A necessidade do primeiro amor
Texto base: “tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”(Ap.2.4)
Falar sobre amor nos dias atuais não parece nada fácil, já que muitos tem encarado esse sentimento como algo banal e fútil e talvez não saibam nem mesmo o que ele significa.
Infelizmente o amor cristão, ou seja, o amor à Jesus, não tem sido tão diferente assim. Neste estudo apresentaremos a necessidade que todo cristão tem de manter acesa a chama do primeiro amor para que assim, ele alcance seu objetivo principal , estar junto do Senhor Jesus no dia da sua maravilhosa vinda.
Amor, emoção ou razão?
Quando observamos um jovem casal que está vivendo um lindo momento de amor, todos costumam se maravilhar de tal demonstração de carinho e dedicação. No entanto, com o passar dos anos muitos casais são acometidos de uma terrível doença, a frieza conjugal. Mas será por que se chegou a tal extremo, já que o sentimento inicial era de paixão, dedicação ardente, e agora vivem no mar de frieza? O motivo, a nosso ver, é muito simples não regaram mais seu relacionamento com carinho, com sentimento e entrega total, antes porém ,vivem apenas pela razão, ou seja, sabendo das obrigações que um tem para com o outro, cumprindo seu "papel" no relacionamento. Cumprir este é, sem dúvidas, necessário para manter um bom relacionamento, porém este casal não desfrutará dos prazeres que vem apenas quando os sentimentos são aflorados.
Fizemos tal ilustração com base no que a bíblia diz a respeito da Igreja de que ela é a noiva e Jesus o noivo que a virá buscá-la (Mt.25.1-13;Ef 5.29;Ap.19.7), sendo assim, partimos deste mesmo príncipio, onde é necessário alimentar o sentimento de amor para que assim nosso relacionamento com o Noivo possa a cada dia se tornar mais prazeroso. É evidente que não podemos deixar nosso relacionamento com cristo se basear apenas em paixão, conforme cita Paulo:
“ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.(Rm 12.1)”
Porém quando ele aponta para o que deve ser o nosso culto (sentimento) racional, relaciona-se diretamente a nossas atitudes como cristão, e isso é necessário, pois todo relacionamento requer respeito entre o casal, e assim como a Igreja é noiva do cordeiro é necessário que tenhamos respeito por nosso Noivo, tendo atitudes dignas de respeito, “com os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Mas o que não podemos deixar de buscar é de manter viva a chama do primeiro amor. Como devemos fazer para manter essa chama acesa?
A Igreja em Éfeso.
O nosso texto base baseia-se na carta enviada a Igreja de Éfeso apresentada no livro de Apocalipse, note que ao se ler o texto no capitulo 2 de Apocalipse, vemos o Senhor Jesus fazer diversos elogios àquela Igreja, pois ela era “dedicada aos estudos da palavra, paciente e trabalhadora na obra do Senhor”(Ap.2.2,3), apesar de tantas características benevolentes naquela Igreja, o Senhor foi enfático quanto ao seu maior erro “tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”(Ap.2.4). Jesus cobrava daquela Igreja o amor de quando eles conheceram ao mestre. Eles trabalhavam na obra, eram talvez mais dedicados que muitas Igrejas, porém, não tinha pelo Noivo o mesmo amor, o “relacionamento” se tornou obrigação e isso não era, nem é, o que Jesus deseja de nós. Por conta desse sentimento frio, Jesus advertiu que tiraria o lugar e o castiçal daquela Igreja. Infelizmente em muitas de nossas Igrejas tem-se vivido em verdadeiras Éfesos, onde não mais se cultiva o amor a Jesus, através não apenas de obrigação, mas de sentimento puro e ardoroso ao Noivo.
Quando aceitamos a Cristo tudo é novidade e isso se transforma em desejo ardente de servir, de buscar, de falar com Deus, não fazemos isso por que é nosso dever mais sim porque temos sede de conhecer Jesus[isso lembra o nosso exemplo inicial]. A bíblia nos aponta para uma verdadeira comunhão com Deus e não viver de obrigações, o próprio Jesus nos deu o exemplo ao se dirigir a Deus chamando-o de Pai, e o melhor tratando-o por uma expressão que denota mais intimidade ainda Aba (Mar.14.36; Gal.4.6) mostrando assim que não devemos ser superficiais no nosso relacionamento com Deus, mais devemos buscar a sua presença com intimidade, para que assim não sejamos cúmplice do mesmo erro que a Igreja de Éfeso.
Como num relacionamento conjugal em que é necessário ao casal buscar alimentar o sentimento de amor através da cumplicidade e de gestos que demonstrem o carinho que um tem pelo outro, assim também deve ser o nosso relacionamento com Deus. E isso só conseguiremos com duas atitudes básicas: Oração, Adoração.
A oração é a nosso dialogo com o Mestre, como poderemos manter uma relação saudável com Jesus, se não conversarmos com Ele, dizer a Ele o que estamos passando e sentindo, mostrar que esperamos Nele nosso socorro. Em toda a Bíblia nos é ensinado a orar, clamar, buscar ao Senhor(2Cron.7.14;Mt. 6.5) e o motivo é bem simples, porque orando estabelecemos uma comunicação com Deus e reafirmamos nossa dependência Dele e fortalecemos nosso Amor pelo Pai.
A adoração é outro ponto fundamental, pois não estamos falando em louvor, onde o ponto principal é bendizer o nome do Senhor, mas adoração é algo mais profundo onde esta incluso não somente exaltar o nome do Senhor com nossos lábios, mas exalta-lo com nossa vida, com nossas atitudes, com o nosso coração. Jesus afirmou no dialogo travado com a mulher Samaritana, que: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”(Jo. 4.23), afirmando que chegou a hora de mudar a nossa adoração, não sendo apenas de lábios ou apenas cumprindo nossas obrigações na Igreja, mas expressando sentimento, Amor por Jesus, e isso não conseguiremos apenas com a razão, mas buscando intimidade com Deus, sabendo que é necessário alimentar dia-a-dia nossos sentimentos pelo Senhor para não caírmos no mesmo erro da Igreja em Éfeso, de esquecer o primeiro amor.
Assim irmãos continuem cultivando o Amor a Cristo de forma plena, para que juntos nos encontremos com Ele no dia das bodas do Cordeiro. Que Cristo Jesus lhes abençoe e fortaleça a todos, um fraterno abraço de seu Irmão em Cristo!!!!
Autor: Jefferson Rodrigues