domingo, 30 de março de 2014

ONDE ESTÁ O SEU TESOURO?





            Por Jefferson Rodrigues
 
TEXTO BASE: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.”(Mt 6:21)
De maneira simplista podemos afirmar que tesouro é algo de extremo valor. Os valores dos tesouros variam em conformidade com a experiência de cada um, por exemplo: para uma amorosa mãe seu tesouro pode ser seu filho ou para um rico empresário o seu tesouro é seu “império” construído ao longo dos anos de lutas e trabalho.
Todos temos tesouros, todos colocamos o nosso coração nele de vez em quando.  O grande problema é quando definitivamente cegamos para todo o resto e entregamos nosso coração (entenda-se mente), nossas esperanças, nossos esforços a este tesouro. Sem dúvidas este será o inicio do distanciamento definitivo de Deus!
Em tempos de supervalorização do efêmero, do transitório, muitos cristãos têm deixado de fixar seus olhos e coração naquilo que não se vê  (2 Co 4:18), ou seja no Reino de Deus (Rm 14:17). Muitos valorizam o desejo excessivo de progresso profissional, e nunca encontram tempo para o Reino de Deus, é como se as palavras de Jesus fossem apenas um conto de fadas, quando afirma: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”(Mt 6:33). Tais pessoas nunca estão satisfeita com o que possuem e, portanto utilizam-se do mantra: “Não posso dedicar tempo ao Senhor porque estou estudando para o vestibular; agora para meu curso; agora para minha especialização; agora para um concurso. Passei no concurso! Mas agora quero outro emprego e portanto vou estudar mais e não tenho tempo!”
Outros colocam seu tesouro na vaidade, nos prazeres pessoais e até pensam em conhecer a Deus, porém preferem amar seu próprio ventre, segue seus instintos e afirmam que um dia se dedicará aos caminhos do Senhor. Para estes, a Palavra nos faz a seguinte indagação: “Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”(Lc 12.20). Somos como uma erva que a qualquer momento pode secar, Pedro nos diz: “pois toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva; a relva murcha e cai a sua flor (1 Pd 1:24). A beleza da juventude passará, os prazeres passarão e o que ficará para você? Apenas lembrança de um tempo que não volta mais e as conseqüências, que para muitos que não inclinam o seu coração ao Senhor, será conseqüências de perdição eterna (Ap 20:11).
Seria esse texto um convite a negligencia total? Uma vida de alienação? Lógico que não! Devemos viver a vida que é um presente de Deus (At 17:24,25), mas devemos priorizar o eterno, devemos fixar nos olhos no invisível que não se corrompe. Por fim, é dever de todo cristão ouvir e seguir o conselho Paulino que corroborando com os ensinos de Jesus afirma: “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas.”(Cl 3:1,2).
Viva a vida! Contudo tenha o seu tesouro no céu de Cristo, pois lá a “traça não corrompe e o ladrão não rouba”. Pense nisto!

Aguardando meu tesouro em Cristo,
Jefferson Rodrigues

sábado, 29 de março de 2014

MASTURBAÇÃO: ÁREAS QUE SÃO PREJUDICIAIS PARA O JOVEM CRISTÃO.





 Por Jaime Kemp
 
Pode ser que não haja nada fisicamente prejudicial neste ato, mas certamente ele pode tornar-se um problema psicológico e espiritual. Quero sugerir pelo menos cinco áreas onde a masturbação pode ser prejudicial: Primeiramente, o problema do escapismo, ou seja, a incapacidade de enfrentar qualquer situação difícil na vida.
Como a droga pode se tornar um meio de escape para não ter que enfrentar uma circunstância triste ou difícil na vida, também, por alguns momentos de prazer, o jovem pode entrar no mundo da fantasia erótica. Naturalmente, esta não é a maneira de enfrentar um problema emocional ou espiritual. Portanto, a prática deste ato para levar o jovem a um mundo irreal não é a maneira certa de lidar com situações reais.
Em segundo lugar, o jovem tem de lidar com o problema da culpa. Não é possível viver uma vida cristã vitoriosa sem tratar do sentimento de culpa. Tenho conversado com muitos jovens que lutam para conseguir vitória sobre o ato da masturbação. Entretanto, um dos principais problemas relacionados com este ato é o problema da culpa. Ninguém pode viver com este inimigo sem lidar com ele. Portanto, o jovem tem que chegar a uma conclusão: é pecado? Se é pecado, ele deve confessá-lo, concordar com Deus, reconhecendo que a sua culpa está baseada na quebra do relacionamento entre ele e seu Deus, e procurar o perdão d'Ele. Se não é pecado, então ele deve aceitar este ato como uma coisa natural da sua vida sexual. Mas, se o jovem vive com o peso da culpa sobre os seus ombros, algo não está certo, porque ele nunca poderá desfrutar da vida abundante, da alegria do Senhor e do poder e ousadia para testemunhar.
Em terceiro lugar, do meu ponto de vista, a maior dificuldade pela qual devemos lidar com a masturbação como problema psicológico e espiritual, diz respeito à nossa vida mental. A masturbação pode ser praticada ao mesmo tempo que se obedece a Mateus 5.28 e Êxodo 20.17. Em Mateus 5.28 Jesus está como autoridade sobre a lei, e está reinterpretando a velha lei judaica. O judeu encarava o adultério somente no ato. Agora, porém, Jesus nos dá não somente a letra da lei, mas o espírito da mesma, dizendo que o homem pode pecar tanto no ato quanto na mente quanto no ato Ele nos diz: "Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela." É errado alguém se imaginar numa relação sexual com qualquer pessoa que não a sua esposa ou o seu marido. É importante observar onde se localiza o adultério: no coração, ou seja, no centro do ser humano, nos seus propósitos, motivos, vontade e escolhas. Quando Jesus falou "com intenção impura", obviamente não se referiu a um desejo sexual ou a uma imagem mental involuntária, ou seja, àquelas imagens que repentinamente aparecem na mente sem serem produto de um pensamento proposital ou de uma atividade mental prévia. Este adultério no coração acontece através de imagens mentais voluntárias, ou seja, aquelas imagens que resultam de pensamentos intencionais, decisões e escolhas. Em Êxodo 20.17, um dos 10 mandamentos é:"Não cobiçará a mulher do próximo." Para cobiçar alguém ou alguma coisa, para desenvolver uma imagem "com intenção impura", precisa-se engrenar a mente.Para ter uma experiência de auto-erotismo, a mente desenvolve pensamentos propositais, imagens eróticas e fantasias para com alguém. Considerando o problema da vida mental e a masturbação, o jovem tem de concordar que este ato se torna um problema emocional e espiritual para ele.
Em quarto lugar, este ato se torna um problema emocional e espiritual quando chega a ser um hábito a ponto de exercer controle sobre o indivíduo. Qualquer coisa que se levanta como "a mais importante" torna-se um ídolo na nossa vida. I Coríntios 6.19-20 afirma que o nosso corpo é o santuário do Espírito Santo. Fomos comprados por alto preço. Devemos glorificar a Deus através do nosso corpo: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificia a Deus no vosso corpo." (I Co 6.19-20)
A última área onde a masturbação pude-se tornar um problema emocional e espiritual é quando ela viola a liberdade cristã. Em Romanos, capítulo 14, o apóstolo Paulo está tratando do assunto de coisas duvidosas para as quais não temos uma palavra específica. Na verdade, a palavra "masturbação" não se encontra na Bíblia. Como podemos saber a vontade de Deus em situações assim? Paulo nos dá a conclusão do seu argumento com as seguintes palavras: "Bem aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas o que tem dúvidas; ê condenado...porque o que faz não provém de fé e tudo que não provém de fé é pecado
As vezes, nossas dúvidas provém duma bagagem que nós recebemos dos nossos pais ou da igreja. Nem sempre a razão das dúvidas tem base bíblica. Em outras palavras, nem tudo que nós recebemos através do ensino dos nossos pais ou da igreja é correto. Portanto, precisamos examinar as Escrituras para que possamos captar o ponto de vista de Deus sobre todas as áreas da nossa vida incluindo o assunto da masturbação. Mas, se depois de te examinado as Escrituras e ter descoberto os princípios relacionados com este ato, chegarmos à conclusão de que a questão diz respeito à liberdade cristã, a pergunta que temos que fazer é a seguinte: "Será que ainda existe alguma dúvida? A minha consciência ainda me condena? Será que provém de fé?" Como eu falei anteriormente, pode ser que a masturbação não seja prejudicial fisicamente, mas emocional e espiritualmente, ela pode ser um problema. Eu mencionei o problema do escapismo, da culpa, da nossa vida mental relacionada com este ato, do hábito e da violação da consciência na área da liberdade cristã. A sua decisão tem que estar baseada numa séria meditação sobre os princípios mencionados.

Fonte: Jaime Kemp, texto extraído do livro “Eu amo você: namoro, noivado e casamento”, pp. 105-108

sábado, 8 de março de 2014

JESUS NÃO ERA MACHISTA!


 Por Jefferson Rodrigues
O século XX e início deste século podem, sem dúvidas, serem considerados a “era dos extremos”, conforme vaticinou o historiador inglês Eric Hobsbawn em sua obra “Era dos extremos: O breve século XX”(1995). Este extremismo torna-se mais evidente quando o fato envolve crenças religiosas, sejam aquelas teístas (onde se acredita em um Deus) ou mesmo aquelas ateístas (que negam a existência de um deus e fazem disto uma religião).

Quanto a este último grupo, vimos neste “breve século XX”, arregimentarem cada vez mais “fiéis” para a sua não fé. A grande problemática neste caso se dá pelo fato de buscarem firmar sua não crença, desacreditando a fé de bilhões de pessoas ao redor do mundo, mesmo que para isto tenham que pintar um quadro sombrio a respeito do ícone da fé cristã, ou seja, de Jesus Cristo.

Entre tantas acusações que fizeram contra os cristãos e suas bases de fé, destacamos uma que ainda é redundante entre grupos que não conhecem, de fato, os ensinos de Jesus. Tais pessoas afirmam que Jesus ensinou seus discípulos a serem machistas e tratarem as mulheres como inferiores. Mas será isto o que os Evangelhos nos mostram? Veremos de forma sucinta que esta afirmação não resiste a mais simples análise dos Evangelhos bíblicos.

Em primeiro lugar destacamos que as mulheres tiveram um papel proeminente no ministério de Jesus, pois desde seu nascimento o enfoque recai sobre uma mulher, Maria, que foi escolhida para cuidar e instruir aquele que seria o salvador do mundo (Lucas 1.28). Deste ponto em diante, vemos a criança Jesus crescer e tornar-se o Mestre Jesus e diferentemente do que poderia se esperar de um homem judeu, nascido em uma cultura patriarcal, ele concede as mulheres que o seguiam um lugar de destaque.

Podemos ver mulheres sendo exaltadas enquanto o restante da sociedade as tratava com desdém, vejamos o caso de uma prostituta chamada Maria Madalena.  Segundo o Evangelho de João, esta uma mulher foi levada a presença de Jesus para ser julgada. O motivo era que “os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério” (João 8.3), segundo a Lei religiosa da sociedade judaica ela deveria ser morta por apedrejamento (Deuteronômio 17:5). Contudo para a surpresa de todos, Jesus não a condenou, como esperava os acusadores, antes a perdoou e deu outra chance para aquela mulher. O texto de João relata justamente como aquela sociedade exaltava a figura masculina, pois mesmo os acusadores sendo conhecedores da Lei religiosa, levaram apenas a mulher para ser julgada, quando na verdade, deveria ser ambos. Neste sentido, entendemos no discurso proferido por Jesus, a idéia de igualdade e valorização social da mulher naquela sociedade, pois, segundo o texto, esta decisão de não julgar aquela mulher foi tomada em meio ao publico, que em parte era composto por homens desejosos de sangue.

Outro fator fundamental é a constante alusão a nomes de mulheres relatados nos Evangelhos, este fato também demonstra que tanto Jesus, como seus seguidores que escreveram as suas palavras, valorizavam o trabalho desenvolvido pelas mulheres em seu ministério. Vejamos um texto que nos fala claramente que homens (discípulos) precisavam do apoio das mulheres para desenvolver suas funções, inclusive colocando-se em condição inferior diante daquela sociedade ao receberem doações delas, assim diz o texto: “[...] e também o seguiam algumas mulheres [...] Maria, chamada Madelena, da qual saíram sete demônios; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lucas 8:2-3).

Em última analise, destacaremos o fato mais emblemático para a fé cristã, a ressurreição de Cristo. Sem dúvidas esta crença é essencial para os fundamentos da fé cristão, inclusive São Paulo afirma que  “ [...] se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados”(1 Coríntios 15:17). Assim como em sua crucificação e morte, onde somente ficou um grupo de mulheres seguidoras de Cristo (ver João 19:25), na sua “Ressurreição” Jesus primeiramente se apresentou para elas. No Evangelho de João é descrito que Jesus apareceu em primeiro lugar para Maria Madalena, sendo ela a responsável por anunciar aos demais discípulos a notícia do grande fato. Já no evangelho de Lucas, esta lista é acrescida de outros nomes além do nome de Maria Madalena, são elas Joana e Maria mãe de Tiago, tendo as três a responsabilidade de dar a notícia ao demais. Já em Mateus a lista é reduzida do nome de Joana. No evangelho de Marcos e João é Maria Madalena a primeira pessoa que viu Jesus ressuscitado. Este fato ressalta como Jesus escolheu algumas mulheres para mostrar o feito mais extraordinário da fé cristã, sua ressurreição. Ele deu a mulher um lugar especial em seu ministério, inclusive na disseminação de sua mensagem (ver João 4).

Diante do exposto, afirmamos que os escritores dos Evangelhos poderiam ter anulado estas referencias ao papel feminino (já que eram machistas, conforme acusam alguns), porém não o fizeram, antes destacaram o valor da mulher! Não estamos aqui, negando o caráter masculino que o cristianismo adquiriu, principalmente na Idade Média, mas destacamos que foi muito menos pela mensagem inicial do Evangelho do que pelo predomínio masculino posterior. Assim, ao olharmos para a mensagem inicial de Cristo, podemos afirmar sem sombras de dúvidas: “JESUS NÃO ERA MACHISTA”!


 Em Cristo,
Jefferson Rodrigues