terça-feira, 25 de setembro de 2012

TEMOS PÚLPITOS OU ALTARES EM NOSSAS IGREJAS?


O âmbito linguístico na seara evangélica é muito rico; porém, em muitos casos, teologicamente perigoso. Há uma linguagem que frequenta os círculos cristãos, e nela se inserem palavras totalmente inservíveis à luz do conhecimento bíblico. A razão desse fenômeno talvez esteja na diversidade de igrejas que se classificam como evangélicas, principalmente, nas denominações neo-pentecostais.
Essa vertente pseudoevangélica tem instituído práticas sincréticas, muito próximas dos costumes das religiões africanas, tais como amuletos, "sessões de descarrego" água abençoada, lenços, panos, rosas ungidas, entre outras crendices. Também não ficam longe do catolicismo romano, quando supervalorizam seus templos como um espaço místico-sagrado, chamam seus oficiais de sacerdotes e adotam o nome de altar para as suas tribunas ou púlpitos.
Tudo isso gera um processo linguístico tão novo quanto as práticas, o qual se espalha rapidamente e passa para o repertório de cristãos realmente evangélicos, os quais, entretanto, carecem de conhecimento bíblico. A causa de tal desconhecimento está, em grande parte, em que praticamente não há reuniões para estudos bíblicos e a frequência às Escolas Dominicais diminui sensivelmente.

É também notório que a maioria das instituições neopentecostais baseiam seu discurso e suas práticas na ênfase do Antigo Testamento; por isso, uma errada supervalorização das práticas próximas do que se preceituava ao povo israelita. Para esses, foram instituídos sacrifícios de animais, oferecidos sobre um altar. Isso, porém, era uma forma de culto anterior à Nova Aliança, perpetrada pelo Senhor Jesus Cristo. Assim, é sabido que "altar" era um lugar em que se ofereciam os sacrifícios.
Tendo vindo o Messias, no tempo aprazado por Deus, Ele foi imolado, oferecendo-se em sacrifício único, definitivo, perpétuo, sobre o altar, que foi a sua cruz. Ali se aboliu qualquer outro sacrifício. Veja-se o que está registrado em Hebreus, 13: 9-15 "Não se deixem levar pelos diversos ensinos estranhos. É bom que o nosso coração seja fortalecido pela graça, e não por alimentos cerimoniais, os quais não têm valor para aqueles que os comem. Nós temos um altar do qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo. O sumo sacerdote leva sangue de animais até o Lugar Santíssimo, como oferta pelo pecado, mas os corpos dos animais são queimados fora do acampamento. Assim, Jesus também sofreu fora das portas da cidade, para santificar o povo por meio do seu próprio sangue. Portanto, saiamos até ele, fora do acampamento, suportando a desonra que ele suportou [...] Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome."
Assim, amados, já não temos qualquer altar feito por mãos humanas, em que ofereçamos sacrifícios. Nosso altar é a cruz em que o Senhor se deu como sacrifício; nosso altar não é uma tribuna, não é um púlpito. O púlpito não é santo; não santifica aquele que o usa. Ao contrário, quem usa o púlpito é que deve ter vida santificada, a fim de transmitir a mensagem de Deus para o coração do homem.
O versículo 13 (citado acima) convoca os crentes a saírem do templo como testemunhas do vitupério de Cristo diante do mundo.
Por fim, cabe a cada cristão maduro estar atento para não incorporar ao seu vocabulário palavras e expressões resultantes da falta de conhecimento da Palavra de Deus. É preciso ser, a cada dia, mais bereano.

Nota do História com Cristo: Vejamos o que nos diz o dicionário Michaelis online, assim ele difne PÚLPITO: "sm (lat pulpitu) 1 Tribuna, na igreja, da qual o sacerdote prega aos fiéis."Diferentemente a palavra ALTAR em momento algum lembra-nos o espaço de uma Igreja Cristã evangélica, vejamos os seus significados: "1 Espécie de mesa destinada aos sacrifícios e outras cerimônias religiosas, em qualquer religião. 2 Pedra retangular, mais ou menos do formato de uma mesa, com cinco cruzes gravadas, uma em cada canto e a última no centro, sobre a tampa de um pequeno sepulcro escavado, contendo relíquias, sobre as quais se celebra o sacrifício da missa. 3 Lugar elevado para oferecer sacrifícios aos deuses ou heróis. 4 Maçon Mesa, ordinariamente triangular, em que tomam assento o venerável e outros dignitários". Assim, é preferivel usar o termo PÚLPITO ou TRIBUNA ao invés de mistificar o local usando o termo ALTAR


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

TEMOS PODER NA LÍNGUA PARA AMALDIÇOAR?


Texto base: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” (Tiago 3.9)

Se fizermos uma rápida leitura do texto acima responderemos sem titubear que SIM! Nós temos poder em nossa língua. Mas será que tal afirmação resiste a uma analise mais detalhada do texto em seus mais diversos contextos? Para melhor esclarecimento sobre este tema tão propagado pela Teologia da Prosperidade e reafirmado pelos adeptos da confissão positiva, vamos reproduzir um texto contido no livro “ERROS QUE OS PREGADORES DEVEM EVITAR” do Pr. Ciro Sanches, vejamos o que ele nos diz:
                "PALAVRAS PRODUZEM BÊNÇÃO E MALDIÇÃO"
Essa é uma frase antibíblica que surgiu em razão da interpretação "forçada" que os pregadores da confissão positiva fazem de algumas passagens da Bíblia Sagrada. O texto preferido deles é Tiago 3.10, que nada tem que ver com o poder do homem de produzir bênção e maldição.
Em Tiago 3, o apóstolo empregou a linguagem figurada para enfatizar a influência da língua, seja positiva, seja negativa (vv. 1-5). Ele a compara a um pequeno fogo, capaz de incendiar uma floresta inteira (v. 6). E a ênfase, nesse caso, é a maledicência, e não o poder de fazer mal às pessoas mediante o pronunciamento de maldições (vv. 7,8).
Com o objetivo de corrigir a postura dúbia de alguns crentes, Tiago disse: "Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus: De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?" (vv. 9-11)
Nenhuma palavra humana produz bênção divina nem maldição diabólica! O profeta Elias fez confissões negativas: "... e pediu em seu ânimo a morte, e disse: Já basta, ó Senhor: toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que os meus pais" (1Rs 19.4).
Quem não conhece a narrativa bíblica e acredita nos pregadores da confissão positiva deve pensar que Elias teve uma morte terrível, haja vista as suas confissões! Mas, o que diz a Bíblia? O profeta foi socorrido por Deus, cumpriu a sua missão e, por fim, "... subiu ao céu num redemoinho" (2Rs 2.11).
Então podemos falar qualquer coisa? Nada do que falamos tem efeito? Também não é assim! Não temos poder de determinar, como se fôssemos deuses, que coisas positivas ou negativas aconteçam. Por outro lado, não devemos usar a nossa boca para falar coisas negativas, visto que isso trará conseqüências negativas.
Há pessoas ímpias que vivem pronunciando maldições, e isso, sem dúvidas, não resultará em bênçãos. Quem vive falando palavras negativas e desejando o mal para os outros, diferentemente de Elias, que vivia um momento difícil, está buscando o mal. Davi se referiu aos ímpios, quando disse: "Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha..." (SI 109.17)
São muitas as passagens que esses pregadores do evangelho antropocêntrico utilizam. Eles desprezam o estudo contextual da Bíblia, preferindo fazer valer as suas experiências e interpretações pessoais. Entretanto, todas podem ser refutadas, haja vista contrariarem verdades fundamentais ensinadas por Jesus e os apóstolos.
Em Provérbios 18.21, está escrito: "A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto". Quer dizer, então, que este versículo anula todas as outras verdades da Palavra de Deus? Se podemos determinar a vida pela confissão positiva, por quem Jesus morreu na cruz? Ora, os provérbios devem ser interpretados como provérbios!
Na maioria das vezes, os provérbios apresentam expressões exageradas com a intenção de enfatizar as verdades neles contidos. Veja que, no mesmo capítulo 3, encontramos o seguinte provérbio: "Águas profundas são as palavras da boca do homem, e ribeiro transbordante é a fonte da sabedoria" (v. 4). Tente aplicar isso litoralmente!
No versículo 21, Salomão apenas enfatiza que devemos usar a língua para bendizer a Deus, e não para o mal, amaldiçoando os homens. E isso está de acordo com o que vimos acima sobre o ensinamento de Tiago.
Portanto, rejeitemos esse versículo "novo" e a falaciosa doutrina contida nele, de que há um poder sobrenatural em nossas palavras. Que confiemos mais no poder da Palavra de Deus (Hb 4.12) e refreemos a nossa língua (Tg 3.2), usando-a para bons propósitos (1Pe 3.9,10). (CIRO SANCHES em ERROS QUE OS PREGADORES DEVEM EVITAR, 2004, p.91-92)
Amados irmãos com esta breve explicação esperamos levá-lo a compreensão de que Deus não divide a sua Glória com ninguém ou com outros falsos deuses (Isaias 42.8). Assim, Ele não concederia a nós, na condição de homens falíveis o poder de amaldiçoar alguém. Já imaginou o que faríamos se tivéssemos poder para destruir vidas? Com certeza, ao ficarmos irados desejaríamos fazer como os discípulos, que desejaram destruir uma cidade com fogo do Céu, sendo imediatamente censurados por Jesus (Lucas 9.54-56). Estejamos sempre prontos a pedir ao Senhor que abençoe vidas (já que também não temos poder para fazê-lo, podemos no máximo invocar o nome do Senhor para que Eele abençoe as vidas), pois assim nos ensinou o Pai celeste:
Assim vocês abençoarão os israelitas:
O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça;
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz.
Assim eles INVOCARÃO O MEU NOME sobre os israelitas, e eu os abençoarei". (Números 6.23-27)

Diante do exposto façamos como nos ensinou o mestre Jesus, desejando sempre ao próximo aquilo que gostariamos que fosse feito a nós (Mateus 7.12), pois agindo desta maneira, cumprimeremos um grande mandamento "amar o próximo como a nós mesmos"(1 Jo 3.23)


Abençoado por Cristo,
Jefferson Rodrigues

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

EU NÃO ARRUMO NAMORADO (A), SERÁ QUE ESTOU DEBAIXO DE MALDIÇÃO?

Não sei se você já percebeu, mais para algumas pessoas estar solteiro é estar debaixo de uma verdadeira maldição. Outro dia eu escrevi um texto sobre evangélicos desesperados para casar, (leia aqui) o que gerou quase uma centena de comentários agoniados.

Interessante é   que   os relatos destas  pessoas ,  apontam para o fato de que não são poucos aqueles que se encontram absolutamente desesperados para contrair matrimônio, na verdade, tem muita gente acreditando que só é possível experimentar felicidade se encontrar  um príncipe ou uma princesa encantada.

Se não bastasse isso, a pressão da sociedade, da família e da igreja pelo casamento é além do normal. Desde cedo, na adolescência, meninos e meninas são ensinados  que só poderão ser felizes se possuírem seus  namoradinhos e namoradinhas. Ora, vamos combinar uma coisa? Esse tipo de pressão é extremamente adoecedor. Para piorar a situação alguns evangélicos movidos por uma percepção adoecida das Escrituras,  tem satanizado todas as coisas, ensinando que algumas pessoas só casarão quando amarrarem o espírito da solteirice. (leia aqui)

Caro amigo, estar solteiro ou ser solteiro não significa estar debaixo de maldição.  O fato de você não está namorando alguém, ou até mesmo de não ter casado não significa que foi amaldiçoado ou que o capeta amarrou o seu destino.  Gostaria de lembrá-lo que existe um tempo estabelecido por Deus para todas as coisas.  Salomão em sua grande sabedoria afirmou: “Existe um tempo determinado para todas as coisas na vida”. Sim, isso mesmo, na vida existe momentos pra tudo! Há tempo de plantar e tempo de colher, há tempo para abraçar e deixar de abraçar, em outras palavras isso significa dizer que existe um tempo determinado por Deus para desfrutarmos de carinhos, afagos, abraços e beijos de alguém. Em contra-partida, isso significa dizer também que existem momentos na vida, que somos chamados a um momento de reclusão onde outros valores necessários a uma existência plenificada nos são trabalhados.

Diante disto tenho plena convicção que vale a pena esperar o tempo e o momento certo para desfrutar do prazer de namorar e que o melhor jeito para isso acontecer é o mesmo que levaram nossos avós, pais e amigos a encontrarem seus namorados. A espontaneidade!

Isto, posto, fuja da pressão e confie em Deus deleitando-se naquele que é o supridor de toda carência humana.

‎"Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle!" - John Piper
Pense Nisso!


Renato Vargens – direto do blog renatovargens.blogspot.com.br