Por Jaime Kemp
Pode ser que não haja nada fisicamente
prejudicial neste ato, mas certamente ele pode tornar-se um problema psicológico
e espiritual. Quero sugerir pelo menos cinco áreas onde a masturbação
pode ser prejudicial: Primeiramente, o problema do escapismo, ou
seja, a incapacidade de enfrentar qualquer situação difícil na vida.
Como a droga pode se tornar um meio de
escape para não ter que enfrentar uma circunstância triste ou difícil na vida, também,
por alguns momentos de prazer, o jovem pode entrar no mundo da fantasia
erótica. Naturalmente, esta não é a maneira de enfrentar um problema emocional
ou espiritual. Portanto, a prática deste ato para levar o jovem a um mundo irreal
não é a maneira certa de lidar com situações reais.
Em segundo lugar, o jovem tem de lidar
com o problema da culpa. Não é possível viver uma vida cristã vitoriosa
sem tratar do sentimento de culpa. Tenho conversado com muitos jovens que lutam
para conseguir vitória sobre o ato da masturbação. Entretanto, um dos
principais problemas relacionados com este ato é o problema da culpa. Ninguém pode
viver com este inimigo sem lidar com ele. Portanto, o jovem tem que chegar a
uma conclusão: é pecado? Se é pecado, ele deve confessá-lo, concordar com Deus,
reconhecendo que a sua culpa está baseada na quebra do relacionamento entre ele
e seu Deus, e procurar o perdão d'Ele. Se não é pecado, então ele deve aceitar
este ato como uma coisa natural da sua vida sexual. Mas, se o jovem vive com o
peso da culpa sobre os seus ombros, algo não está certo, porque ele nunca
poderá desfrutar da vida abundante, da alegria do Senhor e do poder e ousadia
para testemunhar.
Em terceiro lugar, do meu ponto de
vista, a maior dificuldade pela qual devemos lidar com a masturbação como
problema psicológico e espiritual, diz respeito à nossa vida mental. A masturbação
pode ser praticada ao mesmo tempo que se obedece a Mateus 5.28 e Êxodo 20.17.
Em Mateus 5.28 Jesus está como autoridade sobre a lei, e está reinterpretando a
velha lei judaica. O judeu encarava o adultério somente no ato. Agora, porém,
Jesus nos dá não somente a letra da lei, mas o espírito da mesma, dizendo que o
homem pode pecar tanto no ato quanto na mente quanto no ato Ele nos diz: "Qualquer
que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou
com ela." É errado alguém se imaginar numa relação sexual com qualquer
pessoa que não a sua esposa ou o seu marido. É importante observar onde se
localiza o adultério: no coração, ou seja, no centro do ser humano, nos seus
propósitos, motivos, vontade e escolhas. Quando Jesus falou "com intenção
impura", obviamente não se referiu a um desejo sexual ou a uma imagem
mental involuntária, ou seja, àquelas imagens que repentinamente aparecem na
mente sem serem produto de um pensamento proposital ou de uma atividade mental
prévia. Este adultério no coração acontece através de imagens mentais
voluntárias, ou seja, aquelas imagens que resultam de pensamentos intencionais,
decisões e escolhas. Em Êxodo 20.17, um dos 10 mandamentos é:"Não
cobiçará a mulher do próximo." Para cobiçar alguém ou alguma
coisa, para desenvolver uma imagem "com intenção impura", precisa-se
engrenar a mente.Para ter uma experiência de auto-erotismo, a mente desenvolve
pensamentos propositais, imagens eróticas e fantasias para com alguém.
Considerando o problema da vida mental e a masturbação, o jovem tem de
concordar que este ato se torna um problema emocional e espiritual para ele.
Em quarto lugar, este ato se torna um
problema emocional e espiritual quando chega a ser um hábito a ponto de
exercer controle sobre o indivíduo. Qualquer coisa que se levanta como
"a mais importante" torna-se um ídolo na nossa vida. I Coríntios
6.19-20 afirma que o nosso corpo é o santuário do Espírito Santo. Fomos
comprados por alto preço. Devemos glorificar a Deus através do nosso
corpo: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do espírito
Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificia a Deus no vosso
corpo." (I Co 6.19-20)
A última área onde a masturbação
pude-se tornar um problema emocional e espiritual é quando ela viola a liberdade
cristã. Em Romanos, capítulo 14, o apóstolo Paulo está tratando do
assunto de coisas duvidosas para as quais não temos uma palavra
específica. Na verdade, a palavra "masturbação" não se
encontra na Bíblia. Como podemos saber a vontade de Deus em situações
assim? Paulo nos dá a conclusão do seu argumento com as seguintes
palavras: "Bem aventurado é aquele que não se condena naquilo que
aprova. Mas o que tem dúvidas; ê condenado...porque o que faz não provém de fé
e tudo que não provém de fé é pecado
As vezes, nossas dúvidas provém
duma bagagem que nós
recebemos
dos nossos pais ou da igreja. Nem sempre a razão das dúvidas
tem base bíblica. Em outras palavras, nem tudo que nós recebemos através do
ensino dos nossos pais ou da igreja é correto. Portanto, precisamos
examinar as Escrituras
para
que possamos captar o ponto de vista de Deus sobre todas as áreas
da nossa vida incluindo o assunto da masturbação. Mas, se depois de te examinado
as Escrituras e
ter
descoberto os princípios relacionados com este ato, chegarmos à
conclusão de que a questão diz respeito à liberdade cristã, a pergunta que temos que
fazer é a seguinte:
"Será
que ainda existe alguma dúvida? A minha consciência ainda me
condena? Será que provém de fé?" Como eu falei anteriormente, pode ser que a
masturbação não
seja
prejudicial fisicamente, mas emocional e espiritualmente, ela pode ser
um problema. Eu mencionei o problema do escapismo, da culpa, da nossa vida mental relacionada
com este ato, do
hábito e da violação da consciência na área da liberdade cristã. A sua decisão
tem que estar baseada numa séria meditação sobre os princípios
mencionados.
Fonte: Jaime Kemp, texto extraído
do livro “Eu amo você: namoro, noivado e casamento”, pp. 105-108
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