sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MISAEL: PODERIA SER VOCÊ! - PARTE II

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· Impressões da noite

Fiquei imaginando pra onde íamos. Mas não contei estória embarquei na deles. Seguimos pelas ruas da cidade, era tudo muito novo. As luzes da noite me deixavam como que extasiado, parecia que estava hipnotizado. Passamos por uma rua escura (estávamos no carro do André, um Corsinha preto, ano 98) e ao pararmos no sinal vi uma cena que nunca tinha visto em Rio Calmo: mulheres seminuas se vendendo. Um delas com os seios de fora se encostou no carro e ofereceu seus serviços. André fez sinal para que a moça se aproximasse, quando ela chegou perto... Que surpresa! Um jato de pó branco cobriu aquela mulher. Era uma “brincadeira” costumeira entre a galera do André. Eles costumavam descarregar o extintor de incêndio em cima das pessoas que passavam pela rua, especialmente prostitutas e travestis. No começo me assustei um pouco, mas logo me acostumei e já dava altas gargalhadas com a cara de raiva, medo ou espanto que nossas vítimas faziam, afinal eu acreditava que aquelas pessoas não valiam nada!

Chegamos num lugar bem movimentado, parecia um formigueiro, era uma danceteria. Quando entrei naquele lugar fiquei impressionado com o volume do som, o número de pessoas, as luzes, era tudo muito novo e ao mesmo tempo estranho. Mas não me fiz de inocente entrei na “onda” e comecei a dançar e a fazer algo que nem imaginava antes, bebi minha primeira lata de cerveja. A noite parecia não terminar, e eu com dinheiro, ou melhor, cartão no bolso, não economizei. Tinha que fazer bonito para o André e sua galera, que agora era um pouco minha. Quando tudo já estava bem, me aparece uma morena de cabelos lisos, parecia a Juliana Paes (ou talvez já tivesse bebido muito), chamava-se Adriana, era amiga do André. Logo começamos a “trocar idéias” e no embalo da música, começamos a “ficar” como dizem por aqui. De repente Andréia me oferece uma “bala”(êxtase), era um comprimido colorido. Confesso que não conhecia, mas aceitei. Cara, aquele negocio me deixou elétrico! Parecia que não iria cansar nunca! Queria beber mais, dançar mais e pular até o dia amanhecer! E foi isto que aconteceu...

· O outro dia

Por volta das 5:00h da manhã voltamos para o apartamento do André. Nem me lembro onde cai, sei que dormi e acordei somente a tarde. Sentia meu corpo todo doer, minha cabeça, meus braços, o estomago embrulhava e sentia uma tristeza que não conseguia explicar. Toda aquela euforia da noite parecia depressão agora. Mas eu sabia o que fazer: a noite vou repetir tudo de novo!

Procurei o André para conversamos sobre os planos, sobre o comercio que iríamos começar. Foi ai que ele me disse que estava num negócio que tinha altos lucros, só precisava de um bom investimento. Sem fazer muitas perguntas disse:

-To nessa! O que tenho que fazer.

Ele me respondeu:

-Misael o negocio é o seguinte: Lembra-se da Adriana?

Com um sorriso no rosto disse:

- Claro que sim, como poderia me esquecer!

Ele emendou:

- Tira esse sorriso do rosto que ela será nossa funcionária. Ela será responsável pela distribuição e por arranjar novos clientes.

Perguntei então:

- Mas qual será o produto que vamos vender?

Neste momento o André mudou a fisionomia e me disse:

-Não se preocupa com isso, mas se quer saber vamos trabalhar com “balas”, igual a que você experimentou ontem.

Fiquei meio receoso, mas logo o André me falou que eu não me envolveria nisto. Apenas queria meu “investimento”. Pensei, pensei, e por fim decidi ver no que isto daria.

A noite chega e tudo começa novamente, era festa, bebida, êxtase, mulheres. Estava tudo como eu imaginava. Até a “Juliana Paes” (na realidade era a Adriana) estava namorando comigo. E o melhor de tudo a grana tava entrando. Todo mundo procurava o André e seus representantes, enquanto eu ficava só na diversão! Parecia que tinha acertado na escolha. Com cerca de cinco meses de "investimento" já não andavamos de corsinha, agora eu possuia um carro novo, modelo do ano e o André já fazia planos para comprar um carro esporte modelo importado, afinal o "comércio" estava dando lucros, pois o que não faltava eram "clientes".

Esta cena se repetiu por vários meses, confesso que nem lembrava mais de meu pai ou do meu irmão. Eles até me ligaram algumas vezes, mas fazia questão de não falar com eles. Sabia que não era aquela vida que meu pai queria para mim, pois ele gostava de tudo certinho. Contudo, eu não estava nem aí! Eu estava numa boa e eles em seu mundinho atrasado de religião!

Um belo dia o André me pediu para fazer uma viagem. Eu precisava ir até uma cidade perto daqui. Iria a um sítio buscar uma nova mercadoria. Não contei conversa, fui buscar a encomenda. A coisa estava crescendo tínhamos muitos clientes e cada vez mais exigentes. Começamos a entregar a famosa “bala” em todas as festas realizadas em Prazeres e precisávamos diversificar nosso ramo, e nada melhor do que expandir para a cocaína. É isto mesmo cocaína! Eu já não tinha mais princípios o que me movia era a ganância por prazer e dinheiro. E eu precisava manter minha vida, minhas namoradas, meu vício! Parece loucura, mas já estava viciado, afinal toda noite era aquela rotina, aquela adrenalina e eu sempre buscava mais e mais.

Na volta do interior começamos a investir na nova “mercadoria” e eu já fazia parte da equipe que entregava a droga e cobrava o dinheiro...


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Em Cristo,

Jefferson Rodrigues

Um comentário:

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