Texto base: "Que grande inutilidade!", diz o mestre. "Que grande inutilidade! Nada faz sentido!" (Eclesiastes 1.2, NVI)
Você já leu o livro de Eclesiastes? Se não leu, eu verdadeiramente recomendo! É um livro que mostra alguém que viveu bastante, que já passou por poucas e boas e no fim percebeu que nada valeu apena.
Às vezes me sinto vítima destas vaidades (inutilidades) que tanto o Pregador Salomão denunciou em suas palavras. Vivemos numa sociedade onde somos sufocados pela imprensa com seu marketing, pelo consumo capitalista, por uma enxurrada de informação que a todo tempo nos diz: tudo isto ainda é pouco, você precisa de mais. É um sentimento que nos causa insatisfação constante, nada está bom e nós sempre estamos infelizes. Para alguns estudiosos vivemos na geração da depressão, da solidão, da tristeza. Mas como pode tudo isto, se nunca produzimos tanto, se nunca compramos tanto, estudamos tanto? A resposta é bem simples: tudo isto é inútil!
Ao falar sobre inutilidades ou vaidades, Salomão se referia justamente a busca desenfreada por riquezas, por construir palácios, acumular mais e mais bens. Ele escreve este livro na sua velhice e percebe que toda uma vida de correria, de agonia, de prazeres momentâneos, não satisfizeram o desejo de seu coração. É como se houvesse um vazio pleno no peito do mestre Salomão. Este vazio perdurou durante toda a sua vida de busca por fama e glória. É provável que assim como nós, Salomão valorizou as coisas erradas durante a sua vida, mas o que realmente vale apena?
Não quero com este texto fazer uma apologia a negligência, ou mesmo a uma vida ociosa, pois Paulo já nos orientava “que aquele que não quiser trabalhar, não coma” (2 Tessalonicenses 3.10). Portanto, sabemos do valor de uma vida produtiva e sabemos que o Reino de Deus já esta entre nós (Lucas 17.21), sendo assim devemos trabalhar para o crescimento deste Reino. Mas o meu questionamento está naquilo que realmente valorizamos. Nosso amado Mestre Jesus deixou um grande mandamento: “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos ameis” (João 15.12). Parece utopia filosófica, mas tudo meu caro, passa pelo amor. A vida só faz sentido se realizarmos nossas tarefas com amor, dedicação. Não adianta em nada trabalharmos o dia todo, a noite toda e não amarmos nossas famílias, não dedicarmos tempo para nossos irmãos. De nada vale todos os fins de semana irmos a Igreja, fazermos doações suntuosas, mas se não tivermos Amor, de nada vale. Paulo nos orienta, em 1 Coríntios 13, que se não tiver Amor nada vale apena, poderíamos dizer que tudo é inútil!
Ao falar sobre as angustias do dia-a-dia Jesus nos orientava a buscar aquilo que realmente vale apena, ou seja, o Reino de Deus (Mateus 6.33). E o Reino de Deus nada mais é que o Amor personificado entre os homens. No Reino de Deus é manifesta a paz entre os irmãos, o perdão, a comunhão, o cuidado com o próximo, afinal, este Reino não é feito por mãos de homem, mas da manifestação do Espírito Santo de Deus (Romanos 14.17). Neste reino o predomínio é o Amor!
Amar é o segredo. E amar significa respeitar, obedecer e dar o melhor de nós mesmo para o outro. Por isto Salomão conclui seu livro com a seguinte expressão: Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau. (Eclesiastes 12.13,14).
Portanto, observamos que de nada valerá ganharmos o mundo inteiro e perdemos nossa vida, nossa alma e a companhia daqueles que nos amam realmente (Marcos 8.36). Reflita sobre a sua vida, o seu tempo, suas prioridades e lembre-se que tudo isto é passageiro, tudo isto é vaidade!
Amorosamente em Cristo,
Jefferson Rodrigues
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