terça-feira, 4 de outubro de 2016

ORIENTAÇÕES DISCIPLINARES SOBRE O USO DO DOM DE LÍNGUAS NA IGREJA


Por Jefferson Rodrigues
Apesar do dom de línguas ser atual e importante para a vida da igreja, é preciso que seja disciplinado o seu uso público, afinal, não é saudável que o culto público se torne numa bagunça sem precedentes. Paulo já tinha esta preocupação, por isso ele afirma: “[...] e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14:39 b,40). Infelizmente é comum no meio pentecostal a não observação das orientações Paulina, portanto, com a intenção de ajudar deixaremos algumas orientações sobre o uso de línguas no culto público:
1.             As línguas devem ser acompanhadas de interpretação (1 Co 14.27);
2.             Deve-se manter a ordem no culto público (1 Co 14.27). Ao se falar em língua de forma pública, e com interprete, deve-se seguir uma ordem, ou seja, fale dois ou três e os demais estejam calados (1 Co 14.27). O comentarista pentecostal Donald Stamp nos acrescenta: “deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em ‘êxtase’ ou ‘fora de controle’[1]”. Vemos que é possível o controle por parte daquele que fala em línguas, portanto, deve-se manter a ordem.
3.             Em culto público é preferível à profecia quando não há interprete para as línguas (1 Co 14.5). E acrescento, é preferível a profecia que surge através da exposição das Escrituras, ou seja, através da exposição da Palavra o Espírito Santo trás iluminação a mente do pregador que desnuda a alma do ouvinte e edifica a congregação.
4.             Fale consigo e com Deus (1 Co 14.28 b). Nada impede o uso do dom de línguas (sem interprete) na igreja (1 Co 14.28 b), contudo, deve-se manter o controle e discrição tendo em vista não ser uma mensagem direcionada para congregação. O professor mestre Zwinglio Rodrigues corrobora com nosso pensamento ao dizer: “o glossolalista não deve fazer ecoar sua voz em atividade glossolálica. Mas, ele pode emitir sons baixos que não perturbem o ambiente cúltico[2]”.
5.             Ore para que aja interpretes em nossas igrejas (1 Co 14.13). Muitos tem se esquecido da solene recomendação bíblica: “ore para que possa interpretar”. Precisamos pedir a Deus para que tenhamos cultos inflamados pela presença do Espírito Santo, mas que também aja a multiplicidade total dos dons inclusive e especialmente o de interpretar aquilo que nos é proposto através das línguas.
6.             Não se deve proibir o falar em línguas (1 Co 14.39). Não são poucos aqueles que por medo de perder o controle ou coisa similar tem deixado de buscar com zelo (ardente desejo) o dom de línguas (1 Co 14.1). E para piorar a situação, ainda há uma forte militância contraria ao uso deste dom. Todos estes fatores juntos tem fomentado a redução de cristãos que experimentam esta maravilhosa dadiva do Céu. Devemos estabelecer a ordem no culto através do ensino, porém, a determinação Paulina é clara: “não proíbam que falem em línguas!”. Não se pode “jogar fora a criança junto com água suja da bacia”, ou seja, não é porque existe excessos que devemos extinguir o uso de um dom que nos aproxima mais de Deus. É preciso que lideres pentecostais reflitam sobre o ensino que tem dado a sua congregação. Uma igreja instruída saberá manter o fogo do Espírito inflamando seus corações, sem esquecer de que a doutrina bíblica não pode ser esquecida.
Que a chamado Espírito arda em nossos corações e os dons transbordem em nossas congregação. Só não podemos esquecer a orientação final de Paulo: "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem"(1 Co 14.40).
Em Cristo, Jefferson Rodrigues.




[1] STAMP, 2012, p. 1757
[2] RODRIGUES, 2016, p. 156

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caros irmãos fiquem a vontade para concordar, discordar, criticar e elogiar. Apenas peço que o façam com base na Palavra de Deus. Lembro a todos que os comentários que forem ofensivos serão removidos, pois nosso espaço é para reflexão e não agressão. No mais fiquem a vontade!