A páscoa é a festa instituída no Êxodo para
celebrar a noite de fuga do Egito por parte dos Israelitas. Nesta noite,
em todos os lares egípcios que não celebraram a Páscoa os primogênitos
foram mortos.
Pouco tempo antes da partida do povo de Israel do
Egito o Senhor instruiu a Moisés que “este mês” (Mês de Abib, mais tarde
chamado de mês de Nisan) deveria se tornar o primeiro mês do ano, e que no
décimo dia deste mês cada família ou um grupo maior deveria separar um
cordeiro, e no décimo quarto dia eles deveriam matar este cordeiro ao
entardecer e comê-lo à noite. Este mês corresponde ao nosso mês de Abril, na
palestina era a época em que os grãos de cereais estavam maduros.
Instruções detalhadas foram dadas (Êxodo 12:1-28)
para esta refeição cerimonial que deveria se tornar uma observância anual.
Naquela ocasião e nos anos subseqüentes a Páscoa foi celebrada por famílias ou
grupos de famílias no ambiente familiar.
Pães sem fermento deviam ser usados na festa
pascal, como lembrança perene da pressa daquela noite de livramento (Êxodo
12:34). Ervas amargas deveriam ser ingeridas. Não se sabe ao certo que tipo de
“ervas” eram usadas no Egito. Mas sabe-se que alface e escarola são nativas
tanto no Egito como na Palestina, e têm sido usadas pelos Judeus associadas à
festa da Páscoa. Ervas amargas tinham o propósito de lembrar aos participantes
de sua escravidão e do amargo sofrimento na terra do Egito.
Os primogênitos dos Israelitas deveriam ser
consagrados a Deus perpetuamente, como lembrança de sua redenção pela morte dos
primogênitos do Egito. Mais tarde a Páscoa passou a ser celebrada pelos filhos
de Israel apenas no santuário, que posteriormente se estabeleceu em Jerusalém
(Deuteronômio 16:2, 5 e 6).
No tempo de Jesus, os cordeiros pascais eram mortos
pelos sacerdotes no Templo na tarde do dia 14 de Nisan, e aqueles que traziam
os cordeiros então os levavam para casa para serem assados. Embora a
participação era obrigatória apenas para os homens adultos, a família poderia
ir voluntariamente. Tal era o caso de José, Maria e o menino Jesus que sempre
iam à Jerusalém para a festa da Páscoa (Lucas 2:41-43).
Os evangelhos relatam Jesus participando de várias
Páscoas, a última delas sendo a ocasião em que ele instituiu a Santa Ceia
(Mateus 26:18-30). Além de ser um memorial do Êxodo, quando o povo de Israel
foi libertado da escravidão do Egito – a Festa da Páscoa, centralizada no
cordeiro a ser sacrificado, apontava também para o futuro Messias, “o cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:19).
Além disso as instruções recebidas por Moisés e
repassadas para o povo de que nenhum osso deveria ser quebrado do cordeiro
sacrificado sem dúvida encontraram um cumprimento fiel no fato de que os ossos
de Jesus não foram quebrados por ocasião de sua morte (Êxodo 12:46; Números
2:12; João 19:36; Salmo 34:20).
Paulo especificamente declara que Cristo é “nosso
cordeiro pascal”, “sacrificado por nós”. “Lançai fora o velho fermento, para
que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo,
nosso Cordeiro pascal, foi imolado.” (I Coríntios 5:7). Parece que tudo ao
redor da Páscoa foi destinado por Deus para ser uma grandiosa figura histórica
de Cristo, o Cordeiro Pascal, que por seu sangue nos livra do mundo hostil
Depois da destruição do Templo de Jerusalém em 70
D.C., qualquer possibilidade de abater vítimas em forma ritual pública cessou
completamente, e a Páscoa Judaica passou novamente a ser uma festa íntima em
família conforme nos dias primitivos. E o Judaísmo perpetua até hoje a
celebração da Páscoa.
Em Mateus 26:17 em diante, é narrada a celebração
da última páscoa em que Jesus participou com Seus discípulos e a partir do
verso 26 está a instituição da páscoa pelo Senhor Jesus, oferecendo sua vida,
simbolicamente representada pelo pão, sua carne, e pelo vinho, seu sangue, que
Ele derramaria no calvário, por muitos, para remissão dos pecados.
A páscoa cristã, em verdade, é celebrada no coração
de cada cristão, que oferece a Deus sua própria vida, salva pelo Cordeiro
Divino, que tem em si mesmo, vida eterna, podendo assim, ser o cordeiro de toda
família humana que o aceite como tal.
Até agora, embora aparentemente eu tenha me
referido a duas páscoas, a páscoa cristã e judaica são a mesma, instituída pelo
mesmo Deus, com a mesma finalidade. A diferença é que a judaica prefigura a
cristã, onde o cordeiro é substituído pelo próprio “Cordeiro de Deus”, Seu
Filho, Jesus. Entretanto, o mundo tem criado suas próprias “páscoas”. Assim,
temos a “páscoa” dos coelhos, a “páscoa” dos ovos de chocolates, que nada
lembram a salvação da qual Deus nos tem feito dignos.
Desviam nossas crianças do verdadeiro sentido da
páscoa, não os deixando ver que estão perdidos, necessitados de alguém que os
substitua na morte. Há apenas a alegre festa dos chocolates, onde tudo parece
estar muito bem, ninguém com pecados a resgatar, ninguém necessitado de um
Salvador, mas apenas aguardando uma festa totalmente distanciada do verdadeiro
cristianismo.
Na Páscoa Judaica, eles deviam estar vestidos como
quem está pronto para viajar, conscientes de que não estão em sua terra, mas
partem em busca de uma nova pátria, a terra prometida. Na Páscoa Cristã,
quando temos recebido Jesus, como nosso cordeiro pascal, temos que estar
conscientes de que também somos peregrinos, apenas de passagem por esta terra,
e aguardamos novos céus e nova terra (Apocalipse 21:1 e II Pedro 3:13)
Fonte: Artigo enviado por email pelo nosso irmão e colaborador Samuel Maia
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