quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PENÚLTIMA PARTE: MISAEL, PODERIA SER VOCE!


CONFIRAM: PARTE I (clique aqui)

PARTEII (clique aqui)

[...]Na volta do interior começamos a investir na nova “mercadoria” e eu já fazia parte da equipe que entregava a droga e cobrava o dinheiro. Assim como o dinheiro aumentava, neste negocio, aumentavam as dificuldades. E começamos a nos preocupar com rivais que também distribuíam drogas. O André me falou de uns caras do outro lado da cidade já estavam de olho em nosso “negócio”. Sabe, nem preocupei, achava que era bobeira, paranóia do André. O que eu queria mesmo, era aproveitar o máximo e cheirar até a última carreira de pó.

· Mudanças à caminho

Já iriam completar dois anos que tinha saído de Rio Calmo e me sentia muito bem sem meus familiares. Até que numa bela tarde, ao chegar em casa, encontro meu pai. De cara, vou logo fazendo várias perguntas:

- O que o senhor faz? Quem te deu meu endereço? O que houve em Rio Calmo para vir até aqui?

Ele com a calma de sempre me responde:

- Nada disto importa filho, apenas queria ver como você estava. E seu endereço peguei com a prima do seu colega que foi até Rio Calmo.

Mais calmo, tentei disfarçar e fui perguntado:

- O Senhor vai demorar muito por aqui? (Queria me livrar dele o mais rápido possível)

Não tirei da cabeça a expressão do rosto dele ao dizer:

- Não se preocupe comigo meu filho, eu estou bem. Apenas passei para te lembrar que eu estarei sempre esperando você retornar a sua casa. E não esqueça, você tem uma família que te ama muito.

Após algumas horas meu pai se foi, e confesso, fiquei meio abalado, mas nada que alterasse minha rotina de festa, “trabalho” e diversão!

Naquela noite eu e o André fomos fazer mais uma entrega, desta vez era na região dos inimigos, no bairro Vila Nova. Por conta disto, levamos mais dois parceiros, todos armados, não sabíamos o que poderia acontecer. Ao chegarmos no bairro Vila Nova, seguimos para uma rua estreita e escura, local onde costumeiramente ficavam viciados. Ao chegarmos em frente a um prédio abandonado, um homem com uma fisionomia agressiva e com uma pistola na cintura nos recebeu e foi logo dizendo:

- O chefe espera por vocês lá dentro!

Confesso que fiquei com medo, mas o dinheiro proposto pela “encomenda” valeria apena. Subimos por uma escadinha escura, iluminada apenas por uma luz de segurança. Chegamos no terraço do galpão, e ao fundo um homem de meia idade, trajando uma camisa social branca, e uma calça bem usada, com um semblante extremamente amistoso nos recebeu e foi nos cumprimentado:

- Sejam bem vindos amigos, eu sou o Rogério. Trouxeram o que pedi?

Realmente, ele não tinha cara de perigoso. Podemos então relaxar e negociar com o Rogério. Fizemos a entrega e recebemos todo o dinheiro combinado. Era sair dali e curtir mais uma noite, cheio da grana! Descemos as escadas e seguimos para o carro onde estavam os dois parceiros nos esperando. Ai começou o inferno...

Eu ainda entrava no carro quando observei aquele homem mal encarado que nos recebeu vindo em nossa direção. Desta vez vinha com mais dois. Avisei ao André, mas ele achava que fosse nova encomenda e se dirigiu a eles. Eu permaneci no carro. Quando de forma surpreendente, aquele homem saca de sua pistola e dispara dois tiros contra o André. Eu fiquei em pânico. De imediatamente os dois caras que estavam com a gente, começaram a trocar tiros com os homens do Rogério. Foi uma cena chocante!

Eu não sabia em que lugar me esconder, minha mãos estavam suando, minhas pernas tremiam e só conseguiam pensar que iria morrer! Até que, não sei de onde, consegui tirar forças e enquanto os tiros zuniam eu segui para o volante do veículo e saí dali com a maior pressa possível. Naquele momento não pensei em nada, nem no André estendido no chão, nem nos parceiros que ficaram no local, eu queria fugir. E assim segui, desesperadamente em direção ao centro de Prazeres, onde ficava meu apartamento. O medo dominava minha mente, não conseguia tirar da cabeça o sangue jorrando do peito do André e ele caindo no chão. Estava em pânico!

Decidi me esconder por alguns dias. Mas não tinha como, eram clientes querendo saber de “entregas” e um novo ingrediente foi acrescentado ao meu caldeirão de problemas: a polícia. A entorpecentes já estava nos monitorando há alguns meses, e eu nem imaginava, contudo, com as mortes que ocorreram em Vila Nova, agora eles estavam no meu encalço, pois câmeras de seguranças gravaram a placa de meu carro. Eu estava perdido, nunca uma frase encaixou-se tão bem em minha vida como esta: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Estava pensando em parar, eu estava morrendo de medo de ser preso ou morrer! Só que tinha mais um problema, eu também era viciado e precisava de dinheiro para manter meu vício. Foi aí que decidi dar continuidade ao negócio. Só que aconteceria o inevitável....

· O inferno em minha vida

Alguns meses se passaram depois da morte do André. Eu continuava com a rotina de “vida louca”. Já tinha arrumado novos parceiros e andava sempre armado, com medo das tretas que poderiam me desafiar. Era como andar numa estrada cheia de minas explosivas, a qualquer momento poderia ser explodido por uma delas. Andava assustado dia e noite, mas não deixava de “trabalhar”, vendendo ilusões, momentos de prazer.

Mais uma noite terminou, seguia para casa por volta das 4:00h da manhã. Subi para meu apartamento, esquentei um fatia de pizza que tinha na geladeira, tomei uma lata de cerveja e dormi. Parecia mais uma noite comum, só que aquele acordar seria diferente.

Por volta das 6:30h acordei assustado. Eram batidas fortes na porta. Ao perguntar quem era, ouvi a resposta que não queria receber:

- Aqui é a Polícia! Abra a porta ou vamos invadir! Temos uma mandado de prisão contra você!

Pensei em reagir, em fugir, pensei em tudo, menos em me entregar. Mas não tinha para onde fugir. Meu sonhos foram transformados em meu pior pesadelo, segui para a delegacia de entorpecentes e em seguida para o inferno na Terra: o Centro de Detenção Estadual....


EM BREVE O ÚLTIMO EPISÓDIO DESTA SÉRIE, AGUARDEM!


Em Cristo,

Jefferson Rodrigues.

Um comentário:

  1. IRMÃO JEFFERSON ESA ISTORIA FES- ME LENBRAR DO MEU IRMÃO QUE TIROU A PROPRIA VIDA POR VIVER UMA ISTORIA REAL COMO ESTA QUE VOCÊ ACABARA DE CONTAR
    A INDA HOJE EU FICO PENÇANDO COMO ISTO FOI ACONTECER POIS ERA UMA PESSOA TRABALHADORA E RESPONSAVÈL MAIS DEIXOU LEVAR-SE PELAS COISAS O FERECIDAS POR ESE MUNDO E ENTROU POR UM CAMINHO QUE NÃO TEVE MAIS VOUTA
    E COMEDO DE VOLTAR PARA PRISÃO ONDE PASARA 5 ANOS SENDO UM DIA SERCADO PELA POLICIA ELE FEZ UMA PESSOA REFEM PARA GARANTIR NÃO SER PRESO E COM SUA PROPRIA ARMA ATIROU NA CABEÇA ISSO FOI O FIM
    SO LENBRANDO ERA DESVIADO DO EVANJELHO

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