Ele exerceu seu ministério bem antes de existir a Igreja Católica, pois a principal alegação dos TJ’s é de que o Catolicismo desvirtuou os costumes da Igreja, porém Tertuliano viveu entre 155-202 e a ICAR só veio a existir como religião oficial em Roma no ano de 391.
[5] Citado em GEISLER, 2010, p.785
[6] Idem, idem,  p.787
[7] Biblioteca online Torre de Vigia. O que é o Espírito Santo? Disponível em: http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2009721
[8] REED,1989,  p.63
[9] Idem, idem.
[10] Idem, idem

sexta-feira, 20 de junho de 2014

“TAMANHO” NÃO É DOCUMENTO!



Por Jefferson Rodrigues


Texto base: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?” (João 6: 66, 67)

Que beleza, o número de evangélicos no Brasil não para de crescer! Segundo o último censo divulgado pelo IBGE somos quase 43 milhões (22, 2%) de pessoas que se auto - declaram evangélicas no Brasil. E estes dados causam muita euforia na maioria dos nossos irmãos, especialmente porque se sentem como aquele torcedor que deseja ver seu time ganhando o campeonato não importa como. O desejo é ver 500 mil “evangélicos” reunidos em alguma “Marcha pra Jesus” espalhada pelo Brasil a fora, especialmente por que se o “time” adversário usa estes recursos para jogar, nós também devemos fazê-lo! Talvez seja como dizia Nicolau Maquiavel: “os fins devem justificar os meios”. Em meio a toda esta euforia não há lugar para reflexão, apenas ufanismo! Contudo, será que o Senhor Jesus esteve ou está preocupado com a multidão que o segue? Para responder a esta questão devemos analisar alguns pontos que a Palavra de Deus nos apresenta, vejamos a seguir.

Durante o ministério terreno de Jesus a multidão o seguia e perseguia. Aonde encontrava-se o Mestre, lá estavam as massas populares. Foi assim enquanto pregava no monte (Mt 5), quando estava em casa na vila de Cafarnaum (Mc 2), ao entrar na cidade de Naim (Lc 7), enfim, são inúmeros os exemplos bíblicos que nos mostram o grande número de pessoas que faziam questão de ouvir e ver Jesus. Contudo, tal multidão não empolgava o Mestre, muito menos fazia com que Ele se sentisse o líder de uma grande força política. Ao contrario da lógica humano, Jesus assim se pronunciava: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo 18:36).

Jesus não se importava se as multidões o seguiriam, antes afirmava que o Pai procurava servos fiéis, que não estariam sendo levados por modismo religioso (Jo 4:23,24), ou práticas que APENAS exteriormente apresentassem aspectos de santidade (Mt 23:27). Antes de celebrar a presença de tantas pessoas em sua volta, o Senhor preferia fazer um “pente fino” para saber quem verdadeiramente seria fiel, e dizia: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”(Mt 22: 14). Ou ainda reforçava seu discurso dizendo que: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”(Mt 7:13,14).

Mas neste “vestibular” do Reino, nada foi mais notável do que o discurso proferido pelo Mestre após a famosa multiplicação de pães onde uma multidão foi saciada (Jo 6:1-15). Mais uma vez vemos que quantidade nem sempre é qualidade, pois segundo o Evangelho de João, estas multidões que foram alimentadas (entenda-se necessidades físicas saciadas) ficaram desesperadas por verem que sua aparente “fonte de alimentos” (Jesus) teria partido daquela região (Jo 6:22) e seguido para Cafarnaum (Jo 6:59). Assim, todo este povo não se fez de rogado nem perderam tempo, logo seguiram para onde Jesus estava!  Agora pergunto: qual o real interesse deste povo? O próprio Jesus responde: “Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes”(Jo 6:26).

 Talvez se fosse em nossos dias e com o nível de liderança que temos em muitas comunidades que se dizem cristãs, nada seria falado ou mudado em relação a este grande número de pessoas, afinal o que importava é que multidões estavam “vindo ao encontro” de Jesus. É bem provável que até fosse divulgado em alguma rede de televisão a quantidade de gente que estava vindo ao encontro de Jesus!  Contudo, quantidade nunca foi propósito de Jesus! O Mestre deseja verdadeiramente que possamos segui-lo, mas não para sermos os maiores em quantidade e sim para que andemos em conformidade com suas Palavras, afinal assim ensinou Jesus: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9:23). Por conta desta lógica inversa a humana, muitos daqueles supostos seguidores, rapidamente deixaram Jesus pelo simples fato dele falar sobre coisas espirituais, pois pelo que o texto nos faz entender, tais pessoas não estavam interessadas em abandonar sua velha maneira de viver, vejamos: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele”(Jo 6:66). Bem, pelos padrões modernos poderíamos afirmar que o ministério do Senhor foi um fracasso. Porém, como afirmado anteriormente NÃO É QUANTIDADE, MAS SIM QUALIDADE! Para piorar o “fracasso” ministerial de Jesus, restaram apenas os Doze apóstolos, então acreditamos (nos padrões de hoje) que Jesus deveria ter muito cuidado para não perder estes, porém veja o que nos diz o Mestre: “Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?”(Jo 6:67). Será que nosso Senhor estava preocupado com quantidade?

Amados irmãos, não fazemos parte de um clube de futebol, ou muito menos de um partido político. Somos um povo diferente, escolhido pelo Senhor (1 Pd 2:9) e não podemos nos levar pelo revanchismo que domina o mundo. Nós somos influenciadores deste século, devemos fermentá-lo até que esteja modificado (Mt 13:33). Não devemos usar os mesmos mecanismos que o mundo usa, ainda que seja com o intuito de aumentar o número de “cristãos” (Rm 12:1,2). Devemos sempre lembrar que as maiores deturpações dos ensinos de Cristo ocorreram a partir da institucionalização do cristianismo, ou seja, após os “cristãos” tornarem-se maioria entre os povos medievais. Não devemos almejar ser a religião com maior número de pessoas no Brasil ou no mundo. Antes, porém, devemos desejar, buscar e lutar por cristãos amadurecidos pela palavra (Ef 4:14), que verdadeiramente entendam a mensagem da Cruz e o sacrifício vicário de Cristo. Esta é a principal razão do existir da Igreja! Lembremos sempre das Palavras de Jesus que nos diz: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”(Jo 4:23).



Pequeninamente em Cristo (Jo 3:30),



Jefferson Rodrigues





quinta-feira, 12 de junho de 2014

PARA QUE SERVE O DIA DOS NAMORADOS?



Por Jefferson Rodrigues

A princípio, o título deste artigo parece ser mais uma pergunta filosófica e até um tanto boba. Mas, entendendo que a mesma foi formulada por um HOMEM, torna-se bem compreensível.
Como historiador que sou, compreendo que datas como esta, surgiram para homenagear e/ou marcar no imaginário coletivo os grandes feitos de determinados “heróis”, ainda que tenham sido produzidos pelo estado, a fim de dar continuidade ao próprio estado. Contudo, não pretendo tornar este debate uma discussão historiográfica, antes pretendo falar como um simples HOMEM (entenda-se esquecidíssimo das datas comemorativas).
 Todos nós, HOMENS, somos atormentados por diversas datas, que ELAS, jamais esquecem (para nosso desespero). Elas lembram a data do primeiro beijo, primeiro abraço, do dia em que cortou a cutícula do dedinho do pé esquerdo. Em contrapartida, nós, meros mortais, dotados de um cérebro engessado por um pensamento mecanicista, não conseguimos lembrar a data do nosso próprio aniversário. O que esperar do convívio de duas pessoas tão diferentes? Bem, partindo do pressuposto de que tais pessoas vivem debaixo do mesmo teto, ou cultivam um relacionamento, e sendo tão distintas na forma de compreender dias “especiais”, logo, concluímos que haverá uma contenda constante e assim o convívio será impossível.
Para solucionar este “enorme problema”, e usando de extrema “benevolência” para o bem estar de nossos casais, foram criadas as datas comemorativas, especialmente o dia dos namorados! Se assim não fosse, muito provavelmente, os HOMENS não lembrariam da data em que iniciaram o namoro e muito menos fariam tantas homenagens para suas namoradas. Todavia, antes que as MENINAS joguem pedras em mim, quero explicar que o não lembrar de datas, não significa não amar, não respeitar e muito menos não estar apaixonado... É apenas um “defeito” típico dos  HOMENS!
Porém, como “eu sou bonzinho” e desejo que tanto gregos como troianas fiquem felizes, tenho uma dica pra você nobre “cabeça de vento” que não se lembra de dias tão importantes.  Anote as datas em sua agenda, celular, tablet, na geladeira se for preciso.... Só NÃO ESQUEÇA tais datas!! Caso já faça uso deste método, ótimo! Porém,  se você ainda não faz, passe a usá-lo JÁ! Mas caso você seja do tipo “cabeça dura” (além de cabeça de vento) e não adotar estas técnicas, prepare-se para longos e difíceis  dias ao lado DELA!!
Resolvido este problema e aproveitando que agora você se lembra do dia especial, faça uma bela homenagem, afinal, o que seria de nós sem tê-las ao nosso lado (ainda que seja com TPM). Lembre-se sempre: as mulheres são um presente de Deus para nós, homens! Agora tenham um FELIZ DIA DOS NAMORADOS! E se estiver solteiro (a), continue agindo, esperando e orando pois sua outra metade irá chegar, afinal é promessa do Senhor (Gn 2:18)!

Apaixonado por minha eterna namorada (Bbzinha),

Jefferson Rodrigues