Texto
base:
“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a
iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo
ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele” (Ezequiel 18.20)
Antes de começar a falar sobre o ponto de partida do nosso texto
(maldição hereditária), gostaria que o nobre leitor fizesse alguns
questionamentos sérios: Vivemos ainda debaixo dos rudimentos da Lei? Somos
obrigados a seguir determinado ritual para que possamos ser abençoados por Deus?
Ou fazemos de tudo para podermos estabelecer simbologias àquilo que não
necessita de ritual, ou seja, a nossa fé (Hebreus 11.1)?
Amados irmãos gostaria de convidá-los a fazerem uma pequena
analise sobre o que a Bíblia Sagrada nos diz a respeito da Lei para nossa
presente era:
1.
A Lei era sombra das coisas que se cumpririam em Cristo: Toda a representação de rituais de purificações, de restrições
alimentares ou de todas as demais ações ordenadas por Deus e praticadas por
todo judeu piedoso cumpriu-se na vinda de nosso Senhor de Jesus Cristo, assim
nos garante a Palavra de Deus: “Portanto,
ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,
ou da lua nova, ou dos sábados, Que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”(Colossences 2.16,17)
2.
A lei já não opera: Apesar de
termos a convicção de que os princípios universais da lei de Deus não se
extinguiram e que ainda operam em nossos corações, tais como não praticar a
idolatria, não matar, roubar, cobiçar as coisas alheias, adulterar, possuir um
dia de descanso semanal, entre outros. Temos ainda maior convicção de que não
nos regemos mais pela Lei, pois o próprio Jesus nos disse: “A lei e os profetas duraram até João” (Lucas 16.16 a). E Paulo nos diz que: “Assim, a Lei
foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora,
porém, tendo chegado à fé, já não estamos mais sob o controle do tutor”
(Gálatas 3.24,25). Portanto, não precisamos mais
deste guia (Lei), pois ela foi cumprida em Cristo, por isso Jesus nos afirmou
que não veio para destruir a Lei, antes o Mestre cumpriu TODA A LEI (Mateus
5.17)! Mas se você deseja realmente viver pela Lei Paulo nos dá um ultimato,
que assim nos orienta: “Vocês, que procuram ser
justificados pela Lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça” (Gálatas 5.4)
Mas então o que isto tem em comum com o tema deste artigo?
Caros irmãos, infelizmente os adeptos desta doutrina que prega a
existência de maldições que passam de geração em geração parecem que ainda vivem
debaixo da Lei, vejam, por exemplo, o que uma grande expoente desta doutrina
afirma em seu Livro. Assim orienta Rebeca Brown em seu livro Maldições não
quebradas: “Maldições podem vir pelo tocar em coisas
impuras e profanas, ou pelo simples envolvimento com tais coisas”.
Como assim? Então ainda vivemos sob os rudimentos da Lei? Como eu poderia ter
convicção de que algo é ou não dedicado aos ídolos? Por acaso estamos submissos
a vontade do diabo ou estamos debaixo da poderosa mão de Deus? Tal afirmação da
autora nos reporta apenas a necessidade de práticas judaizantes que impregnam
as igrejas atuais, cobertas por um modismo sem igual. Vemos o toque do Shofar,
Candelabros, Arcas da aliança, votos descabidos e muitos outros ritos que não
se enquadram na Graça de Deus, mas que podem causar um forte impacto visual
naqueles que estão presentes em tais reuniões.
Outro
ponto herético de tais movimentos é atribuir “honra” excessiva as ações do
diabo na vida das pessoas, supervalorizar as palavras humanas, e conseqüentemente
diminuir a soberania do Senhor no controle do Universo. Sim diminuir o poder do
Senhor! Pois nada, absolutamente NADA nesta vida acontece se não for permissão
do Senhor e se o diabo ou minhas palavras tem tanto poder de nada adiantou o sacrifício
na Cruz do calvário!
Outro
aspecto é o uso de textos verotestamentários para justificar a existência de
maldições que passam de geração em geração. Especialmente os textos de Êxodo
20.5 e 34.7. Tais textos fazem alusão as conseqüências na vida DO POVO DE
ISRAEL (gerações), não se tratava de um “praga” rogada por alguém, mas é
evidente a explicação dada pelo próprio Senhor a nação. Israel deveria ser fiel
e não se tornar idólatra, se procedessem contrario a ordem do Senhor sentiria
as conseqüências no meio do seu povo! Em uma análise mais apurada de vários
textos poderemos ver claramente que não se trata de uma atribuição de culpa
pessoal aos meus filhos, mas sim de uma conseqüência natural de convivência social.
Afinal, se eu ensinar meus filhos a serem idólatras eles muito provavelmente
seguirão por tais caminhos e conseqüentemente estarão longe da presença de Deus
e então sentirão tais conseqüências em suas vidas.
Para
que possamos ter maior percepção didática sobre o tema, gostaria de convidá-los
a entender melhor o que Bíblia nos diz sobre maldição, vejamos:
·
Todos
estão debaixo da maldição
Calma,
calma! Ao afirmar que todos estão debaixo de maldição estou apenas trazendo à
mente dos leitores a idéia geral que a Palavra de Deus nos traz sobre o
distanciamento do homem da presença Senhor. Desde o tempo mais remoto da
humanidade, ainda no Éden o Senhor tem apresentado a humanidade o caminho para
sermos abençoados, ou seja, o caminho da obediência (Genesis 2.16,17)!
Infelizmente através de Adão todos nos fizemos pecadores (Romanos 5.12) e por conseguinte
nos afastamos da gloriosa presença de Deus (Romanos 3.10). Longe da presença do
Senhor toda a humanidade torna-se AMALDIÇOADA, torna-se distante da fonte
primordial de benção, o Senhor nosso Deus! Podemos então compreender que a
fonte real de maldições sobre a vida do ser humano trata-se do PECADO, sim do pecado!
Por
isso podemos fazer coro com Paulo ao escrever “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” (Romanos 3.23). Quer maldição maior do que esta? Sem a glória de Deus estamos debaixo
de todo tipo de maldição, ou de desgraças, afinal isto não é “maldade do Senhor”,
é a penas o peso de sua justiça! Em todo instante somos induzidos aos caminhos
de benção, ou seja, debaixo da vontade do Pai. Mas insistentemente a humanidade
segue por caminhos diversos e então enfrentam as conseqüências de seus pecados.
Lembremos que o Senhor está sempre pronto para nos alertar sobre o caminho que
devemos seguir afinal o Pai celestial sempre usou seus profetas e sua Palavra
para advertir o caminho pelo qual deveríamos seguir (Amós 3.7)
Diante
de tudo que foi exposto podemos dizer que a humanidade caída encontra-se sobre
a maldição do pecado, que destina-nos a morte eterna. Porém, este não é o plano
do Senhor para sua vida! Tiago nos diz que toda boa dádiva e todo dom perfeito,
provém do Senhor (Tiago 1.17). O Senhor não tem por desejo trazer mal sobre a
humanidade, a vontade de Deus é que o Homem caído se volte para Ele e assim
encontre misericórdia (Isaías 55.7, Atos 17.30), vejamos ainda o que nos diz o
profeta Ezequiel: “Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não
tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho,
e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que
razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ezequiel 33.11). O Senhor tem como desejo que todos
possamos chegar ao pleno conhecimento dEle e sejamos livre de toda maldição, ou
seja, da ação do pecado em nossa vidas, assim nos diz Paulo: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância,
anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;”(Atos
17.30). Este é o anuncio
de Deus para nossas vidas, que sejamos libertos do pecado!
·
Fomos libertos de toda maldição!
Já deixamos claro aos nobres leitores que
todos estávamos debaixo da maldição do pecado e, portanto SEPARADOS de Deus
(Isaias 59.1,2). Contudo, fomos reconciliados com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos afirma: “Assim que, se alguém está em
Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por Jesus cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;”(2
Coríntios 5.17,18). Podemos
entender que somos novas pessoas, com novas oportunidades diante de Deus e que
o passado já não importa mais para Deus. Não importa o que fizeram meus pais,
nada disso terá a menor importância para o Senhor, pois agora vivo debaixo da
graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que através do seu sacrifício na Cruz me purificou
de todo pecado (1 João 1:7 ) e ainda rasgou a minha dívida (pecado) e expôs na cruz do calvário
(Colossences 2.14). Pedro afirma que este mesmo Senhor nos comprou por um alto
preço e nos resgatou da maneira de viver de nossos pais, ou seja, nada que nossos
pais fizeram veio sobre nós após sermos resgatados pelo sague de Jesus, assim
nos diz a Palavra: “Sabendo que não foi com coisas
corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição
recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo [...]” (1 Pedro 1.18, 19 a).
Fomos libertos das acusações que haviam
contra nossos pais, contra nós mesmos, apenas precisamos valorizar a Graça que
de graça foi derramada sobre nossas vidas! A grande dificuldade é que as
pessoas que crêem em maldição hereditária, fazem grandes distorções da graça de
Deus, e colocam o homem como centro de tudo, pois se utilizam de mecanismos
extra-Bíblicos como capazes de “libertar”
as pessoas. Meus irmãos, que isto não permeie vossos corações. Jesus nos
libertou na Cruz, por isso ele mesmo nos diz que “Se, pois,
o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8.36). Não há espaços para rituais de purificação,
para paranóia espiritual de que demônios irão nos perseguir, SOMOS LIBERTOS! A
recomendação que recebemos é “mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com
os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”
(1 João 1.7), se assim procedermos, nada
deveremos temer!
É claro que o inimigo de nossas almas anda a
espreita, buscando a quem possa tragar (1Pedro 5.8), mas a recomendação é
simples, “Não deis lugar ao diabo” (Efésios 4.27). O texto de Efésios 4 nos dá
excelentes dicas de como não dar lugar ao diabo. Entendemos que devemos ser
vigilantes não com o mundo que não podemos controlar (espiritual), mas sim com
a nossas responsabilidades como cristãos, cuidando uns dos outros (v.25), não
sendo caluniadores (v.25), não deixando a irá dominar nossas mentes (v. 26),
não roubando (v.28), não dando mal testemunho (v.29), por fim, evitando
sentimentos pecaminosos como cólera, amargura, blasfêmias e malícia (v.31).
Esta é a solução para que nossa vida seja repleta de bençãos espirituais. Paulo
nunca nos apresentou rituais judaizantes ou palavras mágicas como “TA AMARRADO”
ou ordem do tipo “DIABO PEGA AS SUAS MALAS...”, o segredo é simples : Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo,
e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7). Lembremos disso onde há luz, as trevas se dissipam, onde há o Espírito
do Senhor , ali haverá liberdade (2 Coríntios 3.17).
Para finalizar concluo reafirmando que NÃO
EXISTE MALDIÇÃO HEREDITÁRIA. A maldição que existe é o pecado que permeia a
raça humana, mas contra isto a solução é JESUS! Lembre-se disto e se firme na Palavra,
que nos garante: “Portanto, agora nenhuma condenação
há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas
segundo o Espírito” (Romanos 8.1). Vivemos segundo a graça do Senhor e não mais estamos debaixo de maldição,
pois “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós”
(Gálatas 3.13 a) e agora
podemos cantar como Paulo “Se Deus é por nós quem será contra nós?” (Romanos
8.31). Tenhamos a certeza que “maior é o que está em nós (Jesus) do que aquele
que opera no mundo (diabo e suas influencias)” (1 João 4.4), não precisamos
mais viver acorrentados pelo medo,mas convictos de que o Senhor Jesus nos
garante a vitória sobre o mundo!
Que o Senhor nos ajude a estarmos firmes nas
promessas de Deus e não sermos levados por todo vento de doutrina que acabam
nos afastado da Palavra de Deus!
Liberto por Cristo,
Jefferson Rodrigues