O jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, fez
uma bela defesa sobre o verdadeiro significado da democracia e rebate acusações
de ativistas gays contra Silas Malafaia, e de modo geral, a todos que são
contra a “ditadura” gay que tais ativistas tentam impor. Destaco ainda que
discordo de vários posicionamentos atuais do Pr. Silas, em especial seu recente
apoio e propagação da Teologia da Prosperidade, contudo, tenho que admitir que
o mesmo tem sido coerente na defesa da liberdade religiosa, seja ela qual for. Veja o artigo na integra e deixem suas opiniões:
O combate à homofobia não pode ser “catolicofóbico”, “evangelicofóbico”, “diferentofóbico”. Ou: Movimento gay quer passar de beneficiário da liberdade de expressão à condição de censor?
Por
Reinaldo Azevedo
Escrevi na quinta-feira um post sobre um processo
a meu ver absurdo que o Ministério Público move contra o pastor Silas Malafaia.
Expliquei ali o contexto. Quando, em junho do ano passado, a passeata gay
caracterizou 12 modelos como santos católicos e os levou à avenida para
representar situações “homoafetivas”, Malafaia, em seu programa de TV, acusou a
agressão à crença de milhões de pessoas e afirmou: “É para a Igreja Católica
entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses
caras aprender. É uma vergonha!” Explico naquele texto por que é absurda a
afirmação de que se trata de incitamento à violência: 1) católicos, enquanto
católicos, não agridem ninguém (ao contrário até: vivem sendo moralmente
agredidos); 2) o pastor não é um líder daquela religião, por óbvio, e não teria
como incitar aqueles que estão fora de seu campo de influência. Obviamente,
falava de modo metafórico, opinava em favor de uma reação da Igreja — que,
diga-se, ficou bem murchinha…
O post já tem mais de 700 comentários — e devo ter
deixado de publicar outro tanto de pessoas que se manifestam com impressionante
rancor. Ou, então, que deixam claro não saber como funciona a democracia. Olhem
aqui: eu não dou bola para correntes da Internet, não! Zero! Não me intimido
com trabalho organizado de lobbies. Penso o que penso. Se gostarem, bem; se
não, a Internet conta com milhões de páginas pessoais. Por que ficar sofrendo
na minha? Posso não pensar sobre a homossexualidade o que pensa Malafaia —
embora, creio, façamos crítica muito parecida à tal lei que pune a homofobia: é
autoritária, fere a liberdade religiosa e cria uma categorias de indivíduos
acima da crítica.
Muito bem! E daí que eu não pense o mesmo? Devo
silenciar diante de uma óbvia tentativa de calá-lo, ao arrepio, parece-me, da
lei? Sim, a Justiça vai decidir, mas posso e devo dizer o que acho. Acho que
estão recorrendo a uma óbvia linguagem metafórica com o propósito de se vingar
de um notório crítico da dita Lei Anti-Homofobia. Entendo que estamos diante de
um caso clássico de uso da lei para intimidar ou calar aquele que pensa de modo
diferente.
Os grupos do sindicalismo gay fazem uma enorme
pressão para que ele seja punido. Venham cá: que parte da cultura democrática
essa gente não entendeu direito? Então eles podem pegar símbolos de uma
denominação cristã, que têm valor para mais de um bilhão de pessoas,
submetê-los a uma, como posso dizer?, “interpretação livre”, mudando ou
mesmo invertendo seu sentido moral, mas um líder religioso deveria ser impedido
de dizer o que pensa?
Calma lá! É a liberdade de expressão como um valor
universal que permite hoje a essas ditas minorias, a esses grupos de pressão,
falar, reivindicar etc. O que querem? Coibir a dita homofobia metendo na cadeia
quem não comunga de seus valores? Já assisti, em vídeos na Internet, a
algumas intervenções de Malafaia na TV. Em nenhuma delas incitava a violência —
e duvido que o faça. Ninguém pode obrigá-lo a renunciar à sua fé e aos
fundamentos de sua crença. Tampouco me parece decente que se recorra a um
truque para tentar condená-lo. Querem lhe atribuir o que não disse - e que,
de fato, seria ilegal - para tentar puni-lo pelo que disse. E que nada tem de
ilegal.
Isso, reitero, não quer dizer que eu concorde com
ele sobre esse e outros temas. Aliás, ele é evangélico; eu sou católico. Isso
significa… divergência!!! Mas não vou condescender com esses que se querem
agora policiais do pensamento. Ora, de beneficiário da liberdade de expressão,
o sindicalismo gay quer passar agora à condição de repressor, de censor? Não
dá!
Também não vale o artifício de fazer eternamente o
papel do oprimido para oprimir os outros. Estou entre aqueles que acreditam que
há tantos gays hoje (percentualmente falando) como sempre houve. Uma
coisa, no entanto, é certa: a cultura gay nunca foi tão forte, e essa minoria
nunca foi tão visível e influente. Virou, por exemplo, pauta obrigatória das
novelas — ainda que o tratamento dispensado pelos autores varie bastante. Se
notarem, são sempre personagens “do bem”. Uma malvadão gay seria “contra a
causa”. Ignorando a letra explícita da Constituição, o STF reconheceu a união
estável homossexual, o que praticamente garante os demais direitos — agora é só
questão de ajuste da legislação infraconstitucional.
E tudo isso se deu sem uma lei para punir opiniões
divergentes. A militância gay não conseguirá mudar na base do berro, da
imposição e da perseguição jurídica o entendimento das igrejas a respeito do
assunto. Recorrer a truques para punir desafetos, que estão amparados pela
liberdade de pensamento e pela liberdade religiosa, é coisa de autoritários. O
combate à homofobia não pode ser “catolicofóbico”, “evangelicofóbico”,
“diferentofóbico”.
Afinal, qual é a pauta? Reivindicam direitos iguais
ou direitos especiais, muito especialmente o de calar aqueles de que discordam?
Finalmente, lembro que as igrejas são
pessoas jurídicas de direito privado. Isso, evidentemente, não dá a padres,
pastores ou a quaisquer outros líderes religiosos o direito de cometer crimes —
e entendo que não tenha havido isso no caso de Malafaia. Faço essa lembrança
pensando num outro aspecto.
Líderes religiosos, ainda que possam e
devam se posicionar sobre temas gerais da sociedade, sabem que falam
principalmente para os fiéis de sua igreja. Daí que seja absolutamente ridículo
querer impor às igrejas uma crença oficial ou um conjunto de valores definido
em alguma outra esfera, que não a religiosa. Atenção! Isso vale até para a
ciência. Uma igreja significa isto: um grupo de pessoas decidiu se reunir para
cultivar determinados valores e cultuar aspectos do sagrado. Ponto!
Muito bem! Malafaia recorreu àquela
metáfora, incorporada, convenham, à fala popular. Mas o que dizer de José
Eduardo Dutra, o diretor da Petrobras que mandou um “enfia o dedo e rasga” para
a oposição? A Petrobras não é uma igreja. A Petrobras tem uma dimensão pública.
Este senhor foi nomeado pelo governo e está lá para atender aos interesses de
todos os brasileiros: petistas e não petistas; cristãos, não-cristãos, ateus e
agnósticos; corintianos e palmeirenses; botafoguenses e não-botafoguenses…
Sobre a fala de Dutra, até agora,
curiosamente, o Ministério Público Federal não se manifestou.
Que regra está valendo? Seria aquela
dos estados autoritários, que resumo assim: “Aos inimigos, nada, nem a lei; aos
amigos tudo, menos a lei”?
Por Reinaldo Azevedo direto do veja.abril.com.br
Está é a primeira vez que leio um de seus trabalhos. Concordo com vc. O pensamento deve ser sempre livre, e sou contra essa lei, q nos imprede de ter opinião própria. Sou evangélica e sou contra a prática homossexual, mais nao sou contra o homossexual. Tanto é que tenho amigos q são, e podes crer que nunca tratei ou tratarei nenhum deles mal. Parabéns pela sua coragem de se manifestar!
ResponderExcluirCara anonima, espero contar sempre com sua opinião em nosso espaço. Seja bem vinda ao História com Cristo!
ExcluirEm Cristo, Jefferson Rodrigues.
Nenhum grupo consegue mais desatar o nó que foi acometido entre os que estão envolvidos no assunto acima citado. O afrontamento gera conflito, passamos da era da guerra da libertação Sexual para a era do Impressionismo Social.... Os militantes estão deturpando totalmente o senso politico-social de direitos que pregavam em outrora, querem mostrar quem pode mais, e até que fazem mais, e isso só faz aumentar ainda mais essa batalha que já perdeu o nexo, mas continua imputável entre Religião X "Sexualidade". Esquecemos inclusive, que o respeito e o espaço são as melhores formas de se garantir a Paz, inclusive a de Espirito!
ResponderExcluirSid, seja bem vindo ao História com Cristo!Concordo com você, pois acredito que o respeito a opiniões contrarias (mesmo discordando da mesma) é a chave da boa convivência.
ExcluirEm Cristo, Jefferson Rodrigues.