Por Jefferson Rodrigues
Para alguns historiadores[1]
o século XX foi testemunha das maiores catástrofes militares que a humanidade
já presenciou, especialmente em razão das Duas Grandes Guerras Mundiais (1914-1918
e 1939-1945), com cerca de 70 milhões de pessoas vitimadas. Além destes
terríveis conflitos, outros conflitos alcançaram proporções desastrosas, tais
como a famigerada Guerra do Vietnã (1959-1975), deixando cerca de 1 milhão de
feridos e mortos, fruto de um dos maiores conflitos ideológicos da
contemporaneidade, a Guerra Fria.
A Guerra
Fria (1948-1989) consistiu numa polarização de interesses entre duas potencias
militares, União Soviética (atual Rússia) e os Estados Unidos. De um lado estavam
as potencias comunistas, lideradas pela União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), que tentavam conquistar território e impor seus ideais
comunistas, camuflando um totalitarismo sem precedentes. Do outro lado estavam
as potências alinhadas com o ideal capitalista defendido pelos Estados Unidos,
sendo em grande medida defensores dos princípios de igualdade, liberdade e
fraternidade. Não queremos com isto fazer partidarismo pró Estados Unidos, mas
para efeito Bíblico, a nação estadunidense sempre apoiou os pensamentos
bíblicos e cristãos. Em contrapartida, as nações comunistas têm como principio excluir
qualquer tipo de manifestação religiosa, tornando seu líder político como único
que merece ser reverenciado.
Com a Guerra fria, a humanidade viveu 51 anos de
profunda tensão, pois tanto a URSS quanto os EUA eram (e ainda são) detentores
de um arsenal nuclear capaz de aniquilar toda a vida existente no planeta.
Foram anos de medo, com ameaças de destruição mútua a todo instante! Mas como
percebemos, mesmo diante de um poder tão destrutivo, não aconteceu o fim. Sabe
por quê? Ainda não era a hora determinada no relógio do Senhor (Ec 3:1; 2 Pe
3:9). Toda a existência está debaixo das mãos do Deus Todo Poderoso, e tudo
acontece somente quando o Senhor ordena que se faça (Gn 1:1-26; At 17:28; Cl
1:16). Os maiores conflitos que a humanidade vivenciou não aconteceram no
século XX ou começo do XXI. Eles ainda estão por vir! Serão as duas últimas
guerras mundiais: o Armagedom (Ap 16:14-16) e a Revolta Final, chamada de
“Gogue e Magogue” (Ap 20:8-10). Em
virtude da Revolta Final (“Gogue e Magogue”) acontecer somente após o Milênio
(Ap 20:8-10), trataremos deste tema em momento oportuno.É claro que não sabemos quando estes conflitos efetivamente acontecerão, mas podemos afirmar que serão os últimos antes que a atual existencia seja tranformada pela vinda do Senhor em poder e Glória (Mt 24:30).
Agora observaremos as características da penúltima
grande guerra mundial, que acontecerá no fim da Tribulação (Ap.
16.12-16; 19.11-21) e antes do começo do milênio, o Armagedom. A palavra hebraica que origina o nome desta
guerra -“Armagedom” - significa “monte ou montanha de Megido”, local onde já
aconteceram diversas batalhas decisivas na história de Israel (Jz 5:8,30; 1 Sm
29:1; 31:1-13; 2 Rs 9:27; 2 Rs 23:29,30;). Porém esta batalha será diferente de
todas as outras, pois o Diabo, o Anticristo e o Falso profeta convencerão -
através de espíritos de demônios - as nações existentes da terra para se
reunirem nas Montanhas de Megido e prepararem-se para destruir totalmente
Israel (Ap 16:16).
Esta
não será apenas uma batalha, mas entendemos que serão vários conflitos
sangrentos, pois “a palavra grega ‘polemos’, traduzida por ‘guerras’ em
Apocalipse 16:14, geralmente significa uma guerra prolongada”[2]. Assim deduzimos que poderão
durar vários dias ou semanas até que o Israel esteja prestes a sucumbir, afinal
para este povo será o “grande dia do Senhor”(Ap 16:14), onde a “plenitude dos
gentios” será completa (Rm 11:25 b). O salmista profeticamente anteviu este
conflito ao dizer: “Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vàs? Os reis da terra se levantam e os governos
consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl 2:1-3). Este será o pensamento tolo que terão os homens
movidos pelos seus desejos, e sendo influenciados pelo Diabo e seus agentes.
Estas nações acreditam que poderão exterminar o povo de Deus da face da terra,
acreditando que desta forma atingirá os planos do Senhor. Ledo engano! Afinal a
Bíblia nos diz que: “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá,
porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele,
chamados, e eleitos, e fiéis”(Ap 17:14).
Será uma
movimentação bélica que terá um final surpreendente, pois enquanto os homens da
terra se armam para a Batalha final contra Israel (Ap 19:19), o Senhor virá em
poder e glória e de forma espetacular o Senhor Jesus livrará o seu povo (Rm
11:26) e eles reconhecerão ao Senhor Jesus como seu Messias prometido que
cumpriu o concerto com Israel, que consistia em livrá-los e estabelecer o reino
de Davi na terra(Is 29:7; Jr 31:31; Rm 11:27). Podemos então perceber que as
palavras do salmista se cumprem aqui ao vaticinar: “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes
falará na sua ira, e no seu furor os turbará. Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o
meu santo monte de Sião” (Sl 2:4-6). O Senhor castigará aqueles que se
levantarão contra o seu povo (Mt 25:31-46) e o inferno final será inaugurado,
pois o Anticristo e o Falso profeta serão lançados no lago ardente de fogo e
enxofre (Ap 19:20). Quanto ao Diabo, ainda não será o seu julgamento definitivo,
mas o Senhor o prenderá por mil anos e impedirá qualquer influencia maléfica no
mundo (Ap 19:20).
Portanto, o
Armagedom marcará dois grandes eventos proféticos: o fim da Grande Tribulação e
o Retorno do Senhor Jesus com os salvos em poder e glória (Mt 24:30; Jd v.14).
Este último evento também culminará com o estabelecimento do Julgamento das
nações que se levantaram contra o povo judeu (Mt 25:31-46). Após este
julgamento será estabelecido o reinado de mil anos de paz sobre a terra,
chamado de Milênio.
Esperando em Cristo,