sexta-feira, 28 de outubro de 2016

5 PASSOS PARA MATAR UM CRISTÃO FRACO NA FÉ


Por Jefferson Rodrigues

Texto base: Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. (Romanos 15.1)
Depois de analisar alguns depoimentos de novos convertidos, e de irmãos que se reconciliaram, bem como de tantos outros que ainda encontram-se desviados, decidi elaborar cinco passos (e poderíamos citar muitos mais) que você poderá dar para “matar” (espiritualmente é claro!) um irmão (ã) que se encontra fragilizados em sua fé . Vejamos:
1. Nunca cumprimente ou abrace-o após sua decisão por Cristo ou reconciliação. Se você deseja realmente que este irmão, que acabou de enfrentar seu ego e decidiu entregar sua vida a Cristo ou pediu perdão público pelo seu pecado, não permaneça na SUA Igreja, NUNCA, mais NUNCA mesmo demonstre afeto por ele (a) e muito menos deixe que este irmão (a) compartilhe com você a alegria de abandonar sua vida mundana e pecaminosa.
2. Jamais demonstre interesse por sua vida pessoal. Quando você encontrar este irmão (a) não faça perguntas tolas, do tipo: Como foi o seu dia (ou semana)? Sua família está te dando força nesta nova caminhada? Você está precisando de ajuda para conhecer melhor a Bíblia ou o ambiente da Igreja? Lembre-se que fazendo isto ele poderá se sentir em família e pode querer continuar em SUA Igreja.
3. NUNCA, em hipótese NENHUMA, faça uma visita. Uma pessoa que viveu uma vida inteira, ou parte dela, cercada por pessoas que nada tem haver com Evangelho, não vai precisar de novas companhias cristãs, afinal tudo que ela precisa aprender, dividir e compartilhar poderá ser feito nos 10 minutos após o final do culto, do lado de fora do portão da Igreja.
E não esqueça: se ele (a) não pediu uma visita é porque não quis!
4. Não convide esta pessoa para participar dos eventos e das atividades da Igreja. Caso você faça isto ele (a) não irá abandonar a Igreja conforme o planejado e você não terá sucesso em seu propósito, pois ao se sentir parte da Igreja participando dos eventos e atividades ele (a) não sentirá mais desejo de estar ao lado das velhas companhias.
5. Você não deve se sentir culpado por ele (a) estar se afastando da Igreja. Este é o passo mais importante! Esqueça aquele besteirol ensinado na Parábola das 100 Ovelhas (Lucas 15.3-7), onde o Bom Pastor deixa 99 ovelhas saudáveis no aprisco (Igreja) para ir atrás de APENAS 1 (UMA) que se havia perdido e traz ela de volta nos ombros cheio de alegria. Coloque sempre a culpa nesta pessoa que não teve a capacidade de interagir com o seu grupinho ( irmãos?), ou ainda não possuiu a força de vontade suficiente para abandonar sua vida antiga. GUARDE BEM: Você não precisa mudar em nada, quem chega na Igreja ou se reconcilia é que precisar se adaptar a você!
SE VOCÊ CONSEGUIU REALIZAR TODAS ESTAS ETAPAS COM LOUVOR, “MEUS PARABÉNS”! AGORA VOCÊ JÁ PODE SER CONSIDERADO UM MATADOR DE IRMÃO (A) FRACO NA FÉ!

Clamando pela misericórdia de Cristo,
Jefferson Rodrigues.

sábado, 22 de outubro de 2016

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E AS FALSAS DATAS PARA A VOLTA DE JESUS

Por Jefferson Rodrigues

*Nota: Este texto é adaptado do nosso livro Últimos Dias. Adquira o seu!
Apesar de hoje possuírem uma extensa rede presente em vários países do mundo, as Testemunhas de Jeová (T.J) tiveram sua origem a partir das ideias nada bíblicas sobre a volta de Cristo do seu fundador, Charles Taze Russell. Ele havia previsto o "retorno invisível" de Jesus em 1874, que "prepararia" a sua Segunda Vinda em 1914. Segundo o próprio Russell: “A batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso (o Armagedom) terminará em 1914, com a derrocada completa do governo do mundo [...] e o estabelecimento de Cristo”[1]. Para ele, 1914 seria o fim da era dos gentios, fato que se mostrou uma falácia inigualável.

Ele morreria em 1918, deixando aos seus sucessores a difícil tarefa de explicar por que o fim não chegou no ano previsto, ou seja, 1914. A solução encontrada por seus seguidores, foi apontar 1914 como o ano do retorno invisível de Jesus, que antes fora previsto para 1874 (data que seria posteriormente varrida pra debaixo do tapete). Assim, o periódico “Seja Deus verdadeiro”, na página 284, declara: “Na primavera de 1918, veio o Senhor, e começou o juízo, primeiro da ‘Casa de Deus’ e depois das nações deste mundo”[2].

Imagem da "Casa dos Prícipes", criada por Rutherford.
Afinal, a Primeira Guerra Mundial era um evento importante demais para não ser aproveitado como evidência, já que - bem ou mal - eles haviam previsto alguma coisa estranha para aquele ano, só não contariam que um evento exponencialmente maior e mais devastador  se iniciaria 21 anos depois, era a Segunda Grande Guerra Mundial. Só que as previsões para o fim do mundo não parariam por aí. O segundo presidente da Sociedade Torre de Vigia, Joseph Franklin Rutherford, faria ainda uma previsão para 1925, quando os profetas do Antigo Testamento seriam ressuscitados.  Para acomodá-los (fisicamente falando), Rutherford construiu a casa conhecida como Beth Sarim ("Casa dos Príncipes"), e - já que felizmente ninguém viu Isaías e Jeremias andando por aí - depois de 1925 a "hospedaria profética" sem uso acabou se tornando sua própria residência, onde morreria em 1942.

Um novo fim do mundo seria ainda previsto para 1975. A Torre de Vigia alegava que a criação do homem completaria 6.000 anos naquele ano específico. E como em uma semana cujos dias equivalem a 1.000 anos (2ª Pedro 3:8), os próximos 1.000 anos seriam uma espécie de "milênio sabático".  Mais uma vez a data passou em branco, e atualmente nenhuma testemunha de Jeová conhece tal previsão.
Diante de tais fracassos, só podemos reafirmar o que Jesus nos ensinou sobre a sua volta: Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai (Mt 24.36). Tais falsas profecias nos servem como advertência contra tais grupos religiosos, afinal, não são poucas as admoestações bíblicas contra falsos profetas (Mt 7.15-20;Rm 16. 17,18;  1 Ts 5.20,21; 1 Tm 6.3-5; 1 Jo 4.1). Não cedamos espaço para tais ideias! Fiquemos vigilantes e prontos para a vinda de Jesus a qualquer momento!
Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Em Cristo, Jefferson Rodrigues




[1] RUSSEL citado por OLIVEIRA, 2002, p.63
[2] OLIVEIRA, 2002, p.63

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

E SE EU PECAR??


Por Jefferson Rodrigues

Texto base: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor [advogado] junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I Jo 2.1, NVI)
* Nota: Este texto foi publicado neste blog originalmente em 21/07/2012, porém, nunca foi tão atual! Espero que edifique sua vida, como tem me edificado hoje, 4 anos após sua publicação inicial.
Esta semana, durante o serviço de rotina, no turno da tarde, me deparei com um caso que me fez refletir sobre até onde pode ir o sentimento de culpa em uma pessoa, em especial, em nós cristãos. O caso foi o seguinte:
Por volta das 16:00h seguiamos por uma importante avenida da zona Sul de Teresina, o trânsito muito intenso, quando ao longe minha equipe e eu contemplamos um aglomerado de pessoas, já nos questionavamos sobre o que seria, talvez um assalto, uma briga, ou o mais provável, um acidente de trânsito. Não era nada disso. Sentada no meio fio, sendo consolada por um homem com um uniforme de uma empresa, de cor azul, estava uma jovem que não tinha mais que 20 anos, branca, de cabelos negros, com o aspecto frágil, pele pálida e aparentando uma forte opressão. Aquela jovem que poderia estar vivendo o auge de sua vida, que poderia ser um exemplo de felicidade, de vigor, acabara de tentar o suicidio!
Foi uma cena chocante e ao mesmo tempo reflexiva. Sabe aquele homem que a consolava quando chegamos? Era um servo de Deus que passava pelo local e agora orava por ela, mostrava que ela tinha valor para Deus, e nada do que ela tinha feito importava mais para o Senhor, dizia que alguém a amava mais que qualquer pessoa na Terra, este alguém era Jesus. Neste momento, uma manifestação demoniaca aconteceu, a jovem começou a salivar, a se contorcer ao chão, meus companheiros de trabalho ficaram assustados – estavam acostumados com outros tipos de situações. Mesmo com esta cena posta, um pequeno círculo de oração se fez naquele lugar - já não parecia uma ocorrência policial, mas sim espiritual! Foram momentos de orações e através da misericórdia do Senhor aquela jovem retornou as suas faculdades naturais, estava liberta daquela opressão demoniaca. Algo surpreendente aconteceu, pois, sentada ali mesmo, no meio fio de uma grande avenida, aquela jovem abraçou o irmão e chorou. Diante de um grupo de curiosos confessou a Jesus como Senhor de sua vida, e já não parecia tão frágil.
Logo seu irmão chegou, alguém havia informado à seus familiares. Não me contive, queria esclarecer a dúvida que me pertubava. De início perguntei se a garota tinha crises depressivas constantes. Prontamente me veio um sim. Logo emplaquei outra pergunta, que na realidade era o que eu queria saber. Perguntei se era probelma com namorado e o jovem respondeu positivamente. Não tive dúvidas em constatar, que aquele caso tratava-se de mais um em que jovens não sabem lidar com o namoro ou com o pecado ocasionado com o namoro, quando este namoro não está na vontade do Senhor. É ai que o inimigo se aproveita da fragilidade humana e mostra que nada vale apena, e diz que o melhor seria morrer. ( I Pd 5.8)
Eu não sei o que houve com aquela garota, sei porém, que o amor do Senhor lhe foi apresentado e que a misericordia de Deus à alcançou, pois se assim não fosse, ela teria conseguido atingir seu objetivo inicial, morrer. Ficou uma indagação em meu coração: como nossos irmãos, em especial jovens, lidam coma queda ou com a possível falha na caminhada cristã? Aquela jovem talvez não conhecesse a Jesus (confesso que não sei), mas os nossos irmãos, como suportam isso sem ceder as investidas do inimigo?
Não pretendo de forma alguma apontar uma formula mágica contendo a receita exata de como lidar com esta situação. Nem quero expor aqui um debate exegético sobre o tema. Quero porém levantar este questionamento, esta possibilidade. Pois o que é posto em nossas igrejas é a infalibilidade do cristão. O viver em santidade deve ser a regra do cristão, porém como agir se houver a excessão de falhar?
Meus amados, quisera eu viver num estado pleno de santidade! Infelizmente todos os dias estamos sujeitos as tentações da carne, as investidas do inimigo de nossas almas (Jo 10.10) e podemos sim, num momento, em que estivermos desatentos, falhar. O importante, porém é saber que, ainda que não sejamos perfeitos, o Senhor nos ama e está disposto a nos perdoar. Ele mesmo nos ensinou a perdoar infinitamente (Mt 18. 21,22). No entanto, é necessário reconhecer nosso erro e mudar de atitude, buscar forças no Senhor, afinal, é Ele que nos concede o livramento (I Cor 10.13), é Ele que nos fortalece quando estamos fracos (II Cor 12.10) e é dEle que vem o nosso socorro ( Sl 121.1). A misericórdia do Senhor é tão imensa que Ele enviou um servo dEle, em meio a uma avenida, em pleno horário de trabalho, para livrar aquela garota. O Senhor tem um cuidado especial. Deus não usou aquele irmão para condenar a jovem, mas usou para levar uma mensagem de libertação para aquela pessoa que tanto precisava. Assim o Senhor faz conosco, mostra o seu infinito Amor (Jo 3.16) e nos perdoa e ainda nos garante a salvação! (Jo 8.11).
Com isso, não estamos concordando com o pecado, pois sabemos que o Senhor é Santo (I Pedro 1.16) e devemos buscar esta santidade. Mas concordamos com João ao dizer que escrevia tais coisas para que os servos do Senhor não pecassem (I Jo 2.1), porém, se por uma infelicidade, por uma falha, por uma fraqueza, eles vacilassem, não deveriam suicidarem-se, nem fisicamente, nem espiritualmente como muitos fazem abandonando de vez o convívio com o Senhor. Antes, porém, deveriam lembrar que tinham um advogado, alguém pronto a interceder por eles, era Jesus Cristo, o Justo. Lembre-se fomos comprados por um alto preço ( I Cor 7.23) e o nosso resgate foi pago com preço de sangue ( I Pd 1.18), portanto, somos especiais para Deus e a semelhança do filho pródigo (Lc 15.11) que foi beijado e abraçado pelo Pai quando retornou para casa, assim somos nós quando percebemos qual é melhor lugar para estar e este lugar sempre será na casa do Pai!

Em Cristo,
Jefferson Rodrigues


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DIA DO PIAUÍ: POR QUE 19 DE OUTUBRO?

Por Jefferson Rodrigues

Se você já parou para observar a bandeira do Estado do Piauí verá que nela há uma inscrição, abaixo da estrela solitária, que data 13 de março de 1823. Não seria correto então inferir que tal data se refere a um evento tão marcante para história do Piauí que mereceria receber o título de DIA DO PIAUÍ? De fato, o evento histórico ocorrido no dia 13 de março de 1823 é um divisor d’aguas na história do Piauí, falamos sobre a honrosa batalha do Jenipapo. Porém, este fato não é oficialmente a data escolhida para ser o Dia do Piauí. A data oficial é dia 19 de outubro de 1822. Mas qual o motivo para celebrar esta data? Será que todos os historiadores concordam com ela? Seria ela a mais honrosa? A seguir explicaremos alguns fatos históricos relevantes sobre esta data.
1822 o ano de mudanças políticas no Brasil.
Era dia 09 de janeiro de 1822, o príncipe regente deveria tomar uma decisão crucial: ficar no Brasil e dar continuidade ao projeto de seu Pai D. João VI ou retornar para Portugal e ser mais submisso (junto com seu pai, D. João VI) as decisões da Corte de Lisboa. Pressionado por um abaixo assinado, coordenado por José Bonifácio e contendo 8 mil assinaturas, o príncipe regente desobedece as ordens das Cortes de Lisboa, que exigiam seu retorno à Portugal, e permanece no Brasil. Entre os objetivos variados das Cortes de Lusitanas, constava retirar os privilégios adquiridos pelo Brasil durante os 13 anos em que a Corte Real esteve no Brasil, favorecendo o seu progresso e reduzindo a dependência direta de Portugal. Era desejo de que o pacto colonial fosse revalidado, junto com todas as suas mazelas para o Brasil. Contudo, D. João VI já havia instruído seu filho a permanecer no Brasil e assim, garantir que a dinastia Bragança Bourbon estivesse controlando os dois reinos, afinal, sabia o velho monarca que “ou façamos nós a independência ou os brasileiros farão”.
D. Pedro I permanece no Brasil, porém, a pressão portuguesa para o seu retorno era ininterrupta. Eram incansáveis as comunicações que exigiam o retorno do Príncipe Pedro à Lisboa.  Segundo o relato de Laurentino Gomes (2010, p.34), em 28 de agosto de 1822 chegam ao Porto do Rio de Janeiro três embarcações carregadas de más noticias para as pretensões de independência do Brasil. Entres as diversas ações proposta pelas Cortes portuguesas podemos dizer que “na prática destituíam D. Pedro do papel de príncipe regente e o reduziam à condição de mero delegado das autoridades de Lisboa[1]”. Ainda anulariam as decisões tomadas por Pedro, reduziriam sua autoridade ao Rio de Janeiro e vizinhanças, além de determinar que todos os seus ministros fossem selecionados por Lisboa. Enfim, acabaria com toda autonomia do Brasil e do príncipe regente.

O príncipe regente estava em viagem entre Minas e São Paulo quando notícias chegaram do Rio de Janeiro. Eram noticias que inquietavam, pois tropas portuguesas se dirigiam para sufocar qualquer oposição existente no Brasil. Já na Colina do Ipiranga – a cerca de 60 km da Vila de São Paulo, destino final de Pedro - o Príncipe recebe as correspondências onde seu mentor, José Bonifácio, o aconselha a tomar uma posição de pronto em relação à Portugal e afirma: “Venha vossa Alteza o quanto antes, e decida-se, porque irresoluções e medida de agua morna [...] para nada servem, e um momento perdido é uma desgraça[2]”. Neste mesmo tom de pressa, vemos a intelectual princesa Leopoldina, esposa de D. Pedro, aconselha-lo: “Senhor, o pomo esta maduro, colhe-o já[3]”! O cenário estava posto, e em 7 de setembro de 1822, o príncipe regente declara a autonomia politica do Brasil em relação a Portugal, com as seguintes palavras: “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil para sempre, separado de Portugal[4].
Contudo, a consolidação da independência não seria tão simples, especialmente quando temos em vista um país continental como o Brasil.  Some a isso o fato de que muitas províncias tinham o sentimento de pertencer mais a Portugal do que ao Rio de Janeiro, como era o caso da província do Piauí. Estes e outros fatores gerariam diversas celeumas que dificultariam a unidade nacional, como veremos a seguir.
O Piauí adere ao grito do Ipiranga
Muitos conflitos ocorreram nos meses que seguiram o 7 de setembro de 1822. Tivemos lutas nos mais distantes rincões do Brasil, mas especialmente no Norte do país (Piauí, Maranhão e Pará), pois nestas províncias a “mão” de Lisboa parecia acalentar com “maior afago” do que a da corte no Rio de Janeiro. Entre estas províncias do Norte, estava uma quase esquecida, que para o historiador piauiense Odilon Nunes (2007, p.51-62), sempre foi uma “terra de passagem”, desde os povos pré-colombianos, perpassando por todo o período que antecede a efetivação administrativa da Capitânia do Piauí em 1758 com o governador João Pereiras Caldas e ainda em grande parte do período imperial.

Entre as elites provinciais do Piauí parecia reinar o desejo por manter-se unido a Portugal, porém as notícias da independência já ecoavam por esta região, especialmente em Parnaíba (Litoral piauiense), Oeiras (então capital) e Campo Maior. Devido a importância estratégica da província, desde 1820 a Coroa portuguesa enviava munições para o Piauí e destinava um maior grau de preocupação para esta região. Tal cuidado torna-se ainda mais evidente quando em 18 de agosto de 1821 chega a capital da província um dos mais condecorados heróis militares portugueses, era o então major João José da Cunha Fidié. Ele exerceria o cargo de Governador das Armas do Piauí, responsável por manter a ordem e unidade provincial, ao tempo em que a sua presença seria uma excelente estratégia para conter possíveis revoltas no Norte do país. Estas atitudes mostram que a Coroa portuguesa já vislumbrava no horizonte nuvens densas que poderiam pairar sobre a colônia do Brasil. Parecia que tais previsões não seriam tão vagas assim!
Após o grito de independência ser dado no Sul, já em 19 de outubro de 1822 na cidade de Parnaíba, “no Paço da Câmara, os eleitores da Paróquia proclamaram a Regência de Dom Pedro, a Independência do Brasil e sua união com Portugal e as futuras cortes constituintes do Brasil[5]”, assim descreve o historiador piauiense Monsenhor Chaves, a primeira adesão ao movimento pelos piauienses. É claro que este movimento, liderado por militares e intelectuais como Cel. Simplicio Dias e Silva e o juiz João Candido de Deus e Silva, não ficaria imune às investidas de Portugal. A estas alturas o sentimento de independência havia chegado até a cidade de Campo Maior (localizada a cerca 260 km de Parnaíba) e por lá já havia as primeiras movimentações no sentido de adesão a emancipação. Porém, a vila mantinha-se fiel ao governo português sendo inclusive responsável por delatar ao Major Fidié a carta que haviam recebido de Parnaíba informando a adesão e convidando a câmara de Campo Maior a também aderir a causa de D. Pedro I.
Em posse dessas informações Fidié reuniu tropas, compostas por cerca de 1.800 soldados treinados[6]. Todos estes militares marcham em direção a cidade rebelada e segundo Monsenhor Chaves (1998) “o comandante português levava a intenção de fazer Campo Maior o centro das operações contra a rebelde Parnaíba[7]”. As tropas seguem de Oeiras no dia 13 de novembro de 1822 e em sua bagagem levam munições, pólvoras, canhões, cavalos e todo material disponível na província capaz de dominar física e psicologicamente todos os moradores das “terras Mafrense”. Em compensação deixavam para trás uma capital sem proteção e que entre seus ilustres habitantes já eclodia o desejo de liberdade. Entre eles estavam fazendeiros/militares ansiosos em galgar postos mais elevados na administração da província, como era o caso do Brigadeiro Manoel de Sousa Martins, que nas palavras de Monsenhor Chaves (1998, p. 437) teria traçado uma carreira meteórica e estava ávido por novas conquistas.  Diante de conspirações e ameaças de invasão de tropas fiéis a D. Pedro I, em 24 de janeiro de 1823, enquanto as tropas de Fidié ainda encontravam-se em Parnaíba, mantendo a “paz” na Vila, Manuel de Sousa Martins em companhia de homens fiéis à suas ideias tomam posse da administração e aderem ao movimento de emancipação do Brasil.


Em 18 de dezembro de 1822, chegam a Parnaíba as tropas comandadas pelo Major Fidié. Na vila localizada a 660 km de Oeiras já não havia mais movimentação emancipacionista, pois sob ameaça das tropas Portuguesas, os primeiros revoltosos fugiram para o Ceará por saber do grande perigo que circundava a cidade. Contudo, não fugiram por covardia, antes por estratégia que se mostraria eficaz nos meses seguintes, com a Batalha travada nas margens do riacho Jenipapo na cidade de Campo Maior e que seria o início da debelada das tropas portuguesas em solo piauiense.
Três importantes datas e uma escolhida.
Como pudemos observar o Piauí teve uma participação ativa no processo de consolidação da Independência do Brasil. Elencamos pelo menos três eventos que marcaram a participação piauiense neste processo: 1. A adesão oficial em Parnaíba (19/10/1822); 2.  A adesão em Oeiras (24/01/1823) ao movimento emancipacionista; 3.  A Sangrenta e heroica Batalha do Jenipapo (13/03/ 1823). Nestas três datas há motivos de sobra para comemorarmos o Dia do Piauí - e assim é feito no estado, pois em todas as datas há folguedos. Contudo, por uma questão cronológica, comemora-se o dia 19 de outubro como o Dia do Piauí, afinal, foi nesta data onde houve a primeira aclamação oficial que ligava o Piauí ao Brasil livre.
Entendemos que muito se pode contestar sobre a escolha de uma data, porém os documentos oficiais não deixam dúvidas quanto a escolha acertada do 19 de outubro. Podemos citar como exemplo a carta enviada pela Câmara de Parnaíba à Vila de Campo Maior, que visava buscar apoio nesta Vila no nascer da independência. Este fato ocorre já em 23 de outubro de 1822, e comunicava a escolha feita por Parnaíba 4 dias antes, assim dizia o documento: “Participamos a V. mercês que no dia 19 de outubro foram proclamadas nesta Vila a Regência de S. Alteza Real [D.Pedro I], a independência do Brasil [...][8]”. Este documento reforça como a adesão parnaibana foi o estopim desencadeador de todos os demais eventos históricos que seguiam e destaca que o 19 de outubro como o primeiro movimento de independência em terras piauiense.
Considerações finais
A história de independência do Brasil não é apenas um legado de paz social, antes houve derreamento de sangue, lutas e a participação da nação neste processo. O Piauí pode se orgulhar por contribuir de forma significativa e corajosa para a consolidação do Brasil independente. Neste processo a história elegeu a data de 19 de outubro como o Dia do Piauí. Consideramos justa a escolha desta data, pois ela foi a primeira adesão oficial, em solo piauiense, ao movimento libertário brasileiro. Também é através deste evento histórico que os demais marcos historiográficos se desenvolvem, afinal, se Fidié não tivesse deixado Oeiras, não seria possível aos rebeldes a tomada da antiga capital provinciana. É ainda no retorno a esta capital, em 13 de março de 1823 que ocorre a Batalha do Jenipapo. Portanto, o estopim de todos estes eventos é a adesão da Câmara de Parnaíba ao Grito do Ipiranga. Assim, entendemos que é justo celebrarmos em 19 de outubro o Dia do Piauí, dia em que nosso povo se posicionou em favor da liberdade.
Por fim, encerramos parafraseando o grito que os homens da comitiva de D. Pedro deram ao ouvi-lo proclamar o Brasil independente: “Viva a Liberdade, Viva o Brasil Separado, Viva o Piauí!”
Feliz 19 de outubro a todos os piauienses de nascimento ou de coração!


*Jefferson Rodrigues é Graduado em História (UESPI) e Teologia (FAEPI),  especialista em Estados, Movimentos sociais e Cultura (UESPI), além de escritor e membro da Academia Evangélica de Letras Piauiense.








[1] GOMES, 2010, p. 34
[2]José Bonifácio citado por MONTEIRO, Tobias. A elaboração da Independência, vol. 2, p.250
[3]Princesa Leopoldina citado por GOMES, Laurentino. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado. 2010, p.36
[4] Idem, idem
[5] CHAVES, 1998, p.271
[6] Conforme apresenta a professora Claudete Maria Miranda Dias em seu artigo, Entre foices e facões, 2011, disponível em: < http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/entre-foices-e-facoes>, acesso em 12 de março de 2013
[7]CHAVES, 1998, p.273
[8] SANTANA; SANTOS, 2007, p.21 [grifo nosso]

sábado, 15 de outubro de 2016

A MELHOR DE RECOMPENSA DE UM PROFESSOR

Por Juliana Rodrigues

São 7anos de profissão, 5 na rede privada e 2 na rede pública de ensino em Teresina, sou ainda uma criança no exercício de ensinar...mas eis aí minha função: ensinar. Tenho convicção de que não sou uma professora daquelas que ganham prêmios tipo "o educador do ano" ou "o melhor alfabetizador da terra", e na verdade não é o que busco, no entanto, pelejo no labor do dia dia, sem regalias e muitos mimos, ser uma professora melhor todos os dias.
Os sorrisos quando eu chego, o olhar de respeito quando eu brigo ( as vezes é necessário) são fagulhas de coragem que foram aquecendo meu coração durante esses 7 anos, e me dando a certeza de que vale a pena ensinar. Meus prêmios? Ahhh....ouvir uma aluna dizer que escolheu os óculos para ficar parecida comigo....outra dizer que eu ensino com delicadeza ( e eu nem sou tão delicada assim), meus alunos mais difíceis me escreverem: "Tia, obrigada por me tirar da danação"....ou..."a senhora é a melhor professora que eu já tive" ( todo professor já ouviu isso, e é maravilhoso...kkkk). Esses e outros mais são os meus prêmios, condecorações silenciosas que eu trago ao longo dos anos, que não enfeitam paredes, mas iluminam meu coração ao ponto de se tornarem lágrimas de felicidade!

Feliz dia dos professores para todos nós que ensinamos não só em escolas, mas na vida!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O QUE UMA ESPOSA PODE FAZER PELO SEU MARIDO? ELA PODE FAZER MUITO!

Por Juliana X. Rodrigues

Lendo hoje o capítulo 25 de 1 Samuel, compreendo mais uma vez o quanto as mulheres são e sempre foram importantes na vida dos seus esposos, ou de seu povo. Ester livrou os Judeus de serem abatidos (Ester 4.16) e Abigail livrou Nabal, seu esposo (1 Sm 25.32,33)
Conta o texto que Davi, "Homem de guerra, sisudo em palavras, e de gentil aspecto"(1Sam 16:18), fazendo jus às suas características havia sido generoso com os servos de um homem que não conhecia, a saber, Nabal que era "Homem duro e mal" (1 Sam 25:3). A estes servos Davi os protegeu em terra estrangeira. Contudo, quando Davi foi às terras de Nabal, não foi recebido da mesma forma. Nabal disse: "Quem é Davi? Quem é esse filho de Jessé?" (1 Sam 25:10). 
Essa situação fez Davi se irar e ir contra Nabal com propósito de mata-lo e aos seus servos também.Tudo seria dizimado. Nesse momento quem entra em cena? Abigail "mulher inteligente e bonita" (1 Sam 25:3) e esposa de Nabal. Ela tomou para si a situação, com sabedoria foi até Davi e livrou o homem de Deus de cometer um ato impensado e destruidor (1 Sm 25.32,33). Davi ficou agradecido, e Nabal foi morto, mas não pelas mãos de Davi e sim do Senhor (v.38).  Abigail fez a diferença nesta situação, se ela não tivesse tomado atitude Nabal teria sido destruído, e Davi carregaria as consequências desta atitude para o seu reinado. 
Nós mulheres podemos e devemos ser como Abigail ajudar, intervir pelos nossos esposos, pelo nosso povo e principalmente em oração. A atitude de uma mulher inteligente e sábia fez a diferença. Suas atitudes em meio às adversidades podem fazer a diferença na vida e no ministério de seu esposo. Seja como Abigail, e viva a plenitude daquilo que Deus tem pela sua família.

Juliana Xavier Rodrigues

O QUE APRENDEMOS COM AS CRIANÇAS?

 Por Jefferson Rodrigues

Texto base: “Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas.” (Mc 10.14) [versão NVI].
Antes de iniciar a discussão sobre o texto bíblico em destaque quero me reportar a um livro infantil que li recentemente – afinal, nunca é tarde para ler um livro infantil. Este livro é um clássico da literatura mundial, chama-se: “O pequeno príncipe”.
Nesta obra encontramos a estória de um aviador Frances que durante sua infância teve seu desejo de torna-se um desenhista impedido pela “gente grande” que o cercava. Tais pessoas não compreendiam sua imaginação e ceifaram seus sonhos direcionando a criança para as coisas de gente grande.
          Quando este jovem cresceu tornou-se rico, inteligente e importante, porém nunca abandonou seus pensamentos infantis. Durante uma viagem, nosso aviador, sofre uma pane em seu avião e cai no meio do deserto do Saara. É no deserto que ele encontra o Pequeno Príncipe, uma criança que viajava através da galáxia conhecendo novos planetas.
Com o aparecimento do Pequeno Príncipe desenvolve-se a estória que em meio a tantas fábulas para crianças, encontramos mensagens fortes a respeito de como as crianças percebem o mundo ao seu redor e o que é importante para eles, diferentemente do que é prioridade para os adultos. O principezinho não compreende como as pessoas possuem jardins com milhares de rosas, mais não amam nenhuma delas. Ele acha inconcebível como gente grande vive constantemente preocupada, não aproveitando o mundo e todas as suas maravilhas que o Senhor nos concedeu. Por fim, nos mostra como o mundo é muito mais bonito do que nossas preocupações nos permitem enxergar e como as pessoas são únicas, desde que saibamos amá-las.
Toda esta narração serve para ilustrar a importância do olhar de uma criança sobre o mundo. Fica a indagação: por que Jesus ficou indignado com os seus discípulos? Por que Jesus afirmou que o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas? Sem dúvidas Jesus nos deixou uma forte mensagem neste texto e se analisado com detalhe veremos como é importante ser uma criança para compreender o Reino de Deus e suas manifestações em nossa vida.
Muita “gente grande” ao ler as Sagradas Escrituras não compreende ou preferem não perceber que em Isaias 9.6 o Senhor nos concede a promessa do Salvador e que este Salvador viria ao mundo não como um homem feito, ou como um ser celestial repleto de encantos e sobrenaturalidade, mas viria como uma criança. Assim diz o texto: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaias 9.6). Um menino nos nasceu, Jesus viria como uma criança! Uma criança, mas ao mesmo tempo um Deus, pois Ele chega a nós como Deus forte, Pai da Eternidade, mostrando que mesmo em sua meninice já era Deus, não era necessário Ele crescer primeiro para ser Deus, ser membro e Senhor do Reino de Deus. Isto nos aponta para um problema comum no meio cristão: eximir as crianças dos trabalhos na casa do Senhor, ou acreditar que elas não são um alvo importante para evangelizar, deixemos este tema para outra oportunidade.
Mas o que aprendemos com a vinda de Jesus, nosso Rei e Salvador, como uma criança a este mundo? Podemos tirar varias lições, e varias já foram expostas por muitos autores, mas as mais importantes, a meu ver, encontram-se expostas no evangelho de Lucas 2.8-20, onde é narrado o nascimento de nosso Messias:
1- Jesus nasce em um estábulo:
Mesmo sendo Deus, o menino Senhor, tendo todo o poder como já exposto, nasce em um local impróprio até mesmo para o mais simples camponês: um estábulo, local onde animais são criados. Ele poderia ter nascido nos mais belos palácios da época, em “berço de ouro”, sendo de uma família importante de Jerusalém, porém ocorre o oposto deste quadro, nascendo num lugar sujo, sem nenhuma pompa, tem como berço, não ouro, mas uma manjedoura. Ao invés de perfumes da melhor qualidade, era o cheiro nada agradável dos animais que enchia o local. Seria um local pouco convidativo para a maioria da cristandade atual. Contudo, foi neste lugar improvável, desagradável, e nada convidativo que o Rei dos Reis, o Senhor dos senhores escolheu para nascer e trazer salvação a humanidade, dando uma prova incontestável de sua humildade e de sua soberania, pois ele contrariou com este local o desejo de todos os religiosos da época que esperavam um messias diferente daquele que veio ao mundo.
2 – Manifestação do Reino.
Em um local tão simples poderia Deus habitar? Poderia haver manifestação do Reino de Deus? Como diz o apóstolo Paulo: “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;”( I Coríntios 1.27), assim o Senhor sempre trabalhou mostrando que a sua glória ele não divide com ninguém. Mais uma vez o Senhor mostrou que a religião e os dogmas religiosos não são nada diante de Sua suprema e soberana vontade, pois contrariando o pensamento religioso vigente da época, onde o messias seria um libertador imponente, de origem principesca, rico e poderoso. Jesus escolhe um lugar simples para nascer e vem como uma frágil criança. Não obstante a toda esta situação, a Gloria de Deus manifestou-se naquele lugar! Anjos apareceram, louvavam ao Senhor, era um exercito celestial que bem diziam o nascimento do Salvador! Em meio a tanta simplicidade daquela criança o Reino de Deus pode ser visto naquele lugar.
Assim, quando o mestre indigna-se com os seus discípulos por impedirem a vinda das crianças ao seu encontro (Mc 10.13,14), Ele estava querendo dizer o seguinte: “Olha Eu vim como uma criança, nasci em um local simples e mesmo assim a Glória de Deus esteve presente, o Reino de Deus manifestou-se! Agora, meus discípulos, vocês se acham cheio de estatus por estarem comigo? Saibam que nada disso adianta, nem estatus, religião, soberba, riqueza, tudo isso de nada vale para ver a manifestação do Reino de Deus em vossas vidas! Sejam simples como crianças, vejam o mundo sem malícia, amem sem perguntar o porque, não vejam maldade em tudo que lhe dizem, em fim sejam como estas crianças, pois só desta forma poderão ver o Reino de Deus ”
Aprendemos uma valiosa lição com tudo isso: Precisamos nascer de novo (João 3.3). Esperamos sempre ver o Reino de Deus para um futuro distante, mas Jesus nos deixa claro: “o Reino de Deus está entre vocês”(Lucas 17.21b), ou seja o Senhor Jesus já inaugurou o Reino desde o seu nascimento, pois ele ensinou aos seus discípulos que “já era chegado o Reino de Deus”(Lucas 10.9-11), porém nossas vaidades, preocupações com os problemas de “gente grande”, não nos deixam ver este Reino que esta entre nós. Precisamos nascer de novo, precisamos ser como as crianças, precisamos compreender que Jesus nos apresenta suas maravilhosas virtudes independente de qual lugar estejamos, contudo, Ele nos afirma que se quisermos ver o Reino de Deus que está entre nós devemos ser como crianças!
O reino foi inaugurado, gozamos de suas bênçãos, porém sua plenitude se dará na volta de Cristo. No entanto, O Senhor nos convida a refletir: somos como aquelas crianças ou agimos como os discípulos? Sejamos crianças e contemplemos as maravilhosas manifestações do reino de Deus em nossas vidas!
Em Cristo,
Jefferson Rodrigues

terça-feira, 4 de outubro de 2016

ORIENTAÇÕES DISCIPLINARES SOBRE O USO DO DOM DE LÍNGUAS NA IGREJA


Por Jefferson Rodrigues
Apesar do dom de línguas ser atual e importante para a vida da igreja, é preciso que seja disciplinado o seu uso público, afinal, não é saudável que o culto público se torne numa bagunça sem precedentes. Paulo já tinha esta preocupação, por isso ele afirma: “[...] e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14:39 b,40). Infelizmente é comum no meio pentecostal a não observação das orientações Paulina, portanto, com a intenção de ajudar deixaremos algumas orientações sobre o uso de línguas no culto público:
1.             As línguas devem ser acompanhadas de interpretação (1 Co 14.27);
2.             Deve-se manter a ordem no culto público (1 Co 14.27). Ao se falar em língua de forma pública, e com interprete, deve-se seguir uma ordem, ou seja, fale dois ou três e os demais estejam calados (1 Co 14.27). O comentarista pentecostal Donald Stamp nos acrescenta: “deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em ‘êxtase’ ou ‘fora de controle’[1]”. Vemos que é possível o controle por parte daquele que fala em línguas, portanto, deve-se manter a ordem.
3.             Em culto público é preferível à profecia quando não há interprete para as línguas (1 Co 14.5). E acrescento, é preferível a profecia que surge através da exposição das Escrituras, ou seja, através da exposição da Palavra o Espírito Santo trás iluminação a mente do pregador que desnuda a alma do ouvinte e edifica a congregação.
4.             Fale consigo e com Deus (1 Co 14.28 b). Nada impede o uso do dom de línguas (sem interprete) na igreja (1 Co 14.28 b), contudo, deve-se manter o controle e discrição tendo em vista não ser uma mensagem direcionada para congregação. O professor mestre Zwinglio Rodrigues corrobora com nosso pensamento ao dizer: “o glossolalista não deve fazer ecoar sua voz em atividade glossolálica. Mas, ele pode emitir sons baixos que não perturbem o ambiente cúltico[2]”.
5.             Ore para que aja interpretes em nossas igrejas (1 Co 14.13). Muitos tem se esquecido da solene recomendação bíblica: “ore para que possa interpretar”. Precisamos pedir a Deus para que tenhamos cultos inflamados pela presença do Espírito Santo, mas que também aja a multiplicidade total dos dons inclusive e especialmente o de interpretar aquilo que nos é proposto através das línguas.
6.             Não se deve proibir o falar em línguas (1 Co 14.39). Não são poucos aqueles que por medo de perder o controle ou coisa similar tem deixado de buscar com zelo (ardente desejo) o dom de línguas (1 Co 14.1). E para piorar a situação, ainda há uma forte militância contraria ao uso deste dom. Todos estes fatores juntos tem fomentado a redução de cristãos que experimentam esta maravilhosa dadiva do Céu. Devemos estabelecer a ordem no culto através do ensino, porém, a determinação Paulina é clara: “não proíbam que falem em línguas!”. Não se pode “jogar fora a criança junto com água suja da bacia”, ou seja, não é porque existe excessos que devemos extinguir o uso de um dom que nos aproxima mais de Deus. É preciso que lideres pentecostais reflitam sobre o ensino que tem dado a sua congregação. Uma igreja instruída saberá manter o fogo do Espírito inflamando seus corações, sem esquecer de que a doutrina bíblica não pode ser esquecida.
Que a chamado Espírito arda em nossos corações e os dons transbordem em nossas congregação. Só não podemos esquecer a orientação final de Paulo: "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem"(1 Co 14.40).
Em Cristo, Jefferson Rodrigues.




[1] STAMP, 2012, p. 1757
[2] RODRIGUES, 2016, p. 156