quarta-feira, 16 de agosto de 2017

SANSÃO COMETEU SUICÍDIO? É PREFERÍVEL SER UM CRENTE FIEL MORTO À UM HERÓI LONGE DO SENHOR.

Por Jefferson Rodrigues

Gostamos de fama. Sim, o ser humano gosta de ser visto, lembrado e aplaudido. Este fato nos impulsiona a medir nossa glória em conformidade com o nível de aprovação que os homens nos dão. Muitas vezes somos tentados a pensar que mesmo vivendo em desacordo com a vontade de Deus está tudo bem, desde que continuemos a ser vitoriosos em nossas batalhas.

Para Sansão esta pareceu ser sua metodologia de vida. Talvez pensasse o nazireu: “enquanto estou conquistando vitórias é sinal de que Deus continua comigo”. O que ele não percebia é que a única coisa que o mantinha na linha de frente era a utilidade que o SENHOR encontrava nEle. Sim, Sansão era apenas um instrumento com prazo de validade contado nas mãos do Senhor!

O juiz fanfarrão se movia impulsionado pelos seus instintos de violência, desejos carnais desenfreados e uma busca incessante pela fama meramente humana. Nos três capítulos do livro de Juízes (13-16) que tratam sobre a trajetória de Sansão não o encontramos buscando a presença de Deus, tendo intimidade com Deus ou ainda confiando em Deus para alcançar vitórias. Pelo contrário, vemos alguém prepotente, encantado pelas suas próprias conquista e distante de Deus.

O fim de Sansão era inevitavelmente previsível. Ele seria derrotado. Não por Dalila, mas seria derrotado por si mesmo, pelas suas escolhas e por fim pelo Senhor que já havia dito aos israelitas antes de entrar na terra prometida: “minha é a vingança”(Dt 32.35). O cenário estava montado para que a justa “recompensa” caísse sobre o “Juiz promíscuo”. Ele é preso, humilhado, destituído de todas as suas pomposas vitórias.

Agora cego para o mundo, sem amigos que o corrompesse, sem glórias humanas para o insuflar e servindo de espetáculo para seus inimigos; só restava a Sansão lembrar das promessas que o Senhor Iavé fizera sobre a sua vida e missão, que dizia: “...ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus”(Jz 13.5). Sim, seria este homem pecador que daria início a vitória de Israel sobre os Filisteus que só seria concluída cerca de 100 anos depois com Davi.

Pela primeira vez Sansão parece ter intimidade com Deus! Em meio a um espetáculo público, onde o grande herói serviria de “bobo da corte”, Sansão se lembra do Senhor, ele abaixa a cabeça e pela primeira vez o vemos orar com o coração ao dizer: “Senhor Iavé, peço-te que lembre-se de mim e me fortaleça só esta vez, ó Deus...”(Jz 16.28). Sentimos a dor no clamor do juiz humilhado, sentimos a angustia em sua oração, mas também sentimos a verdadeira fé fluir de suas palavras. Sua fé é comprovada pela solicitação de ser colado junto as colunas, mesmo antes de ter certeza que seria ouvido pelo Senhor.

O filho de Manoá, sabia que o Senhor o havia perdoado e que mais uma vez estaria com ele em sua ultima batalha. Sansão não cometera suicídio como muitos pensam. Na verdade junto aquelas colunas ele lutaria a guerra do Senhor, cumpriria sua vocação de conduzir o povo ao livramento dos opressores filisteus. E assim se fez. O Senhor ouviu Sansão e o fortaleceu mais uma vez. E ali junto as colunas do templo de Dagom, o Nazireu destruiu toda a elite dos filisteus, destruindo com este ato mais de 3 mil inimigos do povo de Israel. Era a maior vitória que já tinha conquistado. Era a vitória do Senhor!

O nosso herói morreu em sua ultima batalha. Contudo, sua morte marcou a verdadeira vida. Ele então pode descansar, pois finalmente havia conhecido o Senhor e lutado pelo Deus de Israel. Foi na sua aparente derrota que conheceu intimamente o Grande Eu Sou, foi em sua morte que ele pode ser lembrado entre os heróis da Fé descritos em Hebreus 11.32, sendo contados entre os “homens dos quais o mundo não era digno”(Hb 11.38).

Aprendemos com isso que para Deus é mais importante um crente fiel morto do que um herói aclamado por todos vivo. Os erros de Sansão servem de alerta para todos nós. Todavia, sua lição final nos diz que mesmo quando tudo está aparentemente perdido, ainda é possível clamar ao Senhor e Ele nos ouvirá. Confiemos no Senhor, pois a vitória é possível!

Em Cristo, Jefferson Rodrigues