Texto base: "Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam” (Deuteronômio 30.19)
Um dos personagens mais controversos existente na Bíblia, em especial no Novo Testamento, é Judas Iscariotes. Na história do cristianismo ele tem provocado amor, tendo inclusive seguidores, ódio, compaixão e ira. Todos estes sentimentos são motivados pela ação que marcaria a sua vida, a traição e entrega de Cristo aos judeus. Mas será que foi apenas Judas que traiu Jesus? Veremos que não. Contudo ficará claro a diferença entre este e os demais apóstolos.
A respeito do caráter de Judas e seu comportamento como discípulo de Cristo, deixaremos claro que desde o princípio ele teve intenções não muito honestas, como por exemplo, furtar o dinheiro que lhe foi entregue para administrar (João 12.6), além de não compreender o que era mais importante para o reino de Deus. Contudo, ele não era o único que não compreendia o propósito de Deus para sua vida, assim como para humanidade. Vejamos o caso de Pedro.
Pedro era um homem rude, um simples pescador (Mateus 4.18) e como tal, levava uma vida sem requintes educacionais, porém ao ouvir Jesus chamá-lo, não teve dúvidas seguiu o mestre (Mateus 4.20). Mesmo diante desta ação, a vida de Pedro é marcada por autos e baixo. Em um instante ele deixa Deus usar os seus lábios ( Mateus 16.17) e no momento seguinte deixa o diabo usá-los( Mateus 16.22). Num momento sente-se tão forte espiritualmente que decide andar sobre as águas, a exemplo de Jesus (Mateus 14.28), e em seguida afunda por sua fé ser apenas aparente (Mateus 14.31). Pedro era um homem cheio de paixões, com as emoções a flor da pele e que mesmo ouvindo diversas vezes o Mestre dizer que teria que morrer na cruz, ele não compreendia e ainda afirmava que nunca deixaria o Mestre (Mateus 26.33). Contudo, este mesmo discípulo que afirmou: “[...] Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.” (Mateus 26.33), traiu Jesus, negou por três vezes que o conhecia. Pedro teve medo do que todos poderiam pensar a seu respeito, ou ainda, teve medo de passar pelo mesmo sofrimento que Jesus passava. Sua angustia foi tremenda! A Palavra de Deus usa uma expressão que mostra o peso da traição para Pedro, ela afirma que “[...] saindo dali, Pedro chorou amargamente”(Mateus 26.75). Ele sabia o erro que tinha cometido ao negar que conhecia Jesus por três vezes. É neste ponto que podemos ver sua semelhança com Judas.
Judas também percebeu que tinha cometido um erro (Mateus 27.3), tanto que devolveu as moedas que recebera para trair Jesus. Mas o que o tornou diferente de Pedro? E dos demais discípulos que não estavam nem presentes durante o julgamento de Jesus? Por que ele escolheu a morte? São muitas indagações sobre este personagem, porém, uma resposta temos com toda convicção: ele não conhecia o amor de Deus. Todos os demais apóstolos erraram, todos abandonaram Jesus, portanto, traíram o Mestre. Mas eles não desistiram, eles compreendiam que o Senhor podia lhes perdoar, ainda que seus pecados fossem grandes, sabiam que maior seria a misericórdia de Deus (Lucas 7.47), pois “[...] ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.”(Isaias 1.18). Esta é a promessa que o Senhor tem para todos que se arrependem de seus erros. Contudo, Judas não creu nesta promessa, ele preferiu deixar a culpa, o remorso encher seu coração e por fim entregar sua vida nas mãos do diabo que tenta a todo custo destruir a vidas das pessoas (1 Pedro 5.8). Judas, enforcou-se (Mateus 27.5)
Aprendemos uma forte lição ao analisarmos estes dois casos. Percebemos que somos passiveis de pecar (Romanos 3.23), de trair Jesus, nos tornando culpados da morte de Cristo (1 Coríntios 11.27), mas como vamos encarar este momento? Seguiremos o exemplo de Pedro ou de Judas? Pedro reconheceu seu erro, arrependeu-se e continuou a caminhada, agora com mais maturidade, com mais sabedoria e menos euforia (João 21.17) e tendo a certeza de que temos um advogado, que chama-se Jesus Cristo o Justo (1 João 2.1).
Assim, por mais que você tenha errado não desista! Não deixe o inimigo sufocar você, saiba que “[...] onde o pecado abundou, superabundou a Graça” (Romanos 5.20). A misericórdia de Deus é maior na sua vida e não se esqueça que Jesus veio para salvar o mundo e não para condená-lo (João 3.17), porém, Ele só te pede uma coisa: “[...] vá e não peques mais”(João 8.11).
Esperançosamente em Cristo,
Jefferson Rodrigues.
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