quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

VAMOS OSTENTAR!




Por Jefferson Rodrigues
Quem acompanha os noticiários televisivos tem se deparado com uma nova febre musical, denominada “Funk Ostentação”. De forma sucinta, este estilo musical mescla o funk carioca, com seus batidões, mulheres “frutas” e um apelo à sensualidade que salta aos olhos do expectador, com a perspectiva consumista e materialista apontando para a idéia de que aqueles que possuem mais dinheiro, carros e jóias será o conquistador de todas as promessas ofertadas pelo “batidão” carioca. Esta nova “onda” mostra os rumos que nossa sociedade tem tomado! Vejamos um trechinho de um “pancadão” da Ostentação:

“Contando os plaque (notas) de 100, dentro de um Citroën
Ai nóis convida, porque sabe que elas vêm
De transporte nóis tá bem, de Hornet ou 1100
Kawasaky, tem Bandit, RR tem também”

Mais uma vez vemos a supervalorização do ter em detrimento do ser. São jovens que OSTENTAM algo que para a maioria absoluta dos trabalhadores nunca conseguirão obter. Ora, quem trabalha 44 horas semanais e consegue ter em sua garagem vários carros e motos importadas e ainda contar notas de 100 folgadamente? É algo para os “eleitos” e banqueiros de nosso país. Todavia, mesmo com tamanho abismo, tais estilos apontam que todos podem possuir bens inatingíveis e caso contrário, você será mais um perdedor em seu bairro, que não conseguirá destaque com as “minas”. E por falar em “mina”, vemos que mais uma vez as mulheres são tratadas como um objeto que só serve para Ostentar! Será este o valor que realmente nossas jovens desejam para sua vida? Creio que não!
Agora imaginem comigo, quais as chances de jovens da periferia conseguirem bens acessíveis somente às elites? Raríssimas! Isto é justo? Com certeza não! Mas a questão toda não é apenas a má divisão de renda que assola nosso país há cinco séculos e consome o trabalhador como um câncer. A meu ver, a grande questão é criar um sentimento de facilidade que culminará em frustração por parte destes jovens e em alguns casos, até mesmo induzi-los a conseguir tais bens de forma ilícita, mediante crimes. É claro que não generalizamos, mas é razoável perceber como a insatisfação e a busca pela aceitação poderá conduzi-los a buscar o meio “mais fácil” para adquirir algo que eles também possam ostentar.
FÚTIL, esta é a palavra que define nossa juventude! Guerreiros que não compreende pelo que devem lutar. Na verdade, parece que vivemos um vazio ideológico e que o materialismo abundante poderá suprir esta lacuna. Recentemente vimos um estalo na mente jovem com os movimentos de rua. Contudo, mostrou-se mais uma vez uma “onda” a se seguir. Afinal, estava na moda e quem não participasse, ainda que pelas redes sociais, seria um desatualizado. Precisamos de algo consistente, precisamos ir além!
De fato, espero que em menos tempo do que um clique para curtir um novo vídeo na rede, nossos jovens acordem e percebam que a maior ostentação que podemos possuir é a consciência de que precisamos nos preparar, lutar e sermos livres para então decidimos o futuro que desejamos para nossas vidas e nação!
 Quem sabe não decidimos ostentar a falta de educação de boa qualidade, ostentar a ausência de oportunidades de emprego para a juventude, Ostentar a manipulação política que todos os anos eleitorais acontece em nosso Brasil. E então por fim, ostentaremos  a nossa indignação e começaremos a Ostentar para o mundo uma mudança digna de uma juventude consciente! Porém, enquanto apenas dissermos que “nóis ta bem” acho que não vamos contar “plaque de 100”!
Por fim convido-os a uma reflexão espiritual, onde vemos o Mestre Jesus nos levando a pensar sobre os valores de nossa vida: "Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus" (Lucas 12:20,21). O nosso tesouro deve estar nos céus (Mt 6:19-21). Pensem nisso! 

Em Cristo,

Jefferson Rodrigues

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