terça-feira, 20 de setembro de 2011

E você já é um filho de Deus?


Texto base: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; (João 1.12)

Todos nós já ouvimos alguém dizer a seguinte frase: “eu também sou filho de Deus”. Está é uma afirmação comum, principalmente em uma sociedade que afirma ser cristã como a brasileira, mesmo que na sua maioria seja composta de cristãos, digamos assim, meio duvidosos de sua fé, a exemplo dos espíritas Kardecista, católicos romanos, e alguns grupos pseudo evangélicos. Isto acontece porque tais pessoas não compreendem que no plano da salvação de Deus só a espaço para um filho de Deus, aquele que é o unigênito (Jo 1.18), e que todos nós somos apenas obra de suas mãos. Você pode me perguntar, afinal quem é realmente filho de Deus? Qual a vantagem de ser filho? Como posso fazer para me tornar filho? São todas perguntas relevantes e de especial valor para aqueles que desejam conhecer os planos de Deus para a humanidade, portanto, de forma simples e objetiva, tentaremos responde-las.

· O Primogênito e Unigênito do Pai.

A expressão primogênito, é bastante utilizada na Bíblia Sagrada, ela aparece cerca 111 vezes, sempre com a conotação de ser o primeiro de uma linhagem de irmãos. No Antigo Testamento, esta palavra vem com especial cuidado, pois era do primogênito o direito da herança dobrada (Deuteronômio 21.17), ou seja, o primogênito teria o direito a herdar duplicadamente tudo quanto o pai deixaria para ele e para os demais irmãos, não importando se era filho legítimo ou bastardo, sendo este direito algo imutável, pois estava escrito na Lei do Senhor. Já no Novo Testamento, identificamos a palavra primogênito com o mesmo significado do Antigo Testamento, no entanto, vemos a ligação dela com a pessoa de Jesus. Primeiro ele é posto como o filho primogênito de Maria e José (Mateus 1.25; Lucas 1.7, 2.23). Em seguida, após cumprir seu papel de morrer por todos nós, para remissão de nossos pecados, Jesus é identificado como o primogênito entre muitos irmãos que surgiriam como fruto de seu sacrifício (Romanos 8.29). Por fim, vemos Jesus identificado como o primogênito de Deus, aquele que deveria ser adorado por todos os seres criados, até mesmo os anjos (Hebreus 1.6)

Em relação a unigênito, encontramos apenas sete vezes esta palavra na Bíblia Sagrada, sendo que destas sete vezes, cinco estão relacionadas a Jesus. Ele é apresentado como o Unigênito do Pai, o filho de Deus (João 1.14,18; 3.16,18; 1João 4.9). O dicionário de língua portuguesa diz que o significado da palavra unigênito é “o único gerado pelo seus pais”, como a Bíblia identifica Jesus como o Unigênito de Deus, entendemos portanto, que Ele é o único gerado por Deus, gerado pelo seu Pai. Neste caso nenhum de nós somos filhos de Deus, gerados por Ele, tendo a mesma essência dEle, pois segundo a Palavra de Deus somente Jesus é este filho, Ele é o Unigênito do Pai. A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal diz a este respeito: “A expressão ‘o Unigênito do Pai’ significa que Jesus é o único e exclusivo Filho de Deus[...] Jesus é o único em espécie e em seu relacionamento com Deus. Ele é diferente de todos os cristãos, chamados ‘filhos de Deus’”( Cpad, 2010, p.1414)

· Adotados como filhos

Como vimos anteriormente, Jesus não é apenas o primogênito de Deus, mas Ele é também o unigênito do Pai, o único filho “legítimo” do Deus Criador dos céus e da terra. Então como somos chamados filho de Deus? Não há filhos de Deus?

Para responder esta questão é necessário compreender que fomos criados juntamente com todos os demais seres vivos (Genesis 1), por conta disso, estaríamos na mesma condição dos demais seres da criação. No entanto, já no início dos tempos percebemos o amor especial que o Senhor nutria pelo ser humano. Quando Deus chegou ao término de toda a criação, decide então Deus criar um ser capaz de dominar sobre toda a criação, ele herdaria a imagem e semelhança do Deus criador (Genesis 1.27). Ao terminar a sua obra prima, Deus, não se expressou dizendo que era bom, como havia feito com todo o resto da criação, o Senhor disse que “era muito bom” (Gn 1.31), deixando claro que pelo o homem tinha um cuidado todo especial. A partir de então o homem passa a relacionar-se com seu criador, passa a tê-lo como amigo e a andar com Ele, como era o caso de Adão e Enoque (Gn 5.22) ou ainda o caso de Abraão que foi chamado amigo de Deus (Tiago 2.23), todo este relacionamento expressou o desejo do Criador em ter esta criação em perfeita comunhão consigo. Mesmo com a sua criação afastando-se Dele, o Senhor providenciou um meio pelo qual poderíamos ter comunhão e paz com Ele (Romanos 5.1), um meio para que fossemos atraídos para si novamente, este mecanismo seria Jesus.

Desde a queda do homem no Éden (Genesis 3.23), Deus já havia prometido que da semente da mulher surgiria um que esmagaria a cabeça da serpente, ou seja, do diabo (Genesis 3.15). Antes do cumprimento desta tarefa, foi dada a humanidade a Lei do Senhor, que serviria de tutor para o cumprimento final de tudo, a vinda de Jesus Cristo, conforme nos apresenta Paulo: “De maneira que a lei nos serviu de aio [tutor], para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.”(Galatas 3.24). O Senhor mostrava com isso o seu Amor pela humanidade, pois mesmo diante a desobediência do homem e o conseqüente distanciamento da criação do seu Criador, Deus providenciaria um modo para trazer o homem de volta para o seio de Seu Amor. Pela insuficiência da Lei, pela corrupção da humanidade e pelo Amor de Deus para com a humanidade, o Senhor conclui a promessa feita ainda no Éden, confirmada pelos profetas, Deus envia o Messias, o Cristo, aquele nascido da semente de mulher. A Bíblia afirma que foi a expressão máxima do Amor divino para com humanidade, pois assim nos diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”(João 3.16).

Jesus veio para reconciliar a humanidade com Deus, e não apenas isso, com o seu sacrifício na Cruz, cumpriria toda a Lei (Mateus 5.27) e a partir de então permitiu que todo aquele que nele cresse tivesse livre acesso ao Pai (Hebreus 9), ao lugar santo dos santos, a presença do Deus Criador. Através da fé em Cristo, não seriamos apenas uma criatura de Deus, mas receberíamos o título de filhos, herdaríamos todos os direitos de um filho legítimo, tendo como o primogênito da família Jesus, o Verbo que se fez Carne, o Deus que se tornou homem (Felipenses 2.5-10) e nos deu o direito de chamar Deus de Pai. A Bíblia nos diz que “[...] todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba Pai”. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.” (Romanos 8.15-17, NVI). Sendo assim, temos o direito de agora sermos chamados filhos de Deus. Paulo nos apresenta a adoção de filhos porque no império romano o filho adotado perdia todo direito que por ventura possuísse de sua antiga família, contudo, passaria a gozar de todos os direitos da nova família, desfrutaria dos bens, dos títulos, dos privilégios que seus pais adotivos possuíam. Com esta ilustração, o apostolo Paulo deixa claro que aqueles que aceitam, pela fé, seguir a Cristo, desfrutarão de todos os direitos que o Unigênito do Pai goza, e assim seremos co herdeiro de toda a glória de Cristo.

Agora pergunto a você: Já é um filho de Deus? Saiba que se o homem não aproximar-se do Senhor Jesus, não negar-se a si mesmo e segui-lo (Mateus 16.24), ele jamais será um filho de Deus, jamais será adotado como filhos. No texto base vemos a mais perfeita descrição de como o homem torna-se ou não filho de Deus. Ao afirmar que Jesus veio para o que era seu (para o povo Judeu) e o os seus não o receberam (Jo.1.11), a Palavra de Deus nos afirma que muitos rejeitaram e rejeitarão o direito de serem filhos de Deus, mas conclui afirmando que a todos quanto O receberam (receberam a Jesus em suas vidas), a estes foi dado o direito de serem feitos filhos de Deus (João 1.12), aos que crêem em seu Nome. Lembrem-se o filho tem o direito de tudo que o Pai possui, e “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.”(Romanos 8.17). Não seja apenas uma criatura de Deus, mas desfrute da gloria de ser filho de Deus, aceitando ao Senhor Jesus em seu coração e dando prova disso obedecendo a sua palavra e os seus ensinamentos, pois só assim será um verdadeiro filho de Deus.


Fraternalmente em Cristo,

Jefferson Rodrigues


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