sábado, 2 de fevereiro de 2013

A REALIDADE DO INFERNO A LUZ DAS ESCRITURAS



Por Jefferson Rodrigues

A pós modernidade trouxe como conseqüência de suas filosofias a idéia de que ninguém possui uma verdade absoluta, por conta disto todas as religiões apontam o caminho para uma felicidade. Esta afirmação “politicamente correta” traz nas entrelinhas a idéia de que o inferno não existe, ou seja, não haverá condenação para aqueles que rejeitaram a verdade de Cristo (Jo 5:24; 8:32). Esta linha de pensamente vinda do meio secular não seria estranha, o grande problema é que existem “Cristãos” que também negam uma das doutrinas mais claras ensinadas por Jesus (Mt 13:49,50; 25:41; Lc 16:19-31). Negar que o inferno é real seria o mesmo que negar os ensinos de Jesus a respeito de toda a Escritura.

Jesus é o maior ensinador desta doutrina (Mt 5:29,30; 10:28; Lc 12:5), porém outros escritores sagrados nos falam da realidade deste lugar preparado “para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41), mas que tornou-se o lugar de todos que negam ao Senhor Jesus. Paulo ao escrever aos Tessalonicenses afirmou que haveria uma eterna separação de Deus (2 Ts 1:7-9). Pedro da mesma forma escreve, que Deus lançou os anjos que pecaram em cadeias e que somente o Senhor poderá nos livrar deste destino terrível e eterno (2 Pe 2:4,9). Judas reforça esta idéia ressaltando que aqueles que vivem imoralmente terão como destino este lugar terrível (Jd v. 12,13). Por fim, João, no Apocalipse, por diversas vezes apresenta o inferno como destino final de todos aqueles que rejeitaram a mensagem da Cruz (Ap 14:10,11; 19:20; 20:10, 11-15). Por todos estes testemunhos da Palavra não podemos negar a realidade do inferno.

A história do cristianismo também apresenta a realidade do castigo eterno. Desde os pais da Igreja, como Irineu, Tertuliano, Justino Martin e outros servos de Deus do século II d.C., já defendiam a doutrina do castigo eterno. Não foi diferente durante a reforma, onde sábios homens de Deus como Lutero e Calvino também aceitavam a idéia do lugar de tormento. Vejamos o que nos diz o reformador Martinho Lutero (séc. XVI) sobre esta realidade:
A fornalha ardente é acesa simplesmente pela insuportável aparição de Deus e dura eternamente. Pois o Dia do Juízo Final não irá durar apenas um momento, mas irá permanecer através da eternidade e, portanto, nunca irá terminar. Constantemente os pecadores serão julgados, constantemente eles irão sofrer dor e constantemente haverá uma fornalha ardente, isto é, eles serão torturados por uma suprema aflição e angústia[1]

Por fim, devemos ver os testemunhos de mestres do período pós-reforma, tais como John Wesley (1703-1791); Charles Spurgeon, considerado o “Príncipe dos pregadores” (1834-1892); C.S. Lewis(1898-1963) e outros. Todos concordavam que o Deus justo e santo tem reservado um local onde o homem sem Deus será conduzido para viver eternamente. Charles Spurgeon descreve este pensamento ao dizer:
Quando a eternidade tiver completado um numero absolutamente grande de seus ciclos eternos, ele ainda estará morto. Nunca conhecera o fim, pois a eternidade não pode ser excluída, a não ser na própria eternidade. No entanto, a alma ainda vê escrita sobre a sua cabeça a frase “Estas condenado para sempre”. Ouve uivos que serão perpétuos; vê chamas que não se apagarão; sente dores que não podem ser mitigadas; ouve uma sentença que não soa como o trovejar da terra e que logo será abafada— mas esta a frente, a frente, a frente, abalando os ecos da eternidade, fazendo com que milhares de anos se agitem novamente com o horrível trovejar do seu terrível som — “Aparte-se! Aparte-se!Aparte-se! Maldito!” Essa e a morte eterna[2]
Por todas estas razões podemos dizer que o inferno é real e será um lugar de sofrimento eterno, de eterna separação entre o Deus eterno e o homem ressuscitado para suportar esta eternidade longe de Deus (Ap 20:15).

Definições de inferno das Escrituras e suas características

 A Bíblia apresenta o inferno por alguns nomes específicos a seguir veremos as principais formas como este terrível lugar é apresentado nas Escrituras.    Há pelo menos quatro palavras para "inferno" na versão corrigida. Destas quatro, só uma é usada no Velho Testamento. É a palavra hebraica "Seol". No Novo Testamento as outras três palavras para "Inferno" são: "Hades", "Geena" e "Tártaro"; todas naturalmente são palavras gregas. Hades e Seol são duas palavras que descrevem o estado consciente em que ficam os mortos aguardando o Dia da Ressurreição. 

Para a finalidade deste estudo, iremos no ater a palavra que descreve o inferno final ou lago de fogo. Para descrever este lugar terrível, a Bíblia utiliza a expressão de origem hebraica “Geena”. Severino Pedro nos dá uma visão mais abrangente sobre esta expressão:
A palavra “geena” é composta por duas palavras hebraicas: “gê”, que significa “um abismo” e “hinnom”. Ambas as expressões juntas significam “O Abismo ou Vale do Filho de Hinom”. Literalmente falando, refere-se a uma depressão profunda situada ao sul de Jerusalém (Rs18.16). O expressivo “geena” é originado de uma raiz aramaica obsoleta que significa “lamentação” (cf. 2 Rs 23.10). Era 0 lugar do culto a Moloque, a quem os reis Acaz e Manassés sacrificaram seus filhos (2 Cr 28.3; 33.6). Josias, o rei reformador, declarou ser este lugar imundo (2 Rs23.10), onde era queimado lixo lançados os cadáveres (Is 66.24; Jr 31.40). Por isso, “geena” é o nome grego para o Vale do Filho de Hinom. Esse era lugar de fogo, morte e aflição.[4]

Geena é a expressão pela qual o Novo Testamento se refere ao inferno final. Geena é sempre o inferno final, onze das dez vezes em que é usada, foi pronunciada pelo próprio Jesus Cristo. Aqui está uma lista com as passagens onde a palavra Geena aparece: Mateus 5:22, 5:29, 10:28, 18:9, 23:15, 23:33; Marcos 9:43, 9:45, 9:47; Lucas 12:5; Tiago 3:6.  Com base no entendimento geral, tanto do significado do nome Geena, como das aplicações feitas pelo próprio Jesus podemos entender que o inferno será: Lugar de juízo Divino (Sl 9:16-17), Lugar de angústia (Sl 116:3), Lugar de separação eterna de Deus – perecer (Mt 10:28), Lugar de condenação (Mt 23:33), Lugar de tormento eterno (Mt 25:41,46), Lugar onde o fogo nunca se apaga (“geena”); (Mc 9:43), Lugar de escuridão, pois Deus não estará lá (2 Pe 2:4; Ap 22:5) e Lugar de eterno ardor e dor (Ap 19:20).

O inferno terá fim? Defensores da doutrina do aniquilacionismo, como Adventistas do Sétimo Dia e Testemunhas de Jeová defendem que Deus não deixará ninguém sofrendo eternamente. Estes pensadores fazem esta afirmação ao tempo em que negam os ensinos da própria Escritura. Jesus referindo-se ao destino final dos homens declarou: "E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25:46). Percebam que este texto proferido pelos lábios do próprio Senhor Jesus define o tempo que irá durar a vida e o tormento, serão ETERNOS! O termo grego usado na tradução de ambas as expressões é “aionion” que significa ETERNO. O Dr Radmacher esclarece esta questão ao dizer que “Eterno é usado para descrever tanto o sofrimento quanto a vida, mostrando que ambos terão a mesma duração”[5]. Assim, se não haverá este castigo eterno, também não haverá a vida eterna!

As pessoas terão consciência do sofrimento? Pela Bíblia é mais que evidente que todos ali estão conscientes (Lc 16:19-31). Podemos apresentar algumas razões para defendermos esta consciência, vejamos:

1)    Será um lugar onde haverá “pranto e ranger de dentes” (Mt 8:12; 22:13; 24:51). Jesus falou repetidas vezes que haveria pranto, ou seja, grande angustia. Como estas pessoas poderiam estar tão aflitas se não estariam conscientes? A resposta a esta questão só pode ser que estarão conscientes deste sofrimento!

2)    Jesus descreve a situação de um homem rico que estava em tormento na eternidade (Lc 16:19-31). Nesta história vemos um homem rico que se envolveu nas coisas desta vida e esquece-se do porvir. O resultado foi muito sofrimento e total consciência, inclusive desejando avisar aos seus familiares sobre a situação do por vir (vv.27-29)

3)    A Besta e o Falso Profeta estarão conscientes depois de mil anos (Ap 19:20; 20:10). A Bíblia nos diz que eles foram lançados vivos no “ardente lago de fogo e de enxofre”(Ap 19:20), antes do Milênio. Passados os mil anos o Diabo também foi condenado e lançado no mesmo local e o texto sagrado nos diz que: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”(Ap 20:10). Percebam que o texto diz que eles AINDA ESTÃO no lago de fogo e encontram-se conscientes, pois de que outra forma poderiam ser atormentados para todo sempre?


Poderíamos nos estender ainda mais neste tópico, porém achamos suficientes os pontos aqui expostos. Alertarmos a todos que o INFERNO É REAL e, portanto, devemos seguir fieis ao Senhor até o fim! 

 Livre desta condenação por Cristo,

Jefferson Rodrigues


[1] LUTERO citado por GEISLER, 2010, p. 775
[2] SPURGEON citado por GEISLER, 2010, p. 777
[4] SILVA, 1998, p. 168
[5] RADMACHER, 2010, p.77

Um comentário:

  1. Respeito muita sua exposição, contudo o assunto é muito mais profundo e devemos atentar para muitas outras coisas as quais não foram escritas neste texto. Pra quem deseja se aprofundar e conhecer uma outra posição a respeito do assunto a fim de tirar as suas próprias conclusões, acesse este link: http://novotempo.com/namiradaverdade/2013/04/12/irmao-evangelico-deixa-de-acreditar-na-doutrina-do-tormento-eterno/. Que o Espírito Santo nos ilumine dia após dia. Maranata!!!

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