sábado, 8 de março de 2014

JESUS NÃO ERA MACHISTA!


 Por Jefferson Rodrigues
O século XX e início deste século podem, sem dúvidas, serem considerados a “era dos extremos”, conforme vaticinou o historiador inglês Eric Hobsbawn em sua obra “Era dos extremos: O breve século XX”(1995). Este extremismo torna-se mais evidente quando o fato envolve crenças religiosas, sejam aquelas teístas (onde se acredita em um Deus) ou mesmo aquelas ateístas (que negam a existência de um deus e fazem disto uma religião).

Quanto a este último grupo, vimos neste “breve século XX”, arregimentarem cada vez mais “fiéis” para a sua não fé. A grande problemática neste caso se dá pelo fato de buscarem firmar sua não crença, desacreditando a fé de bilhões de pessoas ao redor do mundo, mesmo que para isto tenham que pintar um quadro sombrio a respeito do ícone da fé cristã, ou seja, de Jesus Cristo.

Entre tantas acusações que fizeram contra os cristãos e suas bases de fé, destacamos uma que ainda é redundante entre grupos que não conhecem, de fato, os ensinos de Jesus. Tais pessoas afirmam que Jesus ensinou seus discípulos a serem machistas e tratarem as mulheres como inferiores. Mas será isto o que os Evangelhos nos mostram? Veremos de forma sucinta que esta afirmação não resiste a mais simples análise dos Evangelhos bíblicos.

Em primeiro lugar destacamos que as mulheres tiveram um papel proeminente no ministério de Jesus, pois desde seu nascimento o enfoque recai sobre uma mulher, Maria, que foi escolhida para cuidar e instruir aquele que seria o salvador do mundo (Lucas 1.28). Deste ponto em diante, vemos a criança Jesus crescer e tornar-se o Mestre Jesus e diferentemente do que poderia se esperar de um homem judeu, nascido em uma cultura patriarcal, ele concede as mulheres que o seguiam um lugar de destaque.

Podemos ver mulheres sendo exaltadas enquanto o restante da sociedade as tratava com desdém, vejamos o caso de uma prostituta chamada Maria Madalena.  Segundo o Evangelho de João, esta uma mulher foi levada a presença de Jesus para ser julgada. O motivo era que “os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério” (João 8.3), segundo a Lei religiosa da sociedade judaica ela deveria ser morta por apedrejamento (Deuteronômio 17:5). Contudo para a surpresa de todos, Jesus não a condenou, como esperava os acusadores, antes a perdoou e deu outra chance para aquela mulher. O texto de João relata justamente como aquela sociedade exaltava a figura masculina, pois mesmo os acusadores sendo conhecedores da Lei religiosa, levaram apenas a mulher para ser julgada, quando na verdade, deveria ser ambos. Neste sentido, entendemos no discurso proferido por Jesus, a idéia de igualdade e valorização social da mulher naquela sociedade, pois, segundo o texto, esta decisão de não julgar aquela mulher foi tomada em meio ao publico, que em parte era composto por homens desejosos de sangue.

Outro fator fundamental é a constante alusão a nomes de mulheres relatados nos Evangelhos, este fato também demonstra que tanto Jesus, como seus seguidores que escreveram as suas palavras, valorizavam o trabalho desenvolvido pelas mulheres em seu ministério. Vejamos um texto que nos fala claramente que homens (discípulos) precisavam do apoio das mulheres para desenvolver suas funções, inclusive colocando-se em condição inferior diante daquela sociedade ao receberem doações delas, assim diz o texto: “[...] e também o seguiam algumas mulheres [...] Maria, chamada Madelena, da qual saíram sete demônios; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lucas 8:2-3).

Em última analise, destacaremos o fato mais emblemático para a fé cristã, a ressurreição de Cristo. Sem dúvidas esta crença é essencial para os fundamentos da fé cristão, inclusive São Paulo afirma que  “ [...] se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados”(1 Coríntios 15:17). Assim como em sua crucificação e morte, onde somente ficou um grupo de mulheres seguidoras de Cristo (ver João 19:25), na sua “Ressurreição” Jesus primeiramente se apresentou para elas. No Evangelho de João é descrito que Jesus apareceu em primeiro lugar para Maria Madalena, sendo ela a responsável por anunciar aos demais discípulos a notícia do grande fato. Já no evangelho de Lucas, esta lista é acrescida de outros nomes além do nome de Maria Madalena, são elas Joana e Maria mãe de Tiago, tendo as três a responsabilidade de dar a notícia ao demais. Já em Mateus a lista é reduzida do nome de Joana. No evangelho de Marcos e João é Maria Madalena a primeira pessoa que viu Jesus ressuscitado. Este fato ressalta como Jesus escolheu algumas mulheres para mostrar o feito mais extraordinário da fé cristã, sua ressurreição. Ele deu a mulher um lugar especial em seu ministério, inclusive na disseminação de sua mensagem (ver João 4).

Diante do exposto, afirmamos que os escritores dos Evangelhos poderiam ter anulado estas referencias ao papel feminino (já que eram machistas, conforme acusam alguns), porém não o fizeram, antes destacaram o valor da mulher! Não estamos aqui, negando o caráter masculino que o cristianismo adquiriu, principalmente na Idade Média, mas destacamos que foi muito menos pela mensagem inicial do Evangelho do que pelo predomínio masculino posterior. Assim, ao olharmos para a mensagem inicial de Cristo, podemos afirmar sem sombras de dúvidas: “JESUS NÃO ERA MACHISTA”!


 Em Cristo,
Jefferson Rodrigues

4 comentários:

  1. nossa!!! mensagem simples mais o suficiente para demonstrar a verdade e como é lindo o agir de Deus trabalhado nos mínimos detalhes....

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    1. Aline que prazer tê-la em nosso espaço! Fique a vontade para participar conosco! Que o Senhor lhe abençoe!
      Em Cristo, Jefferson Rodrigues

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  2. Pois bem...Deus não é machista. A desigualdade, a opressão, o sofrimento, entrou no mundo a partir do pecado de Adão. Mas, ainda assim; autoridade espiritual não é autoritarismo e submissão ao marido que lhe ama, como Jesus amou a Igreja, algo sem esforço algum...Jesus não era/é machista. E os cristão também não deveriam ser, mas, infelizmente, são; e muito. Oprimem seres de segunda categoria. Distorcendo a Verdade, para se respaldar. Parabéns pelo estudo.

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  3. Pois bem...Deus não é machista. A desigualdade, a opressão, o sofrimento entrou no mundo a partir do pecado de Adão. Mas, ainda assim: autoridade espiritual não é autoritarismo e submissão, ao marido que lhe ama como Jesus amou a Igreja, é algo sem esforço algum...Jesus não era/é machista. E os cristão também não deveriam ser, mas, infelizmente, são: e muito. Oprimem as mulheres com se estas fossem seres de segunda categoria (porque são ajudadoras...mas, ajudador é o que fica com o fardo mais leve, não o menos competente...). Distorcem a Verdade, para se respaldar em suas sandices. Parabéns pelo estudo.

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