Texto base: “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.” (I Cor 1.12)
Quando chega o final de semana é costume minha família e eu procurarmos um local agradável para fazermos um “programa de crente”, ou seja, comer e tomar refrigerante [... risos]. Sempre fica a indagação: o que vamos comer hoje? Às vezes queremos algo mais leve e exótico, optamos por um sushi ou sanduíche frio. Às vezes queremos algo mais suculento, não resta outra opção: a velha e boa picanha. Outras vezes mandamos ver naquela tradicional comida de “crente”, pizza, em especial de carne de Sol (uma deliciosa iguaria nordestina) e assim por diante, até encontrarmos algo que nos agrade e satisfaça o desejo momentâneo de nossa barriga.
Mas o que isto tem haver com a Igreja de Cristo? Infelizmente, na atualidade, tem tudo haver! Encontramos diversas denominações que se consideram a “última coca-cola do deserto”. São igrejas onde são as únicas detentoras da autoridade e do poder de Jesus Cristo. Tem para todo gosto, semelhante ao que ocorre com um cardápio de restaurante. Elas se adaptam as necessidades modernas, apresentam um Cristo (quando o apresentam) semelhante a nossos fast-foods importados diretamente dos Estados Unidos.
Alguém pensa: “Estou desempregado e falido. Para onde vou recorrer? É só ligar a TV nas madrugadas que esta pessoa irá encontrar a solução para seu problema. Seria Cristo? É Claro que não! A solução está na Igreja Universal, pois “depois que vim para IURD minha vida financeira mudou”. Essas pessoas transferem a Glória que só é devida ao Criador para a denominação que ela está frequentando. Contudo, não condenamos a prosperidade financeira, porém não há respaldo na vida e nos ensinamentos de Cristo para esta busca desenfreada por riqueza e prosperidade financeira, a final a prosperidade bíblica está ligada não apenas a riquezas e dinheiro, mas está relacionada diretamente a uma família estruturada e centrada naquele que é digno de honra e de toda glória: Jesus! Paulo nos afirma que: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Flp 3.8). Ele nos afirma que perdeu todos os seus méritos humanos para seguir a Cristo e que seu objetivo agora não era bençãos materiais, mas era a pátria celestial (Flp 3.20). Com isso não podemos apoiar esta busca desenfreada por glória entre os homens.
Outra pessoa diz: “tenho uma enfermidade que não consigo a cura. Aonde vou encontrar solução para meu problema?” Em Cristo? Novamente não! A solução é simples, basta apenas um toque do apóstolo Valdomiro, pois conforme matéria publicada pela revista Isto É:
Aos 61 anos, a católica catarinense Aledir Lachewtz, 61 anos, levou fotos e roupas de sua tia octogenária que sofria com um edema pulmonar para serem abençoadas em um culto na IMPD. “Os médicos diziam que não tinha mais jeito”, conta Aledir. “Mas, depois das bênçãos, novos exames não apontaram mais nada. O apóstolo tem muito poder de cura.” Ver matéria completa clique AQUI
Ou seja, quem tem o poder de cura não é Aquele que morreu na cruz e que levou todas as nossas enfermidades. Quem possui o poder de cura é o apóstolo Valdomiro. Tal fato me preocupa, não porque sinais e cura não existam em nossos dias. O que me causa admiração é ligar a TV e ver estes testemunhos onde afirmam que apenas naquela denominação há operação do poder de Jesus. Como diz Paulo em I Cor 1.12,13: “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?”. Quem realmente pode realizar o milagre? É claro que é Jesus! Não é a denominação, ou o apóstolo fulano ou bispo cicrano, ou ainda o pastor Zé das quantas. Foi Cristo que morreu e ressuscitou por nós e somente a Ele foi “dado todo poder nos céus e na Terra” (Mt 28.28)
E porque que então temos vistos tais ministros “prosperarem”? Aponto dois motivos, são eles:
1. Semelhante a diversidade de cardápios que atendem a necessidade alimentar que temos, conforme a ilustração inicial. Tais ministérios oferecem o que a necessidade momentânea de cada pessoa exige. É dinheiro? Temos a solução, basta depositar sua fé através de uma doação. É cura? Basta vir para a nossa denominação, pois somente aqui Jesus opera. Não gosta de regras? Temos um “evangelho” bem mais moderno e tolerante para você, e este saiu agorinha do “fogo” (adivinha de qual fogo?). Enfim, temos algo que se adapte ao que você deseja, aquilo que sua “barriga” pede!
2. Outro ponto é que o Senhor permite que tais coisas aconteçam, pois não é bom que se separe o joio do trigo antes que venha o tempo da colheita, quando o trigo será separado do joio e lançado no fogo para ser queimado (Mt 13.30). Afinal, mesmo que seja por ganância ou em busca de mérito próprio, o que importa é que o Evangelho de Cristo seja pregado (Flp 1.18). Porém meus queridos, a semelhança do povo de Deus que em meio ao deserto murmuraram e rejeitaram a promessa da terra prometida e mesmo assim, Deus permitiu que toda a congregação e seus animais bebessem da água que saiu da rocha (Nm 20.8) e nenhum deles alcançaram a promessa, exceto Josué e Calebe, que não apenas beberam da água, mas acreditaram que algo muito melhor lhes esperava na Terra Prometida por Deus, assim também acontecerá com esta geração se não priorizarem a promessa em detrimento das bençãos atuais.
Amados, tenha em mente o seguinte: ainda que vejamos sinais, prodígios e maravilhas, todas estas coisas não lhe garantirão a entrada na Terra Prometida por Jesus (Mt 7.21). O que nos da certeza de que Jesus “está no negócio” é a pregação do Evangelho, centrado na Santa Palavra de Deus e que seja repleto de submissão ao Altíssimo. E ainda que sinais e maravilhas ocorram, elas são obras do Mestre Jesus e a glória deverá ser dada somente a Ele, conforme Pedro e João (At. 3.11-13) fizeram, após realizar um grande milagre no Templo.
Isto tudo mostra que não importa a denominação que façamos parte, o essencial é o Evangelho ser pregado de forma genuína e confiar que o Senhor está disposto a responder nossas orações conforme a Sua Santa e perfeita vontade!
Em Cristo,
Jefferson Rodrigues